Foto: Divulgação
Ela é ligada no 220 volts. Até na entrevista percebe-se como a cabeça de Fernanda Rocha Catania, a Foquinha, não para, e sua velocidade de pensamento mostra a quantas anda sua vida. Cheia de projetos para este ano e 2022, a jornalista e apresentadora do programa homônimo no YouTube – onde soma mais de 2 milhões de inscritos – mudou recentemente seu visual, aproveitando um momento de autoconhecimento que surgiu durante a pandemia. Questionada do por que da mudança, Foquinha é direta: cansou dos afazeres comuns antes da pandemia, como secar o cabelo, fazer babyliss e escova progressiva, e decidiu dar uma chance a ela mesma de reconhecer-se como era ao natural.
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“Tem uma questão, eu estava sempre passando secador de cabelo, fazendo babyliss, escova progressiva, e na pandemia não tinha mais nada disso, então fui começando a pensar. Me deu um pouco de medo, de saber como era, porque eu nem sabia mais como era o meu cabelo natural, então eu não sabia no que ia dar”, conta.
E deu supercerto. Desencanada de tantos afazeres com o visual do cabelo, ela acabou descobrindo formas de deixar os fios naturais sem muito compromisso, testando, quando tinha tempo, equipamentos que ajudassem na produção. “Uma que fiz e amei, foi a touca difusora. Aquela de cetim que você põe o secador na ponta, porque é muito prático.”
Sobre a recepção de seus seguidores com o novo visual, Foquinha conta que foi uma troca interessante, porque ao compartilhar suas imagens, ela recebia outras, e assim surgiu uma forma de empoderar outras meninas a fazer o mesmo.
Super família, a jornalista diz que eles, os pais e a irmã, são tudo para ela, além do namorado, André Brandt, com quem divide o podcast “Donos da Razão”, hospedado no Globoplay.
Aos 33 anos, a escorpiana também tomou outra decisão além de deixar o cabelo natural: resolveu parar de tomar pílulas anticoncepcionais. “Eu já tomava havia muito tempo, desde a minha adolescência, e comecei a refletir em relação aos hormônios. Passei a querer me conhecer melhor, conhecer o meu corpo. Eu queria ver como era o meu corpo sem o hormônio.”, explica.
Foto: Reprodução/Instagram/@foquinha
Foquinha não é adepta da cozinha, prefere deixar a função ao namorado. Mas diz que gosta de experimentar de tudo. Carne só come peixe, mas pretende abandonar o hábito assim como as outras carnes. Para manter a aparência e cuidar do corpo, faz algo que não gosta muito, treinar na academia do prédio onde mora. Mas é dedicada e faz pela saúde.
Leia entrevista completa que a apresentadora concedeu ao RG via Zoom.
Por que esse apelido?
Ah, vem da infância, por causa dos meus olhos, porque eles são escuros e redondos. Quando eu era pequena, eu tinha um olhão, e usava uma blusa de moletom cinza com capuz, e meus amigos começaram a dizer que eu parecia uma foquinha, e o apelido pegou. E é muita coincidência, porque depois eu fui fazer jornalismo e tal, e o iniciante nessa área é chamado de foca, então muita gente acha que o apelido vem daí, mas não.
Como descobriu o humor na sua carreira?
É uma coisa que tem a ver com o meu jeito, e acabo colocando no meu conteúdo de uma maneira natural. O meu conteúdo é de cultura pop, mas faço isso de forma leve, descontraída. É uma identidade minha.
Do que mais gosta de falar com seus seguidores?
Eu sou jornalista, e falo sobre cultura pop no meu canal no Youtube, também sobre música, série. Mas acho que o que eu mais gosto de falar mesmo é sobre música, tentando levar bastante informação nos assuntos, curiosidade que nem todo mundo sabe.
Em que momento decidiu deixar seu cabelo natural? Por quê?
Olha, foi agora, é uma coisa super-recente, que eu ainda estou entendendo. Foi durante a pandemia, quando teve uma transformação geral no mundo, e dentro de nós mesmos. Tem uma questão, eu estava sempre passando secador de cabelo, fazendo baby liss, escova progressiva, e na pandemia não tinha mais nada disso, então fui começando a pensar. Me deu um pouco de medo, de saber como era, porque eu nem sabia mais como era o meu cabelo natural, então eu não sabia no que ia dar. E nesta pandemia teve uma outra coisa que mudou em mim: eu parei de tomar pílula anticoncepcional, ou seja, foram coisas de mudança interna, mesmo. Foi um conjunto de mudanças.
Foto: Divulgação
E por que você parou de tomar anticoncepcional?
Eu já tomava havia muito tempo, desde a minha adolescência, e eu comecei a refletir em relação aos hormônios. Passei a querer me conhecer melhor, conhecer o meu corpo. Eu queria ver como era o meu corpo sem o hormônio. Essa coisa do autoconhecimento para mim foi muito forte na pandemia. Primeiro o cabelo, depois, a pílula.
E você sentiu muitas mudanças?
