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Documentário sobre a travesti Luana Muniz estreia em seis capitais do Brasil

Foto: Divulgação

“Travesti não é bagunça!” O grito ouvido em uma das esquinas da Lapa, quando uma travesti bate num possível cliente, ecoou em milhões de televisores pelo programa “Profissão Repórter“, em 2010. A frase virou bordão, letra de funk e agora será ouvida em som “surround” nos cinemas. O documentário “Luana Muniz – Filha da Lua” revela os bastidores deste episódio e outras polêmicas na vida da Rainha da Lapa, como era conhecida.

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Luana saiu de casa na adolescência para se prostituir, modificou seu corpo durante a ditadura e trabalhou em diversos países da Europa. Ela não tem papas na língua, quando o assunto é drogas, sexo, violência e mercado de prostituição.

Administrava um Casarão na Lapa que hospedava travestis, onde cuidava de comportamento, prevenção e documentação. Sobretudo, se colocava como um exemplo para as outras. E conseguiu impor respeito, num momento em que travestis continuam sendo brutalmente agredidas no país. Não é à toa que era Presidente da Associação de Travestis do Rio de Janeiro.

A última temporada da peça “Gisberta“, com Luis Lobianco, prestou homenagem à Luana Muniz. A autora Gloria Perez a citou na novela “A Força do Querer“. E Padre Fabio de Melo fez um famoso sermão inspirado nela. São muitas as histórias curiosas. Desde a aproximação com a cantora Alcione, por conta do trabalho social e do espiritismo, até fofocas engraçadas passadas nos bastidores dos shows, que envolvem atrizes como Luma de Oliveira e Elke Maravilha.

A direção fica por conta da dupla Rian Córdova e Leonardo Menezes. Ambos saíram da TV para montar filmes mapeando a cena LGBTQIAP+. O primeiro foi sobre a transformista Lorna Washington no filme “Sobrevivendo a Supostas Perdas” em 2016. “Luana é uma daquelas personagens que vivem uma saga de heroína e a gente torce para que ela vire o jogo e vença no final”, destaca Leonardo. “Ela é uma das pessoas mais humanas e contundentes que conheci. Espero que a fome de viver dela inspire as pessoas”, declara Rian.

Luana se definia como uma “puta atriz” e conciliava as duas profissões. Ela se dividia entre as performances em cabarés e os programas com clientes. Agora é hora de conhecer sua vida mais de perto.

Entre os entrevistados estão a cantora Alcione, o ator Luis Lobianco, o padre Fabio de Melo, o repórter Felipe Suhre, a transformista Lorna Washington e muitos outros.

“Luana Muniz – Filha da Lua” conquistou o Prêmio de Melhor Longa no Festival de Gênero e Sexualidade do Rio no Cinema, Prêmio Escolha do Público no MixBrasil, Prêmio de Melhor Longa para Documentário no DIGO -Festival de Diversidade Sexual e Gênero de Goiás e Prêmio de Reconhecimento do Impact Docs Awards, da Califórnia.

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