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Ator e produtor, Klebber Toledo quer mais e aposta no streaming

Klebber Toledo – Foto: Marcos Mello Cavalaria / Arte: Felipe Rodrigues

O ator Klebber Toledo, 35 anos, é um cara que aposta forte na sustentabilidade. Parte de sua vida é dedicada a isso em ONGs e associações que prezam pelo meio ambiente. Também produtor, ele está com vários projetos em andamento, filme, teatro, série, novela, reality. O homem não para, está sempre trabalhando e se aperfeiçoando. Atualmente estuda fotografia, e quer fazer uma faculdade de cinema. Aliás, cinema e séries por streaming lhe interessam, e muito.

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Se descobriu ator assistindo a uma peça de uma trupe francesa. “Acho que eu tive uma catarse ali e entendi que aquilo era o que eu queria fazer para o resto da minha vida”. Dono de inúmeros papéis na TV, Toledo não tem apego especial por nenhum personagem, ele gosta de todos, aprendeu com todos, dos maiores aos menores, e insiste que o principal é estudar sempre – condição fundamental para a carreira artística.

Klebber Toledo veste Moun Off – Foto: Marcos Mello Cavalaria / Arte: Felipe Rodrigues

Ele e sua mulher, Camila Queiroz, continuarão à frente da segunda temporada de “Casamento às Cegas”, reality sobre relacionamento e que ele estima muito por estar atuando como apresentador. “‘Casamento às Cegas’ é um presente, poder apresentar um reality que fala de amor, que é a busca pelo amor verdadeiro, sem barreiras. Somos muito orgulhosos desse projeto”, conta sobre o trabalho em dupla que apresenta com Camila. Aliás, sobre o fato de trabalharem juntos, ele é categórico: diz que é um apoio mútuo, um despertar para a parceria além do relacionamento. “Ter a Camila do meu lado, assim como para ela, traz uma segurança. A gente se apoia um no outro, nos ajudamos, trocamos, conversamos muito sobre, como a gente tem que fazer, o que precisamos mudar, melhorar. Acho que isso só acrescentou, não só para o nosso trabalho como para nossa relação também, fortalece muito caminhar junto, buscar evoluir junto é sempre muito legal.”

Cinema, TV ou teatro? Ele gosta de poder estar em todas as formas de arte e de interpretação. “Eu gosto de transitar entre eles. Tipo eu não seria feliz ficando só em um ou só em outro. O que me move é realmente isso, poder transitar entre todos.” Como produtor, apresenta neste mês o primeiro capítulo de uma série que fez em sua produtora, na qual fala sobre sustentabilidade e formas sustentáveis de gerar renda. Vale ficar de olho.

Para esta capa especial de RG, Toledo diz que foi especial e que espera que as pessoas gostem. “Gente, foi muito especial. Uma proposta que eu nunca tinha tido. É muito divertido poder fazer, criar.” O fotógrafo e diretor, que é o Marcos Mello Cavalaria,  é um amigo de muitos anos, um cara talentosíssimo, toda a equipe, o Bruno Uchôa, todos eles foram impecáveis. Então acho que foi um grande acerto e junto a isso uma expressão artística, onde eu posso transmitir uma energia, uma forma de pensar diferente. Espero que todos gostem.”

Leia a seguir entrevista de RG com o Toledo.

Voltando lá atrás, como nasce o ator Klebber Toledo?

Antes de qualquer coisa, uma história que é sempre legal, eu era atleta, sempre fui um cara muito agitado, muito ativo, sempre propunha muitas atividades artísticas, danças, apresentações, mesmo sendo atleta sempre tive essa veia artística, essa disposição para fazer a coisa acontecer, para produzir, em um evento onde tivesse todo mundo incluído, interagindo, como um todo. Eu posso dizer que o Klebber ator nasceu em um espetáculo. Eu já vinha fazendo cursos havia um tempo, eu já tinha feito o curso Newton Travesso em São Paulo, tinha feito dois anos e meio de Fátima Toledo, já estava fazendo Oficina de Atores na Globo, aí eu fui para o Festival de Teatro Porto Alegre em Cena e assisti a uma peça de uma companhia francesa chamada “Saudade em Terra D’Água”, e essa peça me tocou de uma maneira muito especial, falava de uma história tão simples, as pessoas vivendo a mudança por meio da destruição do mundo, tendo que sair de suas origens para buscar novos recursos, só que tudo isso em silêncio, com movimentos, foi uma coisa linda. Acho que eu tive uma catarse ali e entendi que aquilo era o que eu queria fazer para o resto da minha vida.

