Depois de rodar o mundo pelos festivais, o documentário “Orlamundo” chega às plataformas digitais em formato on demand (aluguel). O longa é uma ode à música, à cultura, às diferenças, usando como base a trajetória de Orlando Morais. “Como artista, amo me aventurar em ritmos e realidades completamente diferentes do que as pessoas estão habituados a me conectar”, explica o cantor que levou músicos e amigos para uma aventura sem roteiro algum sob direção de Alexandre Bouchet e idealização do próprio artista.
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Rodado praticamente todo no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, há trechos captados na quadra da escola de samba Portela, no Rio de Janeiro. “Nos encontramos, vivemos, compomos, cantamos, conversamos, tudo da maneira mais orgânica possível, assim como inspiração e a música deve ser feita”, conta Morais.
Na música, após lançar o single “Le Silence Tue” (gravado em 2004), com Branford Marsalis, Peter Gabriel e Sting, o projeto deve sair completo no segundo semestre em dois álbuns, intitulados”Le Pop” e “Le Jazz”. Também promete o álbum “RN2”, de sua banda Rivière Noire, até o fim deste ano. Para 2022, está a caminho álbum de samba com a Velha Guarda da Portela, além de uma vontade de produzir uma segunda parte “Orlamundo”. Leia a íntegra da conversa:
Qual a importância de ter essa boa performance nos festivais?
Acho que é uma chancela de olhos atentos que sempre são bem vindos. Por mais que a gente faça um trabalho, seja qual for, para primeiro nós mesmos ficarmos felizes, quando o outro olha sua obra e enxerga aquilo que você quis passar, é uma sensação maravilhosa. A arte, seja da maneira que for, precisa tocar. E conseguir isso, seja sendo vencedor na categoria de “Melhor Documentário” no Los Angeles Independent Film Festival Awards ou mais tarde estreando aqui no Brasil durante o 47° Festival de Gramado, é uma honraria sem tamanho.
De onde veio a ideia do filme?
A ideia veio de um show que eu fiz com o Rivière Noire, que é um grupo que tenho formado na França. Fizemos uma turnê cantando e tocando com alguns artistas de várias partes do mundo e diversos amigos nossos assistiram e viram tanta verdade naquilo que começaram a sugerir um filme, um documentário e foi assim que comecei a maturar uma ideia. Acabei decidindo levar para os Lençóis Maranhenses artistas incríveis e todos sem roteiro algum. Nos encontramos, vivemos, compomos, cantamos, conversamos, tudo da maneira mais orgânica possível, assim como inspiração e a música deve ser feita.
Qual o diferencial desse filme para o que você faz na música?
Eu acredito que “Orlamundo” não seja necessariamente diferente da minha carreira na música e sim uma extensão dela. É uma ode à música, à cultura, às diferenças e a importância destas em nossas vida, sabe? Como artista, amo me aventurar em ritmos e realidades completamente diferentes do que as pessoas estão habituados a me conectar. Por exemplo, participam dele a Velha Guarda da Portela, e em 2022 vamos juntos lançar um álbum que já está gravado de samba, além de Jean Lamoot, meu amigo irmão, um grande produtor musical na França e que é baixista no grupo que formamos juntos, o Rivière Noire. Gosto de experimentar, conhecer, para mim existe uma beleza singular nas diferenças e uma igualdade que somente em polos tão distantes podem ser encontradas.
O longa terá sequência? Ou outro projeto em vídeo que já esteja articulando?
“Orlamundo” foi um projeto tão gostoso, tão lindo de fazer, que seria incrível ter uma sequência. Quem sabe? Gosto de deixar as coisas acontecerem e os planos vão aparecendo. Seria uma delícia, sim, um “Orlamundo 2”. Mas, neste momento, meus próximos passos estão sendo mais focados na música:, tanto que recentemente lancei o single “Le Silence Tue”, com Branford Marsalis, Peter Gabriel e Sting, gravado em 2004. O projeto deve sair inteiro no segundo semestre em dois álbuns intitulados “Le Pop” e “Le Jazz”.