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A expansão do universo da criptoarte: a febre das NFTs

Foto: Divulgação/iStock

Hoje, já é possível encontrar uma série de sites ou galerias virtuais que vendem obras de arte com certificado digital. São criações de criptoartistas que estão vendo seus trabalhos cada dia mais valorizados financeiramente.

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Isso porque os NFTs (Non-Fungible Token, na sigla em inglês) são a nova febre do mundo da arte. Você pode subir na plataforma uma música, um vídeo, uma animação ou até uma arte diferente em JPEG.

Toda criação é válida, e as aplicações são infinitas. Inúmeros compositores, artistas plásticos, escritores e gamers já estão usando a autenticação de NTFs para assegurar a propriedade de suas obras e usufruindo das vantagens do valor único da escassez. Até mesmo empresas como Visa, SBT e Coca-Cola já lançaram NFTs.

Entre os principais criptoartistas do mundo está o designer Mike Winkelmann, conhecido como Beeple. A peça “Everydays – The First 5.000 Days”, um JPEG que reúne desenhos do artista em uma única imagem, ganhou incrível fama ao ser leiloada por US$ 69,3 milhões neste ano.

O que explica a compra de uma arte digital por preços tão elevados?

Primeiramente, é preciso entender que o termo criptoarte refere-se a uma arte digital com um código único anexado à obra, o que lhe confere um caráter exclusivo, como uma arte física.

Na arte digital, a verificação de autenticidade é feita por meio de um NFT, um token não fungível, que funciona como um selo criptográfico, vinculado a uma criação, que não pode ser replicado e garante a originalidade daquela peça.

Essa assinatura digital fica gravada em um banco de dados inviolável, o blockchain – o mesmo conceito que fundamenta criptomoedas como o Bitcoin -, e pode ser acessada em qualquer computador do mundo para comprovar se o código de determinada arte está ativo. Assim, qualquer pessoa pode criar o que vier à cabeça e incluir seus NFTs em uma plataforma de criptoativos para venda ou leilão.

Toda vez que um NFT for vendido por um artista ou proprietário de um bem colecionável, a pessoa recebe royalties de forma automática, sem a burocracia e as questões jurídicas implícitas na comercialização tradicional de uma obra de arte.

Uma revolução digital no mundo das artes

Você pode baixar na internet diversas réplicas da “Mona Lisa”, de Leonardo Da Vinci, mas só no Museu do Louvre encontrará a original. No universo da criptoarte, o conceito é parecido: é fácil replicar qualquer criação, mas o valor único do original é infinitamente mais valorizado. Como a plataforma de blockchain faz verificações constantes nos dados incluídos no sistema, é quase impossível falsificar as informações que foram registradas.

Se eu vender “Portinari.jpeg” para o João, não posso vender o mesmo “Portinari.jpeg” para a Maria, pois o blockchain sabe que eu já transferi a arte (e seu NFT) para o João. E, quanto maior a fama do criador, mais colecionadores se interessam por sua arte e mais valorizados ficam seus NFTs.

Um ótimo jeito de valorizar as criações

Um dos mais conhecidos e importantes museus do mundo anunciou há pouco a participação no mercado de NFTs. O Hermitage criou uma série de NFTs, replicando alguns dos mais de três milhões de itens do seu acervo.

Bandas como Linkin Park e Kings of Leon, por exemplo, já estão colhendo frutos com a inovação, seja em clipes ou em álbuns com versões em NFT, com benefícios diferenciados para os compradores.

Outro case de sucesso com os NFTs é o joguinho Cryptokitties, uma espécie de ecossistema de criação de gatos digitais únicos, onde você pode criar o seu com várias exclusividades.

É um novo modelo de negócios em andamento, com muito mais escala – em nível global – e descentralizado, o que reforça a autoria sobre as obras e aumenta o potencial de compra e venda das criações, tornando-as verdadeiros ativos digitais.

As artes digitais com o token NFT são registradas em um blockchain chamado Ethereum, e podem ser negociadas através de criptomoedas. O Ether ainda fica atrás do Bitcoin em valor de mercado, e, se você está pensando em como comprar Bitcoin, vale ficar sempre de olho nas novidades para diversificar sua carteira de investimentos.

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