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Paço das Artes abre 2ª exposição da Temporada de Projetos

Obra de Amanda Mei – Foto: Divulgação

Depois da primeira mostra da Temporada de Projetos em 2021, “Táticas de Desaparecimento” da curadora selecionada Nathalia Lavigne, é a vez de o Paço das Artes – instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo – inaugurar a segunda exposição do ano, agora com nove projetos artísticos. A mostra, gratuita, abre no próximo dia 10 de julho às 12h.

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A Temporada de Projetos – um dos mais longevos e importantes editais de arte contemporânea nacional – em sua última convocatória, recebeu mais de 300 projetos de todo o Brasil. A seleção dos trabalhos por um júri especializado aconteceu em 2019, mas em função da pandemia do novo coronavírus, a exibição prevista para 2020 teve que ser adiada para este ano. Os projetos selecionados foram: “Encontro Marcado II” de Amanda Mei, “Um dia com os Friesser” de Ana Caroline de Lima, “Lembranças de Paisagem” de Bruno Faria, “Objetos Funcionais” de Fábio Menino, “Força Volátil” de Fernando Soares, “Todo fragmento parte de um todo. Todo tempo é também fragmento” de Gabriel Torggler, “Simbiose” de Higo Joseph, “Rebote” de Rodrigo Linhares, e “Peso da Biblioteca Ausente” de Simone Moraes.

Obra de Ana Caroline Lima – Foto: Divulgação

Com linguagens e técnicas artísticas variadas, a mostra apresenta obras que vão desde pinturas e esculturas, até fotografia e videoinstalação. Em “Encontro Marcado II”, por exemplo, Amanda Mei propõe uma instalação com imagem e esculturas que sugerem o momento da explosão de pedras e meteoros. Já Ana Caroline de Lima em “Um dia com os Friesser”, apresenta uma série de fotografias do cotidiano de uma família boliviana que vive em uma sociedade cujo estilo de vida e vestimentas remetem o visitante a outros tempos, apesar de as fotos terem sido feitas em 2019.

Em uma referência a feiras de segunda mão, o artista pernambucano Bruno Faria, em “Lembranças de Paisagem”, criou dezenas de flâmulas em tecido, apresentando um panorama de paisagens de cidades brasileiras, enquanto Fábio Menino em “Objetos Funcionais”, traz um conjunto de pinturas cujas referências brincam com a “funcionalidade da arte” em objetos do cotidiano fabricados em escalas industriais.

Obra de Fabio Menino – Foto: Divulgação

Os trabalhos de Fernando Soares para a Temporada de Projetos, fazem parte de “Força”, uma série que explora a natureza do material utilizado nas obras onde conceitos de pintura, objeto e escultura são fundidos. Gabriel Torggler em “Todo fragmento parte de um todo. Todo tempo é também fragmento.” apresenta um conjunto de desenhos partindo do vazio do papel e da ideia de sua ocupação total através do desenho com bico de pena.

Na obra “Simbiose”, Higo Joseph propõe uma videoinstalação em quatro canais, com esculturas virtuais imaginadas e feitas a partir de software de modelagem 3D e reproduzidos em formato de vídeo em TVs distribuídas em uma sala. O público circula entre os monitores ouvindo o som de cada escultura que, inicialmente, são massas quase abstratas que flutuam e giram de forma lenta e contínua.

Obra de Fernando Soares – Foto: Divulgação

“Rebote”, do gaúcho Rodrigo Linhares, é formado por um conjunto de dez imagens, concebidas a partir da técnica chamada de desenho lavado. A palavra rebote foi escolhida a partir de investigações sobre sinônimos associados a rechaço, a refutar, associados àquilo que retorna e nos derruba, a ricochete, a reação e a destruição. Imagens que retornam de tempos em tempos em busca de novas leituras, uma inquietação sobre algo reconhecível, mas aterrorizante, que foge à racionalidade. As figuras mais recorrentes na pesquisa de Rodrigo são imagens dos corvos e autorretratos. 

Para a exposição, o artista mostra, pela primeira vez retratos de pessoas, todas de costas, como uma espécie de ato simbólico – dar as costas à morte. São retratos de amigos e familiares que teve contato durante o período de isolamento na pandemia, entre os meses de março e dezembro de 2020. Faz parte do conjunto um retrato em grandes dimensões de um pássaro preto morto.

Por fim, em “Peso da Biblioteca Ausente”, Simone Moraes apresenta uma instalação composta por um vídeo e livros que derivam de uma ação realizada na residência no Marp entre os anos de 2017 e 2019. O projeto tem o intuito dar luz – a partir de sua experiência e contato com os 4.301 livros do acervo – aos livros escritos por mulheres que constituem menos de 5% da coleção e, com isto, não somente questionar a ausência de mulheres nos espaços institucionais, mas também valorizar e expor a produção de conteúdo existente desenvolvidos pelas mesmas.

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