Cultura

CHAMELEO lança clipe de “Enigma” com Carol Biazin e vai com tudo para o primeiro álbum

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CHAMELEO e Carol Biazin – Foto: Ernna Cost

O paranaense CHAMELEO, de 27 anos, nascido em Curitiba, e há 3 anos em São Paulo, é do tipo de pessoa que a gente gosta de conversar. Além da simpatia sem fim, ele é um artista de mão cheia. Formado em produção musical pela UCLA, na Califórnia, mora no bairro da Consolação, onde elabora seus trabalhos e seus contatos, que não são poucos. 

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Está solteiro e produzindo muito. Nesta sexta-feira (23.07), lança o clipe da música “Enigma”, um feat com a também paranaense Carol Biazin, cuja composição foi feita a cinco mãos – ele, Carol, Bibi, Amanda Coronha e Deco Martins.

Em papo com RG, CHAMELEO contou sobre sua história de vida, sua aceitação e sobre o processo de composição em grupo, coisa que curte muito fazer, e sobre o fato de ter ido gravar o som em sua terra natal. 

Ativista, andrógino, vaidoso e plugado no mundo da moda – para o qual já trabalhou como stylist, quando conheceu Pabllo Vittar -, CHAMELEO emprega toda a sua ousadia nas músicas e em suas criações. No Instagram mantém um conta divertida, em que posta diariamente, e onde arremata quase 50 mil seguidores. Nós, de RG, o seguimos, e gostamos muito do que vemos diariamente. Faz sorrir! Bom para começar o dia. Diz que já teve haters em sua conta, mas que lida bem com o assunto. 

Leia íntegra da entrevista a seguir.

Como nasce o artista CHAMELEO?

Ele já nasce sendo uma estrelinha. Tive o privilégio e a sorte de entrar no teatro muito cedo, com sete anos. Já tive o gostinho de estar em cima de um palco, então desde de muito cedo eu já sabia o que eu queria fazer. Aprendi a tocar guitarra, para uma peça, e acabei me apaixonando pela música. A atuação e a música andam muito de mãos dadas. E ali, logo em seguida, com 12 anos, já comecei a compor. Fiz faculdade de música, sou formado em produção musica pela UCLA, na Califórnia, por isso que meu início na música foi escrevendo em inglês, por ter morado fora. Com 15 anos eu fiz meu primeiro intercâmbio. Aí, eu comecei a lançar minhas primeiras músicas morando lá, era mais experimental, até porque era o começo. E eu sempre fui artista independente, sou até hoje. Então decido voltar para o Brasil, e dar esse passo do experimental para o pop. O que acho que veio muito com a minha aceitação de ser gay. Putz, eu sempre fui a bichinha do cabo de vassoura, cantando Britney Spears, mas na minha cabeça eu achava que eu não poderia fazer coreografia, rebolar, ter unha comprida e descer até o chão. O pop sempre esteve em mim, mas ele foi acontecendo aos poucos, com a minha própria aceitação. E foi quando eu me mudei para São Paulo que virei essa chavinha, do pop e de me abraçar por completo. 

Como surgiu a ideia da música “Enigma”?

Esse processo de escrever com galera foi o meu começo, sempre fazendo parcerias. Aí, uma colega, a Bibi, que é uma grande compositora, me chamou para compor uma música em conjunto no estúdio do Dudu Borges, para compor com amigos dela. Minha amiga tem uma gata chamada Enigma, e sugerimos que a música tivesse o nome dela. A ideia surgiu aí. 

E pensamos enigma, o que significa isso? Eu sempre fui atraído por relações enigmáticas, por pessoas diferentes, e que têm essa sensualidade que queria trazer para a música. Então começou assim. Compor em galera é muito legal porque você coloca a sua ideia, e vem outro e complementa e sai tudo muito rápido. A música fala sobre isso, sobre uma relação enigmática, sobre uma procura, a atração pelo estranho, pelo diferente. 

