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Bruna Mascarenhas vai produzir curta-metragem sobre aborto

Foto: Flávio Melgarejo

Por Diogo Rufino Machado

A novata atriz Bruna Mascarenhas, que está bombando na Netflix, já ganhou e perdeu muito por ser feminista assumida, mas ela revela que tudo em exagero não é bom e que, na realidade, ela enquanto mulher só quer ser respeitada. Não quer estar acima de nenhum homem. E foi até bom as pessoas conhecerem melhor seu ideais, pois assim só ficam aqueles que realmente compartilham os mesmos que os dela.

Foto: Flávio Melgarejo

A atriz está pronta para voltar ao teatro, coisa que pretende encarar como seu próximo projeto, assim como a produção de um curta-metragem sobre aborto que levará a cabo ao lado de seu namorado, Tainã Stinghen, que é diretor e roteirista.

Leia a seguir entrevista de Bruna ao Site RG.

Bruna você deu um boom muito rápido na sua carreira em muito pouco tempo. Como você lida com isso?

Com muito pé no chão, o jogo nunca está ganho. Ainda tenho muitos projetos para fazer e muito o que aprender. Mas me sinto uma pessoa muito realizada e grata.

Foto: Flávio Melgarejo

Vi que você não teve um começo muito fácil, até trabalhou em um restaurante para se manter. Conta um pouquinho sobre isso para a gente.

Trabalhei no Ritz do Shopping Iguatemi, em SP. E amei muito a experiência. Uma amiga tinha me falado de alguns restaurantes que aceitavam atores, pessoas jovens, comunicativas. Então fui em busca. Em quatro dias já estava empregada. Eu só trabalhei no momento de experiência, os 45 primeiros dias. Na última semana foi quando eu passei para “Sintonia” e saí. Mas foi uma experiência muito rica, conheci pessoas incríveis, colegas de trabalho e clientes. Sempre fui muito comunicativa e sou ligada no 220. Até preferia trabalhar no almoço, era movimento sem parar. Tem coisas que levo para a vida, essa experiência com certeza é uma delas.

Foto: Flávio Melgarejo

“Sintonia” está bombando na Netflix. Você acha que o reconhecimento de séries é igual se você estivesse atuando em uma novela?

Acho que são meios diferentes, não tem muito como comparar. Por mais que a Netflix tenha chegado em muita gente, a realidade ainda é distante para muitos. A Globo, por exemplo, é superpopular e mais acessível, além de ser uma vitrine imediata.

Foto: Flávio Melgarejo

O feminismo “atrapalhou” um pouco a sua vida. Você não acha que há pessoas que são extremistas e que isso não é legal?

O feminismo nunca atrapalhou a minha vida, na verdade. Na minha adolescência e início da maior idade eu realmente fiquei radical, mas vejo como um processo que faz parte. São pensamentos e comportamentos muito estruturais e demandam tempo, escuta e estudo. Cada um acaba recebendo de uma forma. E quando eu perdi meus seguidores por um posicionamento achei até engraçado. Entendo que quanto mais eu me mostro como sou nas redes, por um lado eu perco seguidores (que de fato não me conheciam) e em compensação, fortaleço outros, que me curtem e/ou compartilham das mesmas ideias que eu. Acredito que o extremismo por si só já não é saudável e nunca é a melhor solução. O feminismo pede por equidade entre homens e mulheres, e não superioridade, e é nessa luta que eu acredito e que acho coerente. A gente não quer ser igual aos homens, queremos ser respeitadas e vistas da mesma forma e com a mesma importância, direitos e liberdades.

Foto: Flávio Melgarejo

O que a Bruna enquanto pessoa relevante na mídia tem feito para mudar o meio em que se insere?

Faço através das minhas atitudes, das minhas escolhas. Estou me inserindo nesse meio e espero poder aprender e acrescentar muito ainda.

Foto: Flávio Melgarejo

Pode nos falar quais são seus projetos e se tiver alguma mensagem pode deixar aqui para a gente?

Estou com alguns projetos quase saindo do papel e outros ainda embrionários. O que posso adiantar é que no ano que vem com certeza estarei voltando para o teatro. Não vejo a hora! Em relação ao audiovisual, vou começar a produzir um curta com meu namorado, Tainã Stinghen, que é diretor e roteirista. Em torno do tema do aborto e das escolhas que fazemos ao longo da vida. Também das situações que determinam outras escolhas. Aproveitando esse gancho, o meu recado é para que a gente possa agir, seguir o que pulsa dentro de nós e com o que temos. Às vezes adiamos projetos porque não temos a câmera ideal, o texto perfeito, a ideia mais incrível do mundo. Está tudo bem, o importante é a gente começar de algum lugar. Se arrisquem!

Créditos

Fotos: Flávio Melgarejo.
Styling: Yumi Kurita.
Beleza: Andrey Batista.
Assistentes de styling: Rafha Castro, Fernanda Garcia e Daiane Alve.s
Assistes de foto: Jorge Escudeiro e João Quattrucci.

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