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Scalene retorna à música com faixa “Febril”: “Nos permitimos abraçar o caos”

Foto: Tate Wasabi/Divulgação

Depois de um respiro musical, o grupo Scalene, formado pelos artistas Gustavo Bertoni, Tomás Bertoni e Lucas Furtado, voltam à cena musical com a faixa “Febril“, que estreou em todas as plataformas digitais nesta sexta-feira (17.09).

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A música que estreou pelo selo slap, da gravadora Som Livre, chega também com videoclipe – que você pode assistir abaixo.

Em papo exclusivo com o RG, um dos integrantes, Gustavo Bertoni, conta sobre a experiência de voltar a criar músicas em meio ao isolamento social e revela quais foram as principais inspirações e referências deste trabalho, que sucedeu o EP “Fôlego” (2020).

RG – O que inspirou a composição de “Febril”?

Gustavo Bertoni – Era início da pandemia e o Lucão me mandou um vídeo de um show da banda Glassjaw. Conheço pouco, não são uma referência, mas fiquei ensandecido com a energia deles ao vivo. Fiquei basicamente rodando em círculos dentro do pequeno apê em que morava na época. A excitação aos poucos foi virando angústia e eu não tinha muito o que fazer. Normalmente, quando me sinto assim procuro relaxar, me equilibrar de algum jeito e, de certa forma, conter a excitação. Nosso disco “Respiro” foi composto muito nesta lógica da busca do equilíbrio. Para compor “Febril”, nos permitimos abraçar o caos. Canalizar a ansiedade em algo e não tentar controlá-la. A música nasceu dessa virada de chave e compomos a letra juntos, depois. Acabou sendo a mentalidade criativa para boa parte do álbum. 

Foto: Tate Wasabi/Divulgação

RG – A música passeia por momentos bem diferentes, alguns mais pesados e outros mais suaves. Qual ou quais foram os artistas e bandas que serviram como referência?

Gustavo Bertoni – Por mais que sejamos ainda um tanto jovens, entre 27 e 31 anos, já estamos indo para nosso quinto álbum. Temos pesquisado e agregado influências, ao ponto de começar a ficar meio difícil pontuar de onde veio o que. Acho isso libertador, uma sensação boa. Essa música me faz pensar no sentimento que o techno me traz, ao mesmo tempo que me lembra System Of A Down, banda que não escuto há uns dez anos. Uma galera vai ouvir “Febril” e pensar em Nine Inch Nails, que admiro muito mas confesso que conheço pouco. Certamente, tem nossa escola do post-hardcore nessa música, um pouco de grunge nos acordes da parte C, um pouco até de Metallica no segundo verso. Mas, numa sonoridade mais próxima do post rock contemporâneo que a gente curte. Vindo do mergulho em referências brasileiras e na MPB, do nosso último disco (Respiro), é inevitável que isso esteja nas entrelinhas das composições de agora em diante (letra, métrica, melodia). Sei lá, pra essa fase talvez tenhamos encontrado uma mistura dos nossos discos com um pé em novos territórios, mais darks e urbanos. É tentador “spoilar”, mas ainda não está na hora.

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