Top

Marcel Octávio volta aos palcos com “Donna Summer – O Musical”

Foto: Divulgação

No ar em “Gênesis”, Marcel Octávio volta aos palcos, presencialmente, dia 2 de setembro. Ele está no elenco do “Donna Summer – O Musical“, sob a direção de ninguém menos que Miguel Falabella. 

SIGA O RG NO INSTAGRAM

No espetáculo, o ator dá vida a Neil Bogart, dono da primeira gravadora que fechou contrato com a Donna Summer. O personagem é o antagonista da trama, que vai começar a exigir mais e mais dela e tirar os lucros das vendas dos discos da cantora.

Carioca, mas morando em São Paulo, o ator de 34 anos, casado com a também atriz Mariana Gallindo, é dono de um talento incontestável. Quem o vê na tela já sabe disso, mas agora haverá a chance de vê-lo ao vivo musical, mas que fique claro que não é sua primeira peça, muito pelo contrário, ele é dono de vários papéis.

Octávio começou sua carreira fazendo aulas de teatro durante a adolescência, como outros atores, mas, diferentemente de tantos, ele não achava que essa seria a sua profissão. “Foi quando entrei na faculdade de direito que escolhi ser ator! Percebi que nenhuma outra coisa me traria tanta felicidade quanto atuar, daí troquei de faculdade e me formei em cinema pela PUC-Rio ao mesmo tempo em que estudava em duas escolas de teatro, O Tablado e o curso de teatro da Casa de Cultura Laura Alvim, conta. 

Tem boas lembranças do teatro, onde interpretou diferentes papéis, mas ficaram marcados alguns. “Tenho muitas saudades de interpretar o Woof, da montagem teatral de Hair”, em 2010; do Mundinho Falcão da primeira montagem teatral de “Gabriela – Cravo e Canela”, de Jorge Amado, uma peça linda; do meu primeiro personagem em uma novela, o Otavio de “Tempo de Amar”, do Jayme Monjardim; do Narrador do musical “Rocky Horror Show”, personagem terrivelmente engraçado, que me rendeu uma indicação de melhor ator coadjuvante em 2016.” 

Foto: Divulgação

Na pandemia não ficou parado, deu aulas online de música e canto. Ele e sua mulher, Mariana, criaram a Casa Henriquieta, um espaço cultural para artistas desenvolverem suas habilidades. “Eu criei meu curso de canto e voz, tanto online quanto presencial, utilizando nosso espaço. Já a Mari levou para o espaço seu projeto de dança com mulheres da terceira idade, o ‘Sexagenárias’”, conta.

Quer saber mais sobre ele? Continue lendo aqui nossa entrevista com o ator.

Como a música entra na sua vida?

Aprendi a cantar desde criança com minha mãe, Sonia Dumont, ela é cantora e professora de canto e sempre me incentivou a aprender música. Também estudo piano desde criança e depois fui estudar acordeon e violão. Acho que saber música sempre me ajudou, seja na vida pessoal ou no trabalho.

Durante a pandemia você deu aula de canto online, certo? Conte sobre essa experiência.

Sim, aliás, comecei a dar aulas por conta da pandemia. Eu sempre estudei muito, mas nunca tinha ensinado. Foi um processo novo para mim e não quero abandoná-lo nunca mais. Dar aula, seja presencial ou online me trouxe mais segurança, certeza do meu trabalho e também do que quero passar para quem deseja aprender o que sei. E essas aulas surgiram, na verdade, de algo maior, que foi a criação de um espaço cultural meu e da minha mulher, a Mariana Gallindo. No meio de 2020, criamos a Casa Henriquieta. Ela é um espaço cultural em São Paulo criado para artistas de diferentes áreas compartilharem seus conhecimentos e se aprofundarem em sua arte. Eu criei meu curso de canto e voz, tanto online quanto presencial, utilizando nosso espaço. Já a Mari levou para o espaço seu projeto de dança com mulheres da terceira idade, o “Sexagenárias”. Além disso, usamos o espaço para desenvolver e executar nosso primeiro show online, “Bug do Milênio” e já contamos com outros parceiros que utilizam o espaço nas mais diversas áreas artísticas: como produções de conteúdo audiovisual, aulas de balé clássico e artesanato. O nome é uma homenagem à avó da Mari, Dona Henriqueta, uma artista que acreditou no nosso sonho e nos cedeu o espaço para realizarmos o projeto. Todos que quiserem mais informações podem nos achar através do nosso site www.casahenriquieta.com.br.

