Cultura

Antonio Saboia vive Daniel em “Deserto Particular”, filme brasileiro que disputa vaga no Oscar 2022

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Ator Antonio Saboia estreia mundialmente o filme “Deserto Particular” no Festival de Veneza – Foto: Divulgação

Depois de viver Maurício Gomes Carneiro em “Bacurau” (2019), o ator franco-brasileiro Antonio Saboia estreou no início de setembro o longa-metragem “Deserto Particular” no Festival de Veneza.

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O filme dirigido por Aly Muritiba é o representante brasileiro que disputa uma vaga no Oscar 2022 na categoria de Melhor Filme Internacional. A Academia Brasileira de Cinema, a ABC, anunciou esta novidade nesta sexta-feira (15.10). Outros 7 longa-metragens estavam no páreo.

Do mesmo diretor de “Para Minha Amada Morte” (2015), o filme convidado para a mostra de Venice Days narra a história de Daniel, um ex-policial afastado da corporação por episódios violentos que vive uma vida pacata até conhecer seu grande amor Sara por um aplicativo de relacionamento.

Em meio a um sumiço repentino, o homem de meia-idade decide atravessar o País em busca de seu grande amor no Sertão Nordestino. O que ele não esperava, então, era encontrar no fim desta viagem com seus próprios preconceitos e amarras sociais pré-estabelecidas.

Em entrevista ao RG, o ator conta detalhes de como foi a preparação para viver este novo personagem, revelando nuances interessantes de como ele se preparou para emprestar sua imagem a Daniel. Leia na íntegra.

Antonio Saboia vive o ex-policial Daniel, que vai para o Sertão Nordestino em busca de seu grande amor – Foto: Divulgação

RG – Você vive o Daniel no filme, né? Me conta um pouco sobre ele, seu personagem.

Antonio Saboia – Ele faz parte destas pessoas que cresceram em famílias tradicionais brasileiras que, muitas vezes, são conservadoras. Nunca questionou sua realidade e aquilo que lhe foi ensinado. Sempre enxergou a vida por meio de um prisma que emprestaram para ele porque era confortável. Não precisava se questionar. É um cara que, do nada, é colocado para questionar tudo o que aprendeu, tudo o que ele acha que vale a pena. Ele é um policial afastado por ter cometido um ato de violência. Trabalha como segurança e nada faz muito sentido na vida dele, quando o filme começa. De repente, ele conhece uma mulher chamada Sarah em um aplicativo de relacionamento. Nunca a viu pessoalmente, mas se apaixona profundamente por ela. Um dia, ela some e ele decidi ir atrás do grande amor, procurar ela no Nordeste.

RG – E como é que foi sua preparação para este personagem?

Antonio Saboia – Eu precisava encontrar esta violência represada do Daniel. Tinha que entender isso. Um cara que perdeu a mãe quando tinha 15 anos e, na minha leitura, isso desencadeou essa vivência violenta. Foi educado por um pai policial e um avô militar, então, um aprendizado bem rígido. Entender tudo isso e fazer essas conexões foi o primeiro passo para mim. Já com relação a personagem da Sarah, tivemos uma preparação bacana. Por eles somente dialogarem por telefone no filme, a gente fez um exercício de recriar essas ligações e chegamos a ficar sete horas no telefone. Foi genial, também, que a preparadora de elenco nunca deixava a gente se ver. Ela vendava nossos olhos, entravámos em sala de ensaio e começávamos a dialogar. Era só pela voz e pelo toque. Fomos nos conhecer no set de filmagem mesmo e foi importante demais essa experiência.

RG – E você se inspirou em personagens já existentes para compôr o Daniel?

Antonio Sabota – Quando eu li o roteiro pela primeira vez, veio diretamente na minha cabeça o personagem do Matthias Schoenaerts no filme “Ferrugem e Osso” (2012). Essa coisa tudo para baixo, mas em uma vibração intensa. Foi o comentário que fiz para a produtora de elenco. Quando ela comentou o Aly (diretor), ele disse que escreveu pensando nele e nos encontramos neste lugar.

RG – E você conhecia a atriz que interpreta a Sarah?

Antonio Saboia – Não, não conhecia. Na verdade, existe uma reviravolta no fim do filme que mexe com todas as convicções e crenças do personagem. O filme questiona o que se espera de um homem hoje em dia, as amarras estruturais da sociedade diante do que se enxerga como masculinidade. Ele se vê em um mar de questões e de novos olhares em meio a todos os seus preconceitos e necessidade de desconstruções, diante de questões machistas e homoafetivas. É muito interessante.

RG – E como foram as gravações? Gravaram por muito tempo?

Antonio Saboia – A gente gravou em Juazeiro, em Petrolina, durante um mês e meio e passamos duas semanas em Curitiba, gravando. Foram dois meses inteiros de gravação, mais um mês de preparação. Gravamos no fim de 2019, antes da pandemia se instalar.

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