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Hylka Maria, a Agar de “Gênesis”, se lança em série autoral

Foto: Beto Urbano

Hylka Maria, 36 anos, é formada em cinema e mora no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro. Lá, atualmente, ela encara Agar, sua personagem na novela “Gênesis”, da RecordTV. A atriz carioca, nascida em Niterói, já atuou em “A Força do Querer”, da Rede Globo, e participou do programa “Dancing Brasil”, à época apresentado por Xuxa Meneghel. Ela também é a vilã Alana, da segunda temporada da série Argentina “BIA”, do Disney Channel, gravada em castelhano, em Buenos Aires, e exibida em toda América Latina e Europa. No Brasil a transmissão é feita por meio da plataforma Disney Plus, onde é dublada.

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Hylka também trabalhou como modelo de publicidade em terras mexicanas, fez uma participação marcante na série “O Caçador”, da Rede Globo, onde interpreta a stripper Vanessa, ao lado de Cauã Reymond. Em 2017, participou da quarta temporada da série “Os Suburbanos”, do Multishow, e, em 2019, participou do elenco da série “Jezabel”, da RecordTV, que foi gravada em Paulínia-SP e no Marrocos.

Com esse currículo extenso, sem contar suas participações em peças teatrais, ela está, agora, determinada a seguir outros passos. Hilka  e o namorado, o cineasta argentino Sebastián D’Angelo, estão criando uma série sobre física quântica, onde, além de atuar como atriz, ela estará por trás das câmeras também. Ou seja preparem-se que vem novidade boa por aí.

Leia a seguir entrevista dada ao RG por email.

Foto: Beto Urbano

Como você inicia na carreira de modelo e quais trabalhos fez?

Comecei profissionalmente como modelo aos 9 anos, desfilando e fotografando para lojas infantis do Rio, como por exemplo O Bicho Comeu, muito famosa nos anos 1990. Além de ser modelo de prova para a antiga Mesbla e comerciais de TV.

Como nasce a atriz Hilka Maria?

As agências das quais eu fazia parte do casting, além de me chamarem para os testes de comerciais de TV, começaram também a me enviar para testes de novelas da Globo. E foi aí, aos 10 anos, que comecei a me aventurar em decorar textos, cenas. Minha mãe percebeu o meu prazer em tudo aquilo e acabou investindo em cursos de teatro e atuação para TV. Cheguei a fazer algumas peças de teatro amadoras, e no ano seguinte, aos 11 anos, foi que estreei profissionalmente como atriz na novela “O Campeão”, da TV Bandeirantes.

Hilka como Agar, de “Gênesis”- Foto: Divulgação

Como está sendo filmar Agar, na novela “Gênesis”, da RecordTV?

Está sendo uma grande faculdade! (Risos) Por diversos motivos, sinto que esse projeto está me lapidando como atriz e como ser humano. Nunca tive uma personagem tão grande e tão complexa como a Agar. Nunca fui tão demandada emocional e fisicamente como nesta novela. A quantidade de cenas de emoção, texto… tem sido um grande desafio. Agregado ao fato de estarmos gravando durante uma pandemia, o que torna tudo mais tenso.

Conte um pouco sobre sua personagem e a importância dela na trama.

Agar é uma jovem egípcia rica, filha de um governador corrupto que, sendo obrigada a pagar pelos erros de seu pai, acaba sendo obrigada a ser serva de Sara, esposa de Abraão, e a seguir com eles em sua jornada, deixando para trás sua família no Egito.

Na verdade, Agar completa o trio central e fio condutor desta fase da novela. É ela que, a pedido de Sara, torna-se mãe do filho primogênito de Abraão. Uma história bíblica bastante humana e absolutamente conflituosa.

Hylka nem “Bia” -Foto: Disney Channel

E sua personagem Alana, de “BIA”, conte sobre essa sua experiência que é gravada em espanhol.

