Foto: Cleber Corrêa
Barroso Eus traduz a pluralidade do indivíduo, sua divindade e desconstrução. O artista tem como objetivo dar corpo, voz e força para aquilo que é marginalizado pela sociedade, trazendo à tona temas sociais e de seu próprio universo. “É Sobre Nós” é como ele se define na arte.
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“Sonhos na Pele” surge como a união de dois projetos artísticos: o álbum musical de Barroso, “Vendo Sonhos”, e o projeto da artista plástica Louise Helène ao lado do fotógrafo Cleber Corrêa, “Passeio: Arte na Pele”.
Idealizado pelo artista, o novo trabalho tem como objetivo maximizar a potência de artistas negres e unir forças a partir da pluralidade artística de todos os envolvidos. O lançamento acontece no Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, neste sábado (03.07), data em que a primeira lei contra o racismo no Brasil foi aprovada. “Na narrativa em que vivemos, é necessário despertar também o gatilho da esperança, da fé e do amor. É mais uma maneira de seguir falando de encontros possíveis entre corpos e mundos, somando pra ser uma coisa só”, diz Barroso.
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Quatro obras selecionadas foram reproduzidas na pele de Barroso a partir das mãos de Louise, tendo seu resultado final retratado por Cleber. “Sonhos na Pele” chega como uma continuidade do álbum “Vendo Sonhos”, com obras que permeiam os quatro conceitos presentes no disco: origem, amar, coragem e sabedoria.
“Escolhi as obras que mais me atravessaram, que mais conversaram com as sensações que eu tenho no disco. O resultado final representa a possibilidade do encontro de cores e mundos num mesmo espaço, que é o projeto ‘Sonhos na Pele’”, conta Barroso. Os artistas que tiveram suas obras retratadas foram Adébayo Bolaji (Babel), Nenê Surreal (Sem título), Thainá Duarte (Amor Livre) e Santo (Cristalino).
A ideia se materializou a partir do projeto “Passeio: Arte na Pele”, realizado pela artista plástica, maquiadora, atriz e visagista Louise, em que reproduz obras de arte de pintores consagrados em seu próprio rosto. Por ele, ela já traduziu em maquiagem obras de Picasso, Tarsila do Amaral, Adriana Varejão, Gustav Klimt, Yayoi Kusama e muitos outros.
“Quanto mais formas artísticas a gente consegue envolver num projeto, a gente se potencializa e se amplia. O olhar de cada um de diferentes maneiras, o fazer artístico de cada um voltado para um mesmo objetivo. Essa união é muito potente, muito enriquecedora. É isso que eu busco enquanto artista”, diz Louise.
A sinergia entre os artistas se firmou a partir da participação de Barroso no projeto “Feito Tatuagem”, do fotógrafo Sergio Santoian em parceria com Louise. Nele, famosos e anônimos tiveram seus rostos gravados por palavras de grande significado para cada um dos convidados. Foi a partir dali que a artista plástica descobriu seu amor pela pintura corporal, sendo incentivo para a criação de seu próprio projeto.
Foto: Cleber Corrêa
“Fazer o projeto em outro corpo é como se fosse uma nova tela em branco. Foi muito marcante ter feito isso pela primeira vez no Barroso. Uma pessoa pintada vai muito além de reproduzir uma obra, porque pessoas têm histórias, trajetórias, expressões. Tudo isso é transmitido no resultado final. O projeto é como se fosse uma performance fotografada: a obra está viva na minha frente e à medida que vou pintando o quadro, enxergo algo completamente novo”, completa Louise.