Sim. Foi tenso para a minha autoestima porque aí veio espinha, a pele ficou daquele jeito, o cabelo ficou diferente, tudo mudou, porque eu já estava bem adaptada com a pílula anticoncepcional.
Dá muito trabalho ter o cabelo natural?
É um processo. Trabalho e não sei se dá, mas é o processo de entender meu cabelo, saber como ele fica melhor com o meu rosto, e eu tenho testado muitas coisas. Uma que fiz e amei, foi a touca difusora. Aquela de cetim que você põe o secador na ponta, porque é muito prático. O mais difícil é conseguir tempo para testar as coisas. A touca difusora eu posso deixar funcionando e ir fazendo as minhas coisas. É uma maneira rápida e que não dá frizz.
Como foi a recepção do seu público com o novo visual?
Foi muito legal, porque eu fui mostrando aos poucos nos Stories. Eu recebi mensagens de muitas meninas que passaram pelo mesmo ou que estavam passando por aquilo, e isso me deu mais força para continuar. Outra coisa foi que compartilhando eu ajudei meninas que estavam passando pelo mesmo processo ou que queriam fazer e ainda não tinham tido coragem. É uma troca muito legal.
Então teve toda uma pegada de empoderamento.
Sim, com certeza, totalmente.
Pretende mudar o visual novamente?
Ai, eu não sei. Na pandemia outra coisa que aconteceu foi que eu tinha descolorido as mechas do meu cabelo, algo que eu nunca tinha feito, e fiz sozinha na pandemia. Agora estou querendo deixar o meu cabelo crescer, para ver como ele vai ficar, porque há muito tempo tenho usado ele mais curto. Então estou querendo ver ele grande, mas depois eu tenho certeza que vou cortar, cortar mais curto ainda, eu tenho vontade de descobrir o cabelo todo uma vez na vida. Sei lá.
Então com certeza nós vamos ver muitas foquinhas?
Acho que sim, risos.
O que você tem lido, ouvido?
Estou lendo um livro que se chama “Até o Fim”, do Harlan Coben, que é uma obra de suspense, e gosto de livros que me prendem. Tenho assistido muita série, como “Only Murders in the Building”, “Round 6”, coreana, muito doida. E música, eu estou gostando muito do álbum novo do Lil Nas X, o “Montero”, eu adoro música pop e o álbum é incrível.
Quais são seus planos de carreira para o futuro?
Tem a minha live de fim de ano, no YouTube, que é uma retrospectiva pop, que eu fiz no ano passado pela primeira vez, uma superprodução com convidados. Já estamos começando a produzir. E tem outros projetos, mas que não posso falar ainda porque envolve outras marcas. Mas tem muita coisa legal para rolar. Tem também meu podcast, “Donos da Razão”, que agora está no Globoplay.
E você que é tão ligada em música, já pensou em cantar?
Nossa, não. Não tenho esse talento, só no chuveiro mesmo.
Como você lida com as redes sociais, já teve haters ou algum problema nesse sentido?
Eu não sou uma pessoa que tem muito hater no dia a dia, mas já aconteceu e acontece de alguma pessoa não gostar de algum opinião minha. Eu não lido muito bem com isso, acho que ninguém lida, sobretudo quando envolve o meu lado profissional. Agora se falar mal da minha aparência, por exemplo, cada um tem o seu gosto, eu não ligo muito para isso, não. Mas se atacar o meu trabalho, eu fico chateada. Minha expectativa é sempre atingir as pessoas positivamente, sou muito exigente comigo. E eu estou nessa luta, como todos, de cuidar da minha saúde mental, então fico sempre ponderando se estou muito nas redes sociais, tento cuidar de mim.
Eu ia perguntar exatamente isso, como você cuida do corpo?
Eu estou numa fase de olhar um pouco mais para mim, coisa que nunca fiz porque sempre coloquei meu trabalho em primeiro lugar. Quando eu vejo, estou trabalhando o dia inteiro, o tempo todo. Então estou tentando me priorizar neste momento. A hora da minha sessão de terapia na semana é sagrada. Eu voltei a treinar na academia do prédio, que é uma coisa que eu não gosto, não gosto de academia, é para cuidar da saúde mesmo. Mas é algo recente.
Foto: Reprodução/Instagram/@foquinha
E você gosta de cozinhar?
Eu não cozinho, eu me viro, faço o básico. Em casa quem cozinha é o meu namorado, o André. Mas eu como de tudo, adoro experimentar coisas diferentes. Só não como carne, a única que ainda como é peixe, mas que também pretendo abandonar aos poucos.
E você tem bicho de estimação?
Tenho três, dois cachorros (Kinder e Pistache) e um gato (Mazaropi). Eu tinha um cachorro e o André um cachorro e um gato. Aí nós juntamos tudo.
Você pretende viajar após a pandemia, se sim para onde?
Eu e o Andre tínhamos uma plano de ir para o Japão nas Olimpíadas, nosso sonho é ir para o Japão, então eu quero realizar isso um dia. Mas, sinceramente, qualquer lugar será bom de ir, porque estou morrendo de vontade de viajar.