O que estudou?

Como já disse, eu fiz alguns cursos amadores pelo interior de São Paulo, tanto em Atibaia com em São José do Rio Preto, aí fui para São Paulo, fiz o Newton Travesso, o profissionalizante da Fátima Toledo, após isso eu fui chamado para a Globo, para a Oficina de Atores, depois fiz vários cursos em sequência. Eu sempre tive muita vontade de fazer cinema, e a Fátima sempre foi um nome muito forte em cinema. Junto a isso comecei a fazer a faculdade de artes dramáticas, no Rio de Janeiro, e sempre trabalhando paralelamente. Atualmente estudo fotografia e quero fazer uma faculdade de cinema, que é uma coisa que me atrai muito, porque gosto muito de produzir, de dirigir, além de atuar.

Klebber Toledo veste Louis Vuitton – Foto: Marcos Mello Cavalaria / Arte: Felipe Rodrigues

Fazer “Malhação” (14ª temporada) foi um divisor de águas no início da sua carreira?

“Malhação”eu não posso dizer que foi um divisor de águas, mas também não posso dizer que não. Por quê? Porque até então eu só tinha feito peças de teatro ou curtas para cursos ou entre grupos de amigos, não tinha feito nada assim tão exposto. Depois de entrar na Oficina de Atores da Globo eu nunca tinha feito teste para novela, eu não acreditava que eu ia fazer novela, porque quando eu comecei a estudar artes eu pensava em fazer teatro e cinema. E a primeira vez que eu fiz teste para “Malhação” eu tive a sorte de conseguir o personagem. Foi um divisor de águas porque eu fiquei conhecido como ator como nunca ocorrera antes. Mas mais do que um divisor de águas eu prefiro dizer que foi um grande start, porque é onde você começa a entender como fazer televisão, como exercer o seu ofício naquele ambiente, naquele formato, porque o meu ofício está subdividido em várias camadas, e cada camada requer um trabalho, uma técnica, um olhar. Então acho que foi um pontapé inicial, eu amava o meu personagem que era um judoca, o Mateus, foi um grande aprendizado, e eu carrego vários amigos até hoje, Fiorella Mattheis, Taila Ayala, o Rômulo Neto, Ricardo Fogliatto, tem uma galera muito bacana.

Dos papéis que interpretou, quais são seus prediletos ou os que mais te marcaram?

Eu realmente não tenho um predileto. Porque eu tive uma vivência com cada um dele, fazem parte de mim, ajudaram na minha construção tanto pessoal como profissional, eles sempre me ensinaram alguma coisa. Mesmo os personagens menores, ou mais simples, embora nunca seja simples porque todos são complexos. Mas um personagem menor no ensina a ter humildade, entender o tamanho daquele personagem e mostra o tamanho da sua energia, como você pode ser lembrado dentro de uma cena, mesmo você não sendo protagonista, é com verdade e vivência. Então, os grandes personagens e os menores me ensinaram muitas coisas, tenho um carinho especial por todos eles. Me marcaram personagens de época, como em “Lado a Lado”, que a gente ganhou Emmy. Outro personagem extremamente marcante, que era muito forte, que maltratava e tinha vergonha da própria mãe, que eu tive a honra de trabalhar com a Cássia Kis, em “Morde & Assopra!”, e que as pessoas tiveram a chance de ver o meu trabalho de uma outra forma. Depois disso eu amo fazer comédia, “Êta Mundo Bom!” Sem dúvida nenhuma tem um lugar gigante não meu coração, “Verão 90”, também tem um lugar gigante no meu coração, adorei ter um sotaque, era um personagem completamente diferente de mim, foi muito prazeroso fazer com a Claudia Raia, que é uma parceirona. As séries, que para mim são a mágica do que eu quero trabalhar. “A Fórmula”, que é divertidíssimo, onde fiz um personagem incrível, leve, especial, com a Luisa Arraes, Drica Moraes, Fábio Assunção. “Ilha de Ferro”, onde fiz meu primeiro vilão real, assassino, do mal, um cara perturbado. E sem dúvida nenhuma, um personagem que esteve recentemente no ar, o Leonardo, que tem uma relação de amor com o Cláudio (José Mayer) [em “Império”], foi uma história de amor muito bonita, que passou por muita dificuldade, preconceito. Eu poderia talhar aqui números de personagens, mas eu realmente tenho um carinho muito grande por todo eles.  E só finalizando, “Maldivas”, onde fiz um personagem muito novo, muito leve, diferente, com um diretor que eu sou muito fã, que é o José Alvarenga Jr., com uma condução de comédia tão diferente, com uma leveza e delicadeza no jogo. E, claro, essa nova porta que se abriu como apresentador, eu já vinha trabalhando isso pessoalmente, produzindo coisas minhas. O “Casamento às Cegas” veio para trazer um novo olhar, uma nova ramificação artística, não é um personagem, sou eu, mas há uma energia toda envolvida.

