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Carlos Mélo reflete sobre o Nordeste em exposição inédita em São Paulo

Artista Carlos Mélo estreia nova exposição em São Paulo – Foto: Divulgação

As flexões semânticas são características marcantes no trabalho processual do artista Carlos Mélo. É a partir delas que ele articula e ativa questões sobre lugares, como o Agreste e o Nordeste.

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Estes dois lugares são o foco da nova exposição do artista chamada “Transes, rituais e substâncias“, que chegou dia 14 de agosto em São Paulo, na Galeria Kogan Amaro. A mostra tem curadoria de Marcos Amaro e fica em cartaz até o dia 18 de setembro.

Foto: Divulgação

Pinturas, fotografias, esculturas, desenhos e painéis de neon são alguns dos suportes do conjunto de 16 obras inéditas exibidas na mostra. Em comum, elas buscam desfazer a ideia de nordeste, construindo um novo campo simbólico.

“Todo meu trabalho artístico em torno das questões do Nordeste tem como objetivo desmontar o seu estereótipo. A minha perspectiva é de uma região contemporânea, industrial e tecnológica, na qual as questões se dão a partir de uma realidade que não depende necessariamente da localização geográfica, mas sim de novos campos simbolistas”

As obras são feitas com diversos tecidos produzidos artesanalmente por uma cooperativa de costureiras que utilizam resíduos de fabricas de confecções. As esculturas criam uma forte referência às golas do ritmo maracatu, a mantos cerimoniais, e trazem uma reflexão em torno da modelagem e customização (paetês e spikes) das confecções de jeans na indústria no interior do estado.

Foto: Divulgação

Durante o período em que se aprofundava sobre a indústria têxtil, Carlos constatou o número crescente de motos com a finalidade de transporte de mercadoria, tanto no agreste, como no interior do Brasil, além do grande número de motoboys na cidade devido à pandemia. O resultado é a escultura com capacetes cascos, produzidas com resíduos de capacetes em desuso pelos motoboys de Itu onde o artista residiu e coletou em cooperação com a Associação de Motoboys da cidade.

A série abismos apresenta três auto-retratos que carregam referências ao Nordeste. Em um deles, a figura com cabeça de carranca, cria uma forte relação com as mitologias do Rio São Francisco e seus projetos de transposição representado com a cabeça de uma carranca, em outro desenho o homem parece flutuar coberto de ossos bovinos carregando entres as mãos um ramalhete de flores, e a terceira imagem traz um corpo barroco onde é possível notar um conjunto de ossos, capacete e flores sobre parte do corpo vestido com uma calça jeans.

Foto: Divulgação


“Transes, rituais e substâncias” – Carlos Mélo
Curadoria: Marcos Amaro
Local: Galeria Kogan Amaro – Alameda Franca, 1054 – Jardim Paulista
Abertura: 14 de agosto, sábado, das 11h às 17h
Período expositivo: 14 de agosto a 18 de setembro de 2021
Horário: segunda à sexta, das 11h às 19h e aos sábados, das 11h às 15h, com agendamento prévio
Informações: telefone (11) 3045-0755/0944 ou e-mail info@galeriakoganamaro.com

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