Foto: Reprodução/Instagram/@rod3030
Com mais de 10 anos de estrada e muitas conquistas na bagagem, o cantor e compositor Rod decidiu aproveitar o hiato do grupo 3030 para listar essas “Coisas Que Realmente Importam”. Esse é o nome da sua terceira mixtape solo, projeto independente em que narra sua trajetória de erros e acertos que lhe fizeram viver do rap. As oito faixas já estão disponíveis nas plataformas digitais.
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No final de 2020, o grupo 3030 anunciou uma pausa nos projetos em conjunto e seus integrantes saíram em busca de suas raízes. Rod mergulhou ainda mais na cena do rap nacional e nas influências que o marcaram quando ainda estava tateando no gênero.
“Coisas Que Realmente Importam” resgata as sonoridades dos anos 2000, do hip hop norte-americano que aterrissou nos fones de ouvido do Rod em suas andanças pelos morros e asfaltos do Rio de Janeiro e que lhe dão norte neste momento de reflexão sobre a carreira.
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A ingenuidade de criança, os versos errantes de jovem, o anel de casamento, o crescimento do filho, o dinheiro para a creche, o orgulho da mãe… tudo isso vai para primeiro plano nas várias camadas de poesia do Rod.
“Coisas Que Realmente Importam” é o olhar mais sincero e profundo sobre a sua trajetória até aqui, numa tentativa de reacender a ousadia do menino que conseguiu realizar o sonho de ser o artista que é hoje. Rod já havia liberado duas prévias da nova mixtape com os singles “Quem Eu Sou” e “Tô Voando”, parceria com o rapper The Game. O projeto ainda conta com a participação de Drizzy, DK47, Guhhl, Rashid e Nyna. “Coisas Que Realmente Importam” foi produzido pelo selo Ninja Muzik, criado por Rod, em parceria com a TAS Record.
Veja a seguir o papo que RG teve com o rapper.
Como começou sua carreira? Com quantos anos?
Eu já escrevia, fazia meus raps, mas começo profissionalmente em 2009 quando conheço os meninos do 3030.
Por que o rap?
Eu sempre gostei muito de música, mas quando eu conheci o hip hop, e vi que além do rap, envolvia muito mais coisas, quando eu entendi tudo aquilo, parece que preencheu algo em mim. Eu realmente achei minha tribo.
Qual a influência desse gênero na sua vida?
O hip hop é tudo desde o dia em que eu o descobri. Minha vida começou a girar em torno dele. Me fez ser quem eu sou hoje, me ensinou muita coisa. Eu sou muito grato por tudo o que pude vivenciar nessa caminhada do hip hop.
Como se inspira para compor?
Eu tenho um estilo de composição bem diferente, eu não escrevo a letra nem no papel nem no computador, eu não escrevo, eu vou direto para o microfone, improvisando freestyle com ideias que eu vou criando na hora. Eu acabo me inspirando com tudo o que acontece. Então quando eu me permito a liberdade de entrar ali sem nada preconcebido, eu acabo sendo bem realista com os fatos da minha vida, e levo uma vibe mais espontânea para a composição.
Quando surgiu a ideia de uma carreira solo?
Antes de conhecer os meninos do 3030 eu já tinha minhas músicas solo, depois entrei de cabeça no grupo, mas eu sempre tive essa vontade comigo. Durante todo o tempo no 3030 eu lancei algumas músicas solo. Em 2020, durante a pandemia, achei que seria um bom momento, até pelo fato de o 3030 estar sem show e tal, por a gente estar em casa.
Pretende tocar os dois projetos simultaneamente, banda e carreira solo?
Sim. Todos nós do 3030 estamos fazendo nossas carreiras solo, buscando outras influências, outros caminhos, para expressar nossa individualidade e poder somar todas essas influências no grupo.
Quais os próximos lançamentos?
Acabei de lançar dois clipes, de “Baby” e “De Bandana”.
Foto: Reprodução/Instagram/@rod3030
Como surgiu a ideia da música que fala sobre levar seu filho para a creche? Que influência tem isso na sua vida?
É o que eu falei sobre como componho as músicas, fica uma coisa muito orgânica. Muito provavelmente nesse dia eu tinha levado ele para a creche mesmo. Eu acho que o rap é uma coisa muito pessoal, por isso que eu nunca cantei letras escritas por outras pessoas, nem solo nem no 3030, porque eu acho que o que tem de valioso no rap é a sua personalidade, e a paternidade, levar o meu filho para a creche faz muito parte da minha personalidade. Até pelo fato de eu ter crescido sem meu pai por perto, ter um filho, uma família era algo que eu já tinha como meta, poder viver esse tipo de momento com ele.
A paternidade mudou alguma coisa?
Com certeza. Foi uma coisa que eu sempre quis, e com certeza mudou meus parâmetros de vida. Você se transforma completamente. Acho que todo mundo que é pai ou mãe sabe do que eu estou falando. Então para mim foi muito importante como amadurecimento e uma transformação que me fez repensar várias áreas da minha vida. Comecei a construir um ambiente para ele, passei a priorizar outra pessoa, é uma das maiores mudanças da paternidade.
Pretende lançar álbuns solo?
Sim. Eu chamo de mixtape, acabei de lançar uma, “Coisas Que Realmente Importam”, eu escolhi uma temática para cada uma, mas estou me preparando para lançar um álbum oficial em 2022. Pretendo misturar mais as minhas influências e mostrar todos os meus lados. Eu acho oque nessas mixtapes eu estava me conhecendo como artista solo depois de tanto tempo no grupo.
Pensa em largar a banda e seguir apenas caminho solo?
Não, não penso. Eu acho que o solo é só um outro braço, entende? Era importante para a gente que está junto mais ou menos há 13 anos também se experimentar como indivíduo. Nós três somos muito diferentes, então estamos achando legal cada um vivenciar um pouco o seu universo particular.
Como lida com a fama?
Para mim é uma coisa normal, que eu já me acostumei de certa forma. E também foi uma coisa que eu sempre tive como objetivo na minha vida, então não é algo que tenha chegado a me incomodar em algum momento. Eu gosto muito de encontrar pessoas que gostam do meu trabalho, que me param, que tiram foto. E é sempre maravilhoso porque eu me sinto feliz de ser reconhecido pelo meu trabalho, e essas pessoas me dão a oportunidade de viver de rap.
E com as redes sociais?
Também, já crescemos, tanto eu como o 3030 na era das redes sociais. Eu lido bem, às vezes é preciso um distanciamento, largar um pouco, para não entrar numa neurose de ficar analisando os números, naquele universo de muita informação. Eu acho também que é uma coisa que vem com a música, então a gente tem que saber se adaptar e lidar da melhor forma.
Foto: Reprodução/Instagram/@rod3030
Com cuida do corpo?
Eu sempre fui um cara que fez muito esporte, e a pandemia parou um pouco isso, então este ano eu consegui voltar a cuidar melhor do meu corpo, tanto com exercícios físicos, quanto alimentação. Mas é uma busca constante.
Tem algo que não come? Alguma restrição?
Sim, eu sou vegetariano. Eu não como nenhuma carne, mas como os derivados, porque não sou vegano. Isso já tem sete anos e é porque eu acredito que o mundo seria melhor se a gente diminuísse o consumo de carnes, eu tento fazer minha parte nesse sentido.
O que tem ouvido?
Eu tenho ouvido o ritmo trabalho do Drake e do Kanye West, acompanho os dois desde o início das respectivas carreiras. Gosto muito deles. Tenho ouvido também grandes mestres do rap nacional.