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“Negras Cabeças” retrata a importância ancestral de penteados e adornos 

“Betsimisaraka”- Foto: Divulgação

No dia 25 de julho, Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a exposição “Negras Cabeças” apresenta digitalmente oito pinturas criadas pela artista visual ILLI, Íldima Lima, que têm como propósito estabelecer uma conexão visual-ancestral, partindo de referências e registros históricos de mulheres pertencentes a grupos étnicos que utilizavam penteados e adornos de cabeça como artifício de linguagem para expressar aspectos pertinentes à sua cultura. Nesta primeira fase serão apresentadas pinturas de mulheres das etnias Betsimisaraka, Mangbetu, Suri, Mursi, Mwila, Mbalantu, Fulani e Himba. A exposição inova ao criar um ambiente de visitação imersivo em formato de game interativo, produzido pela empresa Ops Game Studio, com trilha sonora original de Filipe Castro. Os espectadores podem acessar a exposição através do site Negras Cabeças Art, disponível a partir de 29 de junho.

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Na data que marca o dia internacional de luta e resistência para reafirmar a luta contra o racismo e o sexismo vivido por mulheres negras, a exposição “Negras Cabeças” é mais uma etapa para além da pintura, de ações da artista visual ILLI, que propõe-se a contribuir para a ressignificação imagética da mulher negra nas artes visuais, através do deslocamento e protagonismo como forma de representação e representantividade dos corpos negros. Através da materialização dessas memórias, o objetivo é que o recurso digital estabeleça uma conexão a debates da sociedade atual, onde temáticas de gênero, classe e raça, associadas ao fortalecimento das mulheres negras, sua apropriação estética, resgate ancestral e ocupação dos espaços a partir das diversas formas de representação, tendo como matriz simbólica a adoção do cabelo natural.

“Himba”- Foto: Divulgação

“É um olhar para a ancestralidade. Uma reverência às linguagens e tecnologias utilizadas por esses grupos para codificar mensagens através dos penteados, dos adornos, a fim de comunicar status e situações de interesse daqueles grupos, tendo se constituído com traços culturais definidores ao longo do tempo. Não à toa a cabeça é usada como suporte dessa conexão. A materialidade resultante concentra uma intersecção entre comunicação e arte, que podem ser lidos em duas instâncias: pela forma, expressão estética, e pelo conteúdo, expressão linguística. Há um princípio nesses grupos em se fazer entender pelo que se vê e como se vê. A exposição é uma celebração dessas etnias”, relata Illi. 

A exposição se apresenta de forma inédita ao se utilizar da mecânica da gamificação para criar um elo entre o contemporâneo e o ancestral, a partir da criação de ambientes imersivos, com interação em primeira pessoa, concedendo ao visitante autonomia para explorar cada um dos 3 mundos criados pela artista, onde cada obra apresentada está contida em um cenário que reproduz o bioma onde aquela etnia vive/viveu. O recurso foi utilizado para favorecer a conexão do visitante com a realidade espacial de cada grupo étnico.

“Mangbetu”- Foto: Divulgação

“A gente construiu um universo do zero e a proposta é que através do processo de gamificação, a exposição aconteça de uma maneira que o espectador tenha uma experiência de visitação em um processo imersivo. A ideia é que a exposição faça a pessoa se sentir dentro de um jogo com comandos de movimentação, como caminhar e girar, para que assim possa ter uma percepção completa do ambiente e interação com as obras”, conta Illi.

“Mbalantu” – Foto: Divulgação

O projeto Negras Cabeças tem o incentivo da Lei Aldir Blanc, Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE, Secretaria de Cultura de Pernambuco, Governo de Pernambuco, Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.

SERVIÇO

Negras Cabeças – Exposição virtual gamificada que retrata a importância ancestral de penteados e adornos de cabeça como artifício de linguagem para grupos étnicos.

Data: De 29/06 a 30/12.

Acessar em: http://www.negrascabecas.art.

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