O vídeo “Wajãpi”, trabalho do Estúdio Bijari em coautoria com o fotógrafo Victor Moriyama, apresenta a saga da tribo indígena que nomeia o trabalho, situada na região norte do Brasil. Enquanto introduz ao espectador um universo de imagens, que vão desde ícones da cultura indígena a paisagens, como testemunha da resistência ao genocído e à apropriação ilegal de terras indígenas. Exibido pela primeira vez em mostra individual no Centre Régional de la Photographie, em 2019, o filme agora ganha espaço no Festival Le Guess Who?, que acontece até 15 de novembro em Utrecht, na Holanda.
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“Wajãpi” é a designação de aproximadamente mil povos indígenas que vivem nas florestas do estado do Amapá, no extremo norte do Brasil. Sua língua nativa é o tupi-guarani e a tribo é a única representante desta família linguística na região. São conhecidos pela beleza dos seus festivais e acima de tudo, os rituais em honra à lanejar, a divindade símbolo do civilizador branco que, de acordo com as suas crenças, ameaça destruir a humanidade.
Desde 1996, a terra indígena Wajãpi é alvo de invasões por garimpeiros, embora a mineração seja oficialmente proibida. No início da década de 1970, uma epidemia de sarampo, disseminada pelo contato com pessoas brancas, resultou na morte de cerca de cem indivíduos Wajãpi, entre adultos e crianças. Já em 2003, as expressões gráficas e orais do povo foram reconhecidas pela Unesco como um patrimônio da humanidade. No vídeo produzido pelo Estúdio Bijari, um panorama é mostrado e transporta o público para estes acontecimentos.
No final, a câmera se move da selva profunda para o coração do poder político brasileiro, Brasília, enquanto milhares de indígenas de várias tribos se reúnem para um protesto massivo.