A música tem qual estilo?

É uma música novo pop, como gosto de chamar, não o pop que a gente pensa e vem a primeira coisa na cabeça. É uma mistura, indie pop, muito disseminado nos Estados Unidos. Mas eu gosto de chamar de pop, que é a vontade de você querer se comunicar com outras pessoas. É pop mas tem uma mistura de várias referências.

Por que gravar em Curitiba? A que se deve a escolha?

Então, tem essa produtora, o estúdio 172, que eu já acompanhava no Instagram, e eu acho o trabalho deles demais. E eu queria muito fazer uma produção local, porque eu sou de Curitiba, a Carol também é do Paraná, e os produtores também são de Curitiba. Pensei que estava na hora de reunir uma galera e mostrar um trabalho saindo de lá mesmo. 

CHAMELEO – Foto: Ernna Cost

Dá para contar um pouco do clipe, como é? Se só tem você e ou a Carol Biazin também aparece?

Não, a Carol aparece também, aliás, eu a conheci nas gravações do clipe. Eu conhecia o trabalho dela, mas pessoalmente, foi lá. Ela topou tudo, figurino, cenário, roteiro. Traz uma Carol que a gente nunca viu. A diretora do clipe, a Letícia Furtado, trabalha muito com  preto e branco, então o trabalho vem muito assim, e que combina muito com a vibe da música, com elementos que deixassem o clipe bem chique.

Pretende fazer alguma live para apresentar Enigma?

Olha, a gente está conversando, porque a Carol também está com uma agenda bastante cheia. Vamos fazer uma live divulgando, conversando, mas uma live de show por enquanto não tem data certa. Mas com certeza vai acontecer, sim.  

Tem previsão de shows?

Neste momento não, mas pretendo fazer. Sobretudo quando lançar o álbum, ainda neste ano. 

Quantas faixas vai ter o seu álbum?

Serão 11 faixas. São seis feats, e cinco só minhas. É um álbum bem pop, bem diferente do que a gente tem hoje em dia. Vai ter músicas bem “fritas”, música mais brasileira, música para a galera levantar o celular no show e chorar. É um álbum bem eclético, e meu nome é CHAMELEO, que vem de camaleão, que está sempre em constante transformação, que é uma coisa que eu levo para a minha vida pessoal e, principalmente, artística. Então no meu primeiro álbum não poderia ser diferente. 

Você é bem presente nas redes sociais, como lida com elas? Já sofreu ataque de haters essas coisas?

Ha, já sofri, sim, vira e mexe acontece, mas eu lido de uma forma bem tranquila. Acho que parte da pessoa, a pessoa está falando muito mais dela do que de mim, sou bem blindado quanto a isso. Eu gosto de estar bem presente nas redes sociais todos os dias. O Instagram foi uma das redes que me ajudaram a aceitar meu jeito maluquinho de ser. Porque as pessoas gostam muito desse meu jeito que eu tanto tempo reprimi. Foi um empurrão na construção de mim como pessoa e como artista também. Eu devo muito aos meus fãs, então faço questão de estar sempre presente ali, mostrando e conversando e fazendo as pessoas rirem. 

Você é vaidoso, como que você cuida da beleza?

Meu Deus, eu sou muito, muito. Eu amo cabelo, eu sou apaixonado por moda, eu trabalhei com moda. 

O que você fez em moda?

Eu trabalhei como stylist, inclusive, uma curiosidade, eu conheci a Pabllo [Vittar] trabalhando em produção de moda para o João Ribeiro, que é o stylist dela, e a gente se conheceu trabalhando, eu produzia looks para ela. Então minha expressão na moda é igual à musica. Eu amo me olhar no espelho e me mudar completamente, sou muito desapegado a cabelo, eu raspo, deixo crescer, pinto, gosto de estar sempre me transformando, como camaleão mesmo. 

 

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