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Leonardo Bittencourt: “Cena da morte de pais de Suzane von Richthofen foi difícil”

Foto: Estúdio Art

O ator amazonense Leonardo Bittencourt se destaca e colhe os frutos pela atuação nos filmes “O Menino que Matou Meus Pais” e “A Menina que Matou os Pais”, que conta a história, sob dois olhares diferentes, da morte dos pais de Suzane von Richthofen, levada a cabo por ela e pelos irmão Daniel e Cristian Cravinhos, todos condenados pelo crime. No primeiro filme, sob a visão de Suzane, Daniel é apresentado como um aproveitador dissimulado, enquanto no segundo, sob a visão dele, é um rapaz manipulado pela namorada. Com a repercussão do caso, os longas se popularizaram rapidamente, tornando-se um dos filmes mais assistidos do ano no Amazon Prime Video. 

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“Esse é o meu primeiro papel principal, e com muita responsabilidade por conta da proporção que essa história tem. Um crime que a gente não consegue entender até hoje – o que leva uma pessoa a se envolver no assassinato dos próprios pais? diz o ator. Mas é aí que mora o desafio, contar essa história de maneira fiel e responsável.’’

Versátil e talentoso, a vocação para a profissão não vem de hoje. Bittencourt já sabia o que queria para a vida desde garoto. Ainda criança, o ator sempre esteve presente nas peças teatrais escolares e nas aulas de teatro que a escola oferecia. Aos 19 anos, deixou para trás a faculdade de publicidade que cursava em sua cidade natal, Manaus, e decidiu se mudar para o Rio de Janeiro em busca de trilhar seus próprios caminhos, foi aí que ingressou na tradicional Casa das Artes de Laranjeira (CAL). 

Em 2018, deu vida a Hugo Rabelo, em “Malhação – Vidas Brasileiras”, na TV Globo, que ele considera um divisor de águas em sua carreira. No ano seguinte, ainda na mesma emissora, ele esteve na primeira temporada da série “Segunda Chamada”; projeto relevante que lança luz sobre questões sociais como a intolerância religiosa, gênero, relações familiares e, principalmente, sobre o poder transformador da educação brasileira. 

Com olhar direcionado para a dramaturgia, Bittencourt ainda tem mais trabalhos para lançar. Ele estará na série brasileira da Netflix “Temporada de Verão”, prevista para o início de 2022, que é estrelada também por Giovanna Lancellotti, Gabz, Jorge López e Andréi Luiz Frambach. Bittencourt viverá o personagem Rodrigo, antagonista da trama. Além disso, o artista também já está cotado para gravar um novo projeto com a Amazon Prime. 

Foto: Estúdio Art

Leia a seguir entrevista com o ator feira por RG.

De onde você é e onde vive atualmente?

Nasci e cresci em Manaus e morei até os meus 19 anos, quando decidi que seria necessário deixar minha cidade para cumprir objetivo de estudar teatro. Desde então vivo entre Rio de Janeiro e São Paulo por conta dos trabalhos. 

Com quantos anos começou a interpretar?

Desde pequeno me interesso pela criação. Inspirado nos grupos de improviso que via na internet, reproduzia aquilo como uma brincadeira entre meus amigos. Ainda na infância, gostava de ligar em canais coreanos na televisão, tirar o volume e brincar de dublar uma nova história por cima do que tava acontecendo. Acabou que após experiências frustrantes em outras faculdades, minha ficha caiu que deveria procurar me profissionalizar e aprender mais sobre aquilo que sempre foi minha diversão. 

Como foi sua passagem por “Malhação –  Vidas Brasileiras”? Foi um divisor de águas na sua trajetória? 

Aprendi muito na rotina das gravações: as responsabilidades que vão além do que se vê na frente das câmeras, e também foi o meu primeiro contato com o público de todo País. Foi com certeza um divisor de águas, além de ser uma verdadeira escola. Sou muito grato por essa experiência que engrandeceu tanto minha carreira quanto minha vida pessoal. 

Foto: Estúdio Art

Como surgiu o convite para filmar a história dos irmãos Cravinhos e Suzane von Richthofen?

Fui convidado para fazer os testes e tive a aprovação, algo que me deixou muito feliz, pois sabia que eu me desafiaria como ator, pois são grandes papéis assim, com esse alcance e relevância, que busco como profissional e contador de histórias. Essa oportunidade, inclusive, tem me aberto muitas portas.

 Foi difícil interpretar a cena da morte dos pais de Suzane?

 Sim. A cena do crime foi uma das últimas a serem filmadas e uma das mais tensas de se gravar. É um mergulho muito profundo em sensações que você vai descobrindo com sua atuação, com o olhar do diretor, com a potência dos diálogos. Existia uma grande responsabilidade em mostrar algo que passasse os relatos descritos. No final da cena, inclusive, fizemos uma oração em respeito às vítimas, cada um dentro de sua própria crença.

 Qual sua expectativa agora? Quais são os próximos projetos?

Eu espero continuar fazendo papéis que me desafiem como ator. Existem coisas que já havia gravado antes dos lançamentos dos filmes, e devem estrear agora em 2022, como em  “Temporada de verão”, na Netflix, e na participação que fiz para a próxima temporada de “Sob Pressão”. Já recebi outras propostas para protagonizar alguns projetos, mas nada que eu possa falar sobre, por enquanto.

Foto: Estúdio Art

Como lida com as redes sociais? Já enfrentou haters? 

Elas são meu espaço de descontração e até mesmo desabafo, compartilhando meus pensamentos ou discutindo assuntos que estão em alta. Gosto de ver a internet como um local que podemos buscar leveza para contrapor as coisas difíceis que existem na “vida real”. Penso que enquanto pessoa com alcance e também como parte do público da internet, busco o equilíbrio entre essa descontração e a responsabilidade de falar com um grande número de pessoas.

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