Klebber Toledo veste camiseta Moun Off, cueca Intimissimi e calça Empório Armani – Foto: Marcos Mello Cavalaria / Arte: Felipe Rodrigues

Teatro, cinema ou TV, o que gosta mais de fazer? Por quê?

Eu gosto de transitar entre eles. Tipo eu não seria feliz ficando só em um ou só em outro. O que me move é realmente isso, poder transitar entre todos eles. Mas eu posso dizer com toda certeza que o teatro tem um lugar muito especial dentro do meu coração, me move, até pela oportunidade de ter esse contato direto, de olhar no olho das pessoas, sentir na mesma hora o que as pessoas estão sentindo. Não tem preço, isso é incrível.

Como foi fazer o shooting para a capa de RG?

Gente, foi muito especial. Uma proposta que eu nunca tinha tido. É muito divertido poder fazer, criar. O fotógrafo e diretor, que é o Marcos Mello Cavalaria, é um amigo de muitos anos, um cara talentosíssimo, toda a equipe, o Bruno Uchôa, todos eles foram impecáveis. Então acho que foi um grande acerto e junto a isso uma expressão artística, onde eu posso transmitir uma energia, uma forma de pensar diferente. Espero que todos gostem.

Klebber Toledo veste Moun Off – Foto: Marcos Mello Cavalaria / Arte: Felipe Rodrigues

Você lida bem com fotografia ou é mais tímido?

Eu sempre fui bem tímido para fotografar, Klebber fotografando, eu acho que tenho uma sensação de liberdade maior quando é um personagem. Então, uma coisa que eu sempre tenho feito, é pensar em um personagem para fotografar também. Nesse caso especificamente, eu tentei trazer um personagem, de coisas que não são minhas exatamente, movimentos que não são meus. Eu tentei trabalhar de uma forma mais artística, não tão pessoal. Eu sou bem tímido, ainda que não pareça, porque converso bastante, sou bem comunicativo, também é uma forma de me dar tranquilidade. Quando e fico assim mais comunicativo, mais brincalhão, é um momento em que me sinto mais confortável, e consigo disfarçar minha timidez.

Como foi estar à frente do “Casamento às Cegas” ao lado de Camila Queiroz?

Eu já tinha apresentado outras coisas, como mestre de cerimônia, eventos, shows, o próprio teatro, estar ali olho no olho com as pessoas. Mas como Klebber foi a primeira vez que eu tive a oportunidade de fazer algo tão grande. E ter a Camila do meu lado, assim como para ela, traz uma segurança. A gente se apoia um no outro, nos ajudamos, trocamos, conversamos muito sobre, como a gente tem que fazer, o que precisamos mudar, melhorar. Acho que isso só acrescentou, não só para o nosso trabalho como para nossa relação também, fortalece muito caminhar junto, buscar evoluir junto é sempre muito legal. E “Casamento às Cegas” é um presente, poder apresentar um reality que fala de amor, que é a busca pelo amor verdadeiro, sem barreiras. Somos muito orgulhosos desse projeto. 

