Foto: LUIZCLAS
Por Diogo Rufino Machado
Ao lado de grandes atrizes, Day Mesquita foi escolhida a melhor atriz do ano em 2020. Além de como foi receber o prêmio Contigo, Day conta um pouco da sua carreira e como o vegetarianismo despertou a sua consciência ambiental.
Hoje, uma das maiores atrizes do País usa a arte que consome e produz para modificar padrões, questionar questões sociais e provocar mudanças.
Foto: LUIZCLAS
Day como você começou sua carreira como atriz? Conte um pouquinho de sua trajetória, por favor.
Meu primeiro contato com as artes foi aos sete anos de idade, quando comecei a fazer balé, a partir daí já comecei a sentir uma conexão com os palcos, desde criança. A vontade de ser atriz era algo que eu falava para meus pais desde muito nova, mas eles achavam que poderia ser apenas um sonho de criança. Aos 18 anos, quando resolvi de fato me tornar atriz, procurei uma escola de teatro e comecei um curso profissionalizante. Desde que concluí, fiz inúmeros cursos, testes, gravei várias campanhas publicitárias e, em paralelo a isso, também trabalhei como modelo. O primeiro teste de novela em que fui aprovada, foi com a personagem Amanda, da novela “Dance, Dance, Dance”, na Band, a antagonista da trama. A partir daí, outras oportunidades foram surgindo. São 14 anos de carreira, 8 novelas, 3 filmes, 6 peças teatrais e 2 séries.
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E como foi para você ter sido considerada a melhor atriz de 2020 segundo o Prêmio Contigo?
Uma honra e um grande reconhecimento do meu trabalho. A personagem Poderosa/Angélica foi muito especial para mim, um grande desafio muito prazeroso de ser feito. Sempre que me lembro de algum momento relacionado a esse trabalho, um sorriso logo aparece, pois foi essa a sensação que tive durante toda essa jornada. Tenho na memória lindas histórias de dias incríveis vivendo a Poderosa, mas finalizar esse ciclo ganhando o Prêmio Contigo de Melhor Atriz por esse trabalho foi realmente uma surpresa que encheu meu coração de alegria. Me sinto honrada em ter concorrido com atrizes gigantes que tanto admiro. Só de estar ali entre as selecionadas já era um super incentivo que só nos dá mais vontade de seguir fazendo o melhor possível, e estudando muito… Entre as indicadas, tinha a Glória Pires, que dispensa comentários, eu lembro até hoje de assistir “Mulheres de Areia” vidrada no trabalho impecável dela na construção de duas personagens tão diferentes. Adriana Esteves sempre será referência com suas atuações, a exemplo da icônica Carminha. Regina Casé estava brilhante em “Amor de Mãe”, assim como Taís Araújo, com quem já tive o prazer de contracenar em “Cheias de Charme”, e, além de grande talento, é uma mulher tão potente. Enfim, poderia ficar até amanhã destacando qualidades nessas atrizes que merecem todo o sucesso que conquistaram, as admiro muito imensamente.
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Além de atriz você tem sido extremamente atuante em questões ambientais, pode nos contar um pouco mais sobre isso?
Acredito que o vegetarianismo me abriu para um entendimento maior de outras questões também relacionadas ao meio ambiente. Entrando mais nesse universo do vegetarianismo e veganismo, e com maior disseminação de informações que temos a cada dia, pude constatar a importância dessa escolha que abrange não só a causa animal, como também a ambiental, já que o consumo de carne é um dos principais impulsionadores do desmatamento e também de emissão de CO2, o que gera o aquecimento global. Dentro do aspecto relacionado ao meio ambiente, venho cada vez mais adquirindo informações e as transformando em ações aos poucos, e acho que o conhecimento é um caminho sem volta. Fui fortalecendo essas convicções além de ter sentido a necessidade cada vez maior de abordar, trocar, aprender e compartilhar sobre elas. As pautas ambientais são urgentes, já está difícil reverter tudo que vem acontecendo, mas podemos parar e tentar fazer o possível. Então, se posso ser mais uma formiguinha no meio desse grande trabalho, farei isso com muito prazer.
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Você, enquanto pessoa pública, faz algo mais para mudar o meio que a cerca?
Acredito que a arte por si só já tem um poder de provocar, incitar reflexões e transformações não só para quem recebe/assiste, mas também para quem faz. Eu procuro estar sempre aberta a trocar, aprender e a evoluir com as personagens e os trabalhos que faço e também com aquilo que consumo, vejo, leio, assisto. Então, acredito que isso possa por vezes acontecer já por meio do meu trabalho, mas, além disso, busco ser alguém atuante também nas causas que acredito. A partir do momento em que fui ganhando um reconhecimento maior na minha profissão e senti que podia dar voz a essas causas, fui cada vez mais tendo a certeza que deveria me apropriar desse espaço também com minhas urgências coletivas. Leio e busco conhecimento para falar sobre os assuntos que me movem, mas sempre com a consciência que ainda tenho muito a aprender, e muitos conceitos equivocados a desconstruir diariamente, especialmente quando falo sobre assuntos que não são do meu lugar de fala ou domínio. Estar vigilante nas nossas atitudes diárias é um passo muito importante para de fato colocar em prática o que a gente sabe que é necessário. Vejo o momento atual como um momento muito importante, onde estamos discutindo e ressignificando muitos aspectos em nossos comportamentos em busca de maior justiça social e igualdade, então, busco fazer a minha parte para que possamos evoluir em questões como essas, além de muitas outras, como falei anteriormente, que julgo também de extrema importância, como o vegetarianismo e a consciência em questões como a do meio ambiente.
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A Day Mesquita já participou de várias novelas, mas nós queremos saber de futuro. O que vem de bom aí na carreira da Day? Pode nos contar?
Acabei de finalizar as gravações de uma nova minissérie intitulada “Tudo de Bom”. Minha personagem é a Simone Mantovani, a trama se passa em meados dos anos 80. A direção é do Ajax Camacho, que também roteirizou a história com Lúcio Manfredi e Ingrid Zavarezzi. Espero em breve poder falar mais detalhes da história e da minha personagem e sobre outros planos profissionais para o futuro. 🙂