Como foi parar na novela Gênesis?

A produção já estava me chamando para testes de personagens desde outubro de 2019, mas sempre acabava não rolando por um motivo ou outro, e tudo certo, são os riscos da profissão. Cheguei a fazer 5 testes nos estúdios para personagens diferentes. Foi então que em janeiro me ligaram com a notícia que o último teste tinha dado certo, era para o personagem Ian.

Qual seu papel na trama?

Ian é um dos filhos de Labão, o rico pastor de ovelhas pai das duas mulheres de Jacó, Lia e Raquel. Ele é um garoto debochado e mimado que busca a aprovação do pai para tudo, mas acha que não recebe atenção suficiente e desconta em suas irmãs por isso. Ao longo da trama estarei sempre perto do meu irmão mais velho, o Amir, tramando com nosso pai contra Jacó.

Foto: Divulgação

Vamos falar de “Donna Summer – O Musical”, em que você faz o papel de Neil Bogart, cuja caráter é questionável. Como surgiu o convite para a peça?

Eu fui chamado para as audições do “Donna Summer” em 2019. Audicionei para o personagem do Neil Bogart, empresário dela e do Bruce Sudano, o marido da Donna. No final de 2 semanas de testes, recebi a notícia que tinha sido chamado!

Fale sobe o personagem. Ele é um vilão, de alguma maneira?

Fiquei muito feliz de receber esse personagem. Ele é o antagonista dentro da peça, a força oposta à Donna, e ele tem esse lado questionável ao lidar com as finanças da Donna, mas não vejo ele como um vilão porque, ao mesmo tempo em que ele ganha dinheiro com ela, ele também descobriu a Donna e ajudou a lançá-la ao público, ele realmente se aproximou dela, eles foram amigos. Tanto que ela cantou em seu enterro, mesmo após os processos judiciais e a saída dela da gravadora do Neil, a Casablanca.

Como se preparou para o papel?

Estudei muito a vida do Neil através de matérias de jornal e da sua biografia. O Neil foi um cara visionário, lançou uma gravadora pequena, a Casablanca Records e virou sinônimo de qualidade durante o boom da era Disco, os grandes cantores da Disco eram da sua gravadora. Para entrar nesse clima de era Disco, também assisti ao filme clássico que representa essa era, o Studio 54, sobre a famosa boate homônima de Nova York.

Como é trabalhar com Miguel Falabella?

Esse já é meu terceiro trabalho com o Miguel e a cada vez, gosto mais de trabalhar com ele. Amo seu cuidado com o elenco e a sua visão artística da peça. O Miguel ama tanto aquilo que faz que isso passa para as outras pessoas, nós nos inspiramos pela sua paixão pela arte.

Quais são seus próximos projetos?

Estava ensaiando uma nova comédia musical com dois atores que iria estrear em São Paulo em maio do ano passado, mas por conta da pandemia, tivemos que parar nossos ensaios. Por enquanto não posso adiantar muito, apenas que vamos estreá-lo até o fim do segundo semestre aqui em São Paulo.

Você é ligado em moda? Se preocupa com isso? 

Eu gosto de me vestir bem, mas também procuro sempre me sentir confortável com o que uso. Minha bisavó era escritora e ela tem uma frase que eu acho que resume bem o que penso disso. “Moda é moda em qualquer tempo: soberana, manda mesmo.”

Foto: Divulgação

Como cuida da beleza, tem algum ritual? 

Cuido sim, muito protetor solar, não só para ir à praia, também para o trabalho, para sair na rua. Quando era adolescente, usava pouco, porém como ator aprendi a trabalhar com meu corpo e portanto, a cuidar bem dele.

E do corpo? 

Sigo o mesmo pensamento. Eu me mantenho em forma e pratico exercícios diários exatamente porque preciso do meu corpo preparado para tudo. Preparado para atuar, cantar e dançar.

Mais de Cultura