É bom trabalhar em dupla com a parceira?

Sempre é bom, a gente trabalha muito juntos, mesmo quando a gente não está apresentando um programa como o “Casamento às Cegas”, ou muitas vezes quando fizemos novelas juntos, a gente está sempre trabalhando também na parte de mídias, redes sociais, estou sempre desenvolvendo os conteúdos dela, faço toda a parte de direção, de filmagem, de fotografia, então posso brincar que eu sou um fotógrafo e videomaker constante dela. A gente acaba trabalhando muito mais do que a maioria das pessoas pode ver. É muito legal, funciona muito, a gente aprende muito um com o outro. E, claro, a gente tenta se empenhar, porque é a pessoa mais importante da vida da gente, e eu tento sempre puxar para oferecer coisas novas para ela, para que o trabalho dela fique cada vez mais bonito e eu possa estar ajudando ali. É só felicidade mesmo e seguir em frente, independentemente de qualquer atrito que possa ter por sermos um casal, que é normal, discordar ou não, mas é isso, trocar para crescer.

Como é atuar como apresentador, tirou de letra?

Como eu disse, já tive alguma intimidade com essa questão de poder apresentar, tanto em eventos como em outras situações, mas nunca foi assim, com um texto, onde você tem de estar com o seu olhar aberto, não é só passar uma informação, é sentir as pessoas, entender que formato é aquele. “Casamento às Cegas” é um grande experimento. Se as pessoas são capazes de desenvolver sentimentos reais, sem nunca terem visto aquela pessoa. Isso é muito interessante, e nós tínhamos que estar muito abertos. E também foi muito interessante exercer outros formatos, porque não era decorar um texto, era estar ali com a direção trocando no “ponto” com você, passando a informação que precisa ser passada. Eu não posso dizer que foi difícil, porque eu não senti dificuldade, muito pelo contrário, eu me senti muito tranquilo, estava trocando muita, estava disponível para esse projeto, esse experimento, foi muito prazeroso. Me modificou muito e me fez pensar no amor de tantas outras formas.

Você tem o sonho da paternidade? Planejam filhos?

Eu acredito que todo mundo que pensa em constituir uma família pense em tudo isso, nos filhos, como vai ser. Não que isso seja um pensamento constante, mas, claro, já pensei inúmeras vezes. Entendo que o meu momento de vida é extremamente agitado, eu quero estar livre para os meus filhos, mesmo que eu esteja trabalhando, quero ter uma rotina um pouco mais definida. E, hoje em dia, tanto eu como minha esposa, vivemos uma vida muito intensa, de muito trabalho, de muita correria. Temos certeza de que tudo vai acontecer no tempo certo. E quando vier vai ser uma bênção, a gente vai ser muito feliz, e eu quero, sim, sem dúvida nenhuma, ter filhos, muitos filhos, não sei o número, mas quantos a Camila quiser eu vou estar super disponível, eu vou adorar. Espero que um dos grandes pontos altos da minha vida seja a paternidade.

Klebber Toledo veste Prada – Foto: Marcos Mello Cavalaria / Arte: Felipe Rodrigues

Quais são seus próximos projetos?

Bom, a gente tem série aí pela frente, filme, logo eu vou poder falar mais, vai ser um grande lançamento. Temos mais uma temporada de “Casamento às Cegas”, e também temos para o segundo semestre de 2022, além de filme e teatro, que eu espero poder voltar com a minha produtora, estou reservado para novela, vai depender apenas da pandemia mesmo. Vamos torcer para que seja uma ano mais abençoado para todos, com muita saúde, que é muito importante. Tem uma série minha, que pretendo lançar o primeiro episódio agora, em dezembro, o segundo logo em janeiro, é uma série que fala sobre sustentabilidade e formas sustentáveis de gerar renda. Eu espero que tenha um retorno bacana do público, que eles se interessem. Sigo com meus projetos sociais e ambientais, buscando proteger tanto a natureza como as pessoas, e gerar renda e ajuda para quem precisa. Hoje eu faço várias ações, da nossa produtora, mas posso dizer que como padrinho, digamos assim, não só padrinho, mas como membro ativo, eu faço parte do grupo Eco Garopaba, da Prancha Ecológica, que a gente faz limpeza nas praias, oceanos, mares, desenvolvemos toda a consciência ambiental para que as pessoas cuidem da vida marinha, e faço parte também do Onçafari, que é uma ONG sem fins lucrativos que preserva as onças pintadas e todo o ecossistema, que faz com que elas possam sobreviver. Ela tem sete bases espalhadas pelo nosso País, uma das principais é a Caiman, que fica no Mato Grosso do Sul.

