Cultura

Gruta: SP ganha espaço com produção artística e editora

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Foto: Divulgação

Difundir e promover a produção artística em um espaço plural e democrático, no qual artistas consagrados atuam ao lado de artistas emergentes em exposições, cursos, oficinas, debates e outras atividades, e ainda fomentar o mercado de arte com obras a preços mais acessíveis, mirando em novos colecionadores. Este é o objetivo da Gruta, novo espaço cultural de São Paulo, que abre suas portas no próximo sábado (13.11).

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Idealizada pelo trio de artistas e agentes culturais Athos Santiago, Camilla Bologna e Iran Costa, a Gruta ocupa um galpão de 12 metros da rua Vitorino Carmilo, na Barra Funda – mesmo local em que funciona, no andar de cima, a Associação Cultural Santa Cecília, espaço independente voltado à música, arte e gastronomia que existe desde 2008 e dialoga com a proposta do projeto.

A Gruta é composta por salas para exposições e cursos, acervo e um espaço para uma editora independente de gravuras de baixa tiragem e fanzines nacionais e internacionais assinados pelos artistas. O projeto vai reunir artistas, curadores e outros agentes do circuito das artes de forma experimental e colaborativa, funcionando como um híbrido entre uma galeria e um espaço institucional. “A Gruta é resultado de uma vivência intensa em diversos movimentos de expressão artística. É um espaço que nasce para difundir a arte dentro de todas as entranhas e formas de expressão”, afirma Costa.

Criada em meio à pandemia, a Gruta começou como um e-commerce de gravuras e pôsteres de artistas como Carlos Issa, Sesper, Fabio Zimbres, dentre outros que foram lançados pela Rolo Seco, editora da qual a Gruta assumiu todo o acervo. Em cerca de quatro meses no ar, o site comercializou obras para países como Argentina, Inglaterra e Estados Unidos, além do Brasil.

“Nós alcançamos um perfil de colecionador bem plural, pessoas de 24 a 60 anos que gostam de artes visuais, gostam de estar ligados aos artistas que estão despontando, mas não têm capital para grandes investimentos e por isso buscam obras a preços mais acessíveis”, explica Costa.

As portas da Gruta se abrem com a exposição “Estalagmite”, coletiva com curadoria de Lucas Velloso que reúne obras inéditas, pinturas, desenhos, tapeçarias e obras bidimensionais, dos artistas Carlos Dias, Fefe Talavera, Helena Obersteiner, Midi e Wagner Olino.

O título da mostra faz referência ao fenômeno estalagmite, que é a formação mineral que nasce nas grutas a partir do acúmulo de líquido no solo. “Os artistas têm, em sua maioria, formação autodidata, com boa parte ligada a subculturas independentes e urbanas, que foram acumulando seu próprio código e história. Esse passado é muito rico, o que possibilita voltar em cada uma das movimentações e conectar fluxos que operam como possíveis histórias da arte”, reflete Velloso.

Foto: Divulgação

Segundo o curador, os artistas selecionados para a primeira exposição traduzem a mensagem que a Gruta quer passar: como pensar a arte contemporânea a partir de uma lente do cenário independente e do underground paulistano. O gaúcho Carlos Dias, nome emblemático da arte urbana que despontou no início dos anos 2000 e que já ocupou um andar do Masp com pinturas abstratas, dá continuidade a sua investigação sobre composições e o abstrato e apresenta pinturas inéditas.

Fefe Talavera traz para a coletiva um trabalho bidimensional, uma espécie de máscara composta por conchas e sementes, que remete a um achado arqueológico. Filha de pais mexicanos, a artista traduz em seus trabalhos a sua ancestralidade. Nome mais novo da mostra, Helena Obersteiner apresenta suas tapeçarias em formatos irregulares, que remetem à vegetação. Representada pela Galeria Aura, ela também é tatuadora, designer gráfica e professora, com destaque para a criação do curso Desenhos Feios em 2019.

Nascido em São Miguel Paulista, o artista autodidata Midi traz para “Estalagmite” seus desenhos abstratos de cabeças negras, levantando questões sobre o corpo negro e a identidade. Trabalhando a partir da ironia e do ridículo, Wagner Olino expõe um políptico, um retábulo composto por painéis fixos ou móveis, de seis partes. São desenhos autobiográficos com características monstruosas e fálicas.

Em comum, todos os artistas carregam a dimensão abstrata em suas produções. “Os trabalhos não trazem nenhuma mensagem fechada, o que destoa do panorama do circuito de arte contemporânea atual. O público terá que entrar de fato na gruta e se enchafurdar para tirar possíveis interpretações do trabalho”, provoca Velloso.

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