Acontece nos próximos dias 20, 21 e 22 de agosto o FAMQ-2021, Fonte de Artes do Morro do Querosene, um festival online e gratuito com mais de 70 atrações, e que luta – há 20 anos – pela criação do Parque da Fonte do Peabiru, localizado na região do Butantã, zona oeste de São Paulo.
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Nos três dias de evento, dezenas de artistas se revezarão em três estúdios para apresentações de samba de roda, capoeira, shows de reggae, rock, rap, salsa, forró e rodas de conversa sobre sustentabilidade, meio ambiente e urbanismo. O público também poderá conferir apresentações musicais de grandes artistas e bandas como Nasi, Happin Hood, Bloco Ilú Oba di Min, Dinho Nascimento, Barbatuques, Isca de Polícia, Orquestra de Berimbaus do Morro do Querosene entre outros.
O Festival FAMQ nasceu em 2015 devido à luta dos moradores do Morro do Querosene pela construção do Parque da Fonte do Peabiru (que ainda está fechado). Neste ano ,o evento também questiona a construção de um megaempreendimento imobiliário, que segundo os moradores, trará sérias consequências ambientais e de mobilidade para a região.
“O Parque da Fonte não é tão grande como o Parque Chácara do Jockey ou o Parque do Ibirapuera”, explica Cecília Pellegrini, organizadora do evento. “Nosso projeto é mantê-lo como ele é, queremos que as poucas construções sigam os princípios da permacultura. Desejamos tratar o esgoto localmente, criar nosso Centro Popular de Cultura, uma grande oca, talvez uma geodésica, para nossas rodas, festas e encontros culturais. Também queremos instalar o Centro de Documentação do Peabiru que, além de preencher uma lacuna de registros históricos, deve atrair peruanos e bolivianos interessados nos caminhos ancestrais de Abya-Yala”, completa.
O Morro do Querosene é local de encontros, artes e manifestações culturais. Com a pandemia, as ruas ficaram vazias e as festas tradicionais não aconteceram. Pelo segundo ano consecutivo o festival FAMQ acontecerá de forma virtual obedecendo todas as normas sanitárias e de distanciamento social. “Estamos vivendo um momento muito difícil para os brasileiros, o desânimo é grande, mas nós ainda temos forças”, conta conta Cecília. “Lutar pelo Parque da Fonte e contra a construção do condomínio na região parecem lutas pequenas, se comparadas a tantas outras, mas ganhar estas lutas é muito importante. Sozinhos, é mais difícil. Juntos, com toda a diversidade que nos é peculiar e que nos fortalece, podemos retomar o caminho da ética, da sanidade mental e da força que a opinião pública tem, finaliza a gestora.