O que tem lido?

Eu gosto de ler algumas coisas ao mesmo tempo. Hoje eu testou lendo “Cérebro – Uma Biografia” e “Pequeno Tratado das Grandes Virtudes”. Junto a isso eu estou sempre lendo um roteiro ou outro, adoro ler peças, até para buscar coisas que eu gostaria de produzir também.

E o que gosta de escutar?

Eu gosto de escutar tudo, sem brincadeira, eu escuto de tudo. Adoro escutar o que as pessoas estão escutando, para conhecer o gosto delas e coisas novas, senão a gente fica muito no nosso pequeno mundinho, ciclicamente ouvindo as mesmas coisas. Mas eu posso dizer que sou apaixonado por MPB e rock, que vai desde Metallica a Legião Urbana, até Imagine Dragons, é um leque bem grande. MPB e gosto tanto das novas, como Duda Beat, eu acho ela fantástica, e tantos outros artistas novos que estão surgindo, até os nossos amados, Caetano, Gil, Gal, e por aí vai, que são as nossas pérolas. E não posso negar, eu sempre gostei muito de Los Hermanos, é uma pena que acabou, porque eu sempre curti muito, e ainda escuto muito a música deles.

Você foi jogador de vôlei, como cuida do corpo atualmente? Curte academia?

Eu fui jogador de vôlei, sim, fui da Federação Paulista, mas eu sempre gostei de esportes, sempre fui uma pessoa muito ativa, inquieto, precisava me movimentar para me sentir bem, acho que isso faz parte de mim desde sempre. Eu não tenho um ritual, gosto de atividade física, do esporte, do desafio. Hoje eu estou tentando superar os meus limites, não o limite do outro. Então se eu estou correndo, tendo fazer um pouquinho a mais, se estou surfando, tento fazer uma manobra nova, eu estou sempre fazendo um pouquinho de tudo. Faço academia, acho importantíssimo, senão eu estaria me lesionando muito mais, eu faço um trabalho de fortalecimento bem intenso, sou bem rigoroso, se não for de segunda a segunda, de segunda a sábado, com certeza. E paralelo a isso, esportes ao ar livre, esportes radiciais, surfe, skate, bike, remo, kitesurfe, que eu estou começando. Adoro também fazer um treininho de luta. O exercício físico para mim é também um condicionamento mental, que me alinha um pouco.

Você é um homem lindo, tem algum ritual de beleza? Algum cuidado especial?

Primeiramente obrigado pelo “homem lindo”. Eu acho que a definição de beleza é muito branda. Acho que tem várias formas de se achar alguém bonito, pelas atitudes, pela parte física, pelos olhos, boca, queixo, cabelo, pele, por tudo. Então eu acho que a beleza vai muito de cada um. Não tenho nenhum ritual de beleza, muito pelo contrário, atualmente o que mais tenho me preocupado é em usar protetor solar. É uma coisa que eu sempre fui muito relaxado, e fui ficando manchado com o tempo, então eu uso protetor sempre agora, para trabalhar, não importa, o tempo todo eu uso. E como eu pego muita praia, eu sempre passo um creme, senão a minha pele começa a ficar extremamente seca. Acredito que agora, um pouco mais velho, eu vou passar a me cuidar cada vez mais. Sou super a favor de métodos de beleza, cuidados como o corpo, acho que a pessoa tem de fazer o que faz ela feliz e bem, é muito importante você gostar do que vê no espelho.