Foi uma experiência deliciosa, pois o projeto contava com um elenco multicultural, plural. Havia atores da Colômbia, Venezuela, México, Espanha, Argentina e Brasil. O maior desafio para mim foi interpretar em castelhano, que é diferente do espanhol mexicano o qual eu sempre falei, por ter vivido por dois nos no México.

Alana é um vilã inescrupulosa, e mesmo eu sendo brasileira, era viúva de um argentino e tinha todo um passado na Argentina. Foi muito rica a experiência de ver como os técnicos do audiovisual na Argentina são comprometidos e saber que este mercado que não me conhecia me abraçou de forma tão respeitosa.

Como é gravar em outro idioma, você se sente confortável?

Atuar em outro idioma é sempre uma questão a mais para se preocupar, ainda que eu fale fluentemente. A sorte que eu tive neste projeto foi que a minha personagem também era brasileira, o que me possibilitou a liberdade de um sotaque mais “abrasileirado”. Mas o fato de eu já ter morado fora em países onde tive que estritamente me comunicar em inglês ou espanhol, afortunadamente me deram uma segurança maior para encarar projetos como BIA”.

E a recepção dos colegas em um série estrangeira?

A recepção que tive foi a mais simpática possível. Ainda que eu tenha entrado apenas na segunda temporada, e a maioria já estivesse gravando junto desde a primeira, todos me receberam de braços abertos dispostos a me acolher naquela salada de múltiplas nacionalidades e sotaques. Fora que, todos, sem exceção, tinham uma prévia simpatia por tudo e todos que sejam do Brasil.

Foto: Beto Urbano

Tem projetos para cinema, série ou teatro? Se sim, quais?

Sim, tenho projetos próprios, independentes para série, onde figuro não só como atriz, mas também como produtora e corroteirista.

Conte sobre seu projeto com seu namorado, Sebastián D’Angelo?

Sebastián é diretor e roteirista e alimentou em mim minha pluralidade como artista. Juntos temos escrito projetos não só de ficção, mas também um de turismo. Estamos agora captando verba para começarmos a filmar um deles na Argentina, que é uma série de ficção científica ligada à física quântica, que ambos escrevemos juntos e onde eu serei a protagonista.

Como você se vê dentro do feminismo? 

Meu feminismo se dá no campo da ação, com um olhar rigoroso e diário sobre as minhas atitudes e crenças machistas. Como a maioria, fui educada dentro de um conceito absolutamente patriarcal, numa família tradicional onde os homens sempre tiveram mais privilégios. Então, o que tento é na minha vida cotidiana ressignificar minhas crenças, atualizar minhas atitudes, em casa, na rua ou no trabalho. Tento começar por mim a mudança que quero ver no mundo.

E a causa preta, como avalia o movimento nas redes sociais?

As redes sociais podem ser uma bênção ou uma maldição, depende de quem a usa nesse sentido. Acho muito importante a liberdade e a possibilidade de acesso à informação em tempo real que as redes vêm nos proporcionando nessa causa, em específico. Através dela, eu, particularmente, pude conhecer artistas, poetas, intelectuais pretos que antes não conhecia. Me inteirei de leis e questões  burocráticas sobre o tema que antes nunca tinha ouvido falar. Acho um ganho imensurável não termos mais que depender apenas dos jornais tradicionais, em sua maioria parciais. As redes nos proporcionam a chance de checar os fatos de diferentes pontos de vista, abrindo espaço para um diálogo antes nunca visto.

Foto: Beto Urbano

Como cuida da beleza, tem algum ritual?

Nunca consegui ter disciplina para essas coisas, menos ainda gravando a novela todos os dias de segunda a sábado. Terminando as gravações pretendo voltar urgentemente para a academia, cuidando melhor da minha alimentação.

O que tem escutado? Cite alguns artistas que sempre ouve?

Como a maioria das minhas cenas são pesadas, com carga emocional muito forte com sequências de choro, quando estou no meu tempo livre ou voltando do trabalho para casa, sempre busco escutar algo animado para despressurizar, como Reagettons, J Balvin, o trapp do argentino Paulo Londra, ou o calmante que são as músicas das argentinas Perota Chingó.

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