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Rita Lee ganha exposição no MIS

Rita Lee em exposição no MIS – Foto: Guilherme Samora

Mostra sobre a roqueira brasileira Rita Lee estreou nesta quinta-feira (23.09) no Museu de Imagem e Som (MIS). O “Samsung Rock Exhibition Rita Lee” é realizado pela Dançar Marketing em parceria com a Secretaria Especial da Cultura e tem uma série de artigos raros e preciosos. A exposição tem patrocínio da Samsung, XP, Porto Seguro e apoio da Uninassau.

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Acumuladora, como a própria Rita Lee se denomina, não faltou material para a mostra. “Vou adorar abrir meu baú e dividir as histórias que as traquitanas contam com quem for visitar”, diz Rita. Para tornar a exposição ainda mais única, quem passar por lá também poderá ouvir a própria cantora falar sobre seu acervo. QRCodes disponibilizados ao longo da instalação terão gravações da artista guiando os visitantes pelas peças.

A seleção de todo o material foi feita com a ajuda de várias pessoas, incluindo a cenografia de Chico Spinosa, figurinista e carnavalesco da Vai-Vai, direção artística de Guilherme Samora e curadoria de João Lee, filho da cantora. “Tem uma parte dessa história que vivi com ela e tem outra que não estava aqui ainda. Então, ver essas roupas, esses momentos tomarem vida, é muito emocionante”, afirma João. 

Perucas de Rita Lee em exposição – Foto: Guilherme Samora

Para Samora, a quantidade de material físico é um diferencial da mostra, que não depende do virtual. “E uma das grandes preciosidades é justamente ter o Chico Spinosa, que trabalhou com a Rita pela primeira vez em 1982, nessa viagem com a gente”, acrescenta. Toda ajuda é bem-vinda na hora de lidar com esses artigos tão preciosos para a história da cantora.

O roteiro da exposição quer apresentar uma roqueira cheia de cor que chega à Terra em um disco voador. Para isso, a equipe colocou trabalho em cada item, como a recriação do palco giratório da tour 1982-1983 – ou “O Circo”, como ficou conhecida -, tudo feito de forma artesanal.

Tudo isso graças a Spinosa, artista que se emocionou montando a exposição. “Encontrar com Rita Lee foi primordial para minha carreira. Rita mudou totalmente a minha maneira de ver. Conheci o pop, fiquei encantado com a energia, com o colorido e com a estética que essa mulher tem”, conta ele. Impressões que ficam claras na mostra, com uma explosão de cores, música e alegria.

A exposição é dividida em salas temáticas, e alguns itens, em especial, têm uma forte memória afetiva para Rita. É o caso do vestido de noiva de Leila Diniz e a bota prateada da Boutique Biba, ambos frutos de roubo, como contou a cantora. O vestido foi usado em uma apresentação dos Mutantes e nunca mais devolvido, enquanto as botas foram calçadas em uma loja da estilista Barbara Hulanick, em Londres, de onde Rita saiu caminhando sem pagar, em 1973. 

Mas Rita não só foi perdoada pela criadora das botas como ganhou dela os figurinos da tour “Babilônia” (1978), que também estão expostos. Outro item destacado pela cantora é o piano de mais de 100 anos que era de sua mãe, Chesa, instrumento com o qual ela teve o primeiro contato com a música. 

Outros momentos importantes da vida pessoal e da carreira de Rita Lee também são retratados na exposição, como a repressão da ditadura e o período na prisão, sua relação com a família e seu empenho com a causa animal.

Atualmente, aos 73 anos, a cantora luta contra um câncer primário no pulmão, diagnosticado em maio. Ela continua trabalhando, reagindo bem ao tratamento.

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