Klebber Toledo veste camiseta Intimissimi, calça Empório Armani e botas Lucas Regal – Foto: Marcos Mello Cavalaria / Arte: Felipe Rodrigues

Como avalia o atual governo brasileiro e sua política anticultura?

Eu não consigo avaliar uma coisa que não existe. Não vejo um governo, sinto falta, assim como todos os brasileiros, de um líder real, que realmente faça com todos, e não com segmentos relacionados a si, governar para todos, olhar para todos, mudar esse País, trazer mais união e menos divisão, eu vejo muito dessa forma. Em relação a ser anticultura, isso é uma tristeza, né? Porque nós somos resultado da nossa cultura, nossa essência é a cultura, tudo o que nós bebemos, fazemos, comemos, vestimos faz parte da nossa cultura. A forma como a gente fala. Boicotar a cultura é tentar matar a história de um povo e o que há de mais belo no que é humano, vivo. Eu não vejo um país sem cultura, um país dividido conseguindo ir em frente. Eu só vejo um pais evoluir se ele estiver unido, e entende que a cultura é parte de um movimento de evolução, não separação, de retroceder. E eu clamo por mudanças, na verdade. Espero que todos os governantes vejam a importância da cultura, de se fazer arte, ainda mais durante uma pandemia, eu imagino quantas pessoas ficaram em casa e consumiram conteúdos diários, e isso ajudou com que o tempo passasse. Ao mesmo tempo, a cultura também educa, ensina muito, mostra diferentes pontos de vista contados em diferentes formas de histórias. Eu espero que todo e qualquer governante que esteja no poder olhe para a cultura como algo essencial, fundamental para o desenvolvimento humano de um país.

Tem alguma restrição alimentar ou come de tudo?

Hoje eu não como nada que venha dos rios e dos mares, nenhum fruto do mar, nenhum peixe, eu fiquei quase dois anos sem comer carne vermelha e carne suína, estava comendo só frango e pouquíssimo peixe, tentando eliminar aos poucos a carne, a proteína animal, pensando no meio ambiente. Não que seja errado você comer, mas está errada a forma como estamos produzindo e vendendo. Tem tanta coisa na prateleira para tanta gente que não pode comprar, né? Por que a gente está produzindo tanta comida para engordar um animal e depois matá-lo? Então, as minhas restrições vão além de se comer um animal ou de se comer uma planta, eu acho que é pensando no todo, em sustentabilidade mesmo, em um formato mais sustentável para que essa cadeia alimentar não destrua completamente o nosso ecossistema. Hoje eu enxergo a pesca como um grande vilão do nosso planeta. Está impactando direto na vida marinha, nos oceanos, na produção do oxigênio, então quando eu faço uma restrição alimentar é mais um movimento pensando no todo. É uma forma de protesto, por mais velada que seja. Espero que todo mundo pense um pouco mais em como a gente pode dosar, ninguém precisa comer carne todos os dias, peixe todos dias, a gente tem que pensar que a natureza é cíclica, algumas coisas não estão nesse momento, então a gente pode comer outras, e dá para variar durante a semana, fazer alguns dias sem carne, e mudar os seus hábitos ao poucos.

Mas para falar coisas que eu não gosto, eu detesto pedaços grandes de salsinha, cebolinha e alho-poró na comida, aí eu não como mesmo.

Klebber Toledo veste camiseta Moun Off, cueca Intimissimi e calça Empório Armani – Foto: Marcos Mello Cavalaria / Arte: Felipe Rodrigues

Gosta de cozinhar?

Eu adoro cozinhar, eu gosto de fazer mais coisas salgadas, não sou tão bom para fazer coisas doces, mas coisas salgadas eu vou bem, improviso bem, sigo pouca receita e tenho uma sensibilidade para a cozinha, e gosto também de arriscar. Mesmo que uma vez ou outra não tenha dado certo, geralmente vai bem. Gosto de fazer, especialmente, massas e molhos.

Como você lida com as redes sociais, já enfrentou algum perrengue com haters?

É muito interessante, eu tenho muita vontade de me comunicar mais com meus fãs e até com outras pessoas que não o sejam pelas redes sociais, com o meu formato, minha filosofia de vida, com meu estilo. Mas eu sinto muita dificuldade, eu não tenho o hábito de entrar, teclar, eu estou sempre trabalhando, ou cuidado de alguma coisa da casa, da família. Se eu tenho um tempo livre, vou praticar um esporte, fazer alguma outra coisa, então como eu não tenho o hábito de entrar para teclar, para ficar ali batendo um papo, isso acaba me distanciando um pouco. Mas é uma coisa que eu tenho muita vontade, eu entro, leio os comentários, dou uma olhadinha em tudo, mas eu queria conseguir interagir mais com as pessoas. Sei os nomes da galera, principalmente daqueles que são responsáveis pelos fã-clubes, mas realmente eu não tenho uma interação tão gigante, sempre que eu posso estou dividindo um pouco da minha vida, do meu dia a dia e das coisas que acredito, além de ser uma grande ferramenta de trabalho. Eu sou muito grato a todo público que acompanha meu movimento publicitário e curte meus conteúdos. Sobre haters, eu acho que são momentos, às vezes por personagens. Quando eu fiz o personagem de “Império”, que ele tinha um relacionamento com um homem mais velho, eu recebi bastante mensagem preconceituosa, mas isso acho que acontece, a gente tem que se posicionar, entender que existem pessoas que realmente não conseguem enxergar o mundo como ele realmente é, múltiplo, com pessoas completamente diferentes umas das outras, e que a gente tem que ter valores acima da educação, que é o respeito ao próximo, que é olhar a dignidade, a educação, a verdade do outro. Então, o principal é o respeito e o amor pelo próximo, não tem jeito. Eu não me afeto, não levo muito em consideração essas mensagens de ódio, e, se eu puder, eu deixo lá para as pessoas verem, eu não sou muito de apagar as coisas ruins. Deixo para que as pessoas vejam, e quem quiser se pronunciar, se pronuncia. Eu sou sempre contra qualquer debate mais agressivo. 

Klebber Toledo veste blazer Moun Off e cueca Intimissimi – Foto: Marcos Mello Cavalaria / Arte: Felipe Rodrigues

Que recado daria aos jovens que pretendem seguir sua carreira?

Eu acho que é muito simples. Primeiro, faça por si, não pela fama, não pelos seguidores, mas faça pela sua essência, o que você quer mostrar, o que você é, que precisa expor. Você quer colocar histórias, alcançar pessoas, e como você quer alcançar essas pessoas? Mudar o mundo ou mudar o seu mundo? Eu acho que são perguntas muito sérias porque eu vejo uma grande responsabilidade na nossa profissão. O ator ou a pessoa pública tem uma grande responsabilidade em comunicar e vai passar para o seu público. Saiba muito bem o que você quer e como quer, faça por você, de corpo e alma, se entregue sempre a cada personagem, a cada trabalho, e tenha certeza: o que é seu, é seu. Quando é para ser seu o personagem realmente te escolhe e você tem que perseverar  e estudar muito, é uma carreira em que o estudo faz toda a diferença, sem dúvida nenhuma. Estude muito, assista a muitos filmes, consuma muita arte, muito conteúdo artístico, que eu tenho certeza que vai te enriquecer demais. E, claro, valorize muito os mais velhos. Todos os atores mais velhos, todos os que escreveram o que a gente vive hoje para a arte, todos eles que sustentaram o que a gente conhece hoje como arte, valorize, beba da fonte e aprenda muito com eles. Os atores mais velhos sempre têm muita coisa para passar. Quanto mais o tempo passa, melhor nós ficamos, mais a gente vai aprendendo a ser humano.

Créditos

Neste editorial exclusivo, Klebber veste @emporioarmani, @intimissimibrasiloficial, @louisvuitton, @lucasregalbootsnbelts, @moun_off e @prada.

Foto: @marcosmellocavallaria;
Styling: @brunouchoa21;
Beleza: @ajanamarques;
Produção executiva: @octavio.od;
Retouch: @telhacriativa;
Produção de moda: @eulauracavalcante_.
Underwear: @intimissimi
Arte: @pheanacleto

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