Cultura

Conheça Curol, a DJ que vem estourando nas plataformas

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Curol – Foto: CB Fotografia

Nascida em Belo Horizonte, cidade multirracial e celeiro musical nacional, Curol está no seleto grupo de artistas que vem chamando atenção, mesmo diante do atual cenário, sem a possibilidade de shows. Competente DJ e produtora, a artista mineira é considerada a aposta certa quando se procura música eletrônica original e de qualidade. Não à toa, Curol vem ganhando espaço e visibilidade na cena e celebra grandes conquistas nos últimos meses.

Seus 3 recentes lançamentos, “The Way”, em parceria com Mary Mesk, “Kikiki”, feat com Sam Ferry e Nivek e “Like Sugar”, em colaboração com Camila Vargas acumulam, juntos, o feito de estar nas 3 principais playlists editoriais do Spotify no gênero: 2º lugar na Dance Paradise, a segunda maior e mais importante playlist de EDM com mais de 1,2 milhão de curtidas, TOP 7 na House Brasil, playlist com o melhor do Brazilian House e Deep House com cerca de 50 mil curtidas e CAPA, com Mary Mesk, da mint brasil, ao lado dos maiores nomes da música eletrônica nacional, com mais de 621 mil curtidas.

Não menos importante que a boa fase na carreira e todos os feitos conquistados como artista, Curol também personifica uma mensagem: a de que a potência da mulher preta LGBTQIA+ mora na resistência e sua voz e arte vieram para ficar.

A atual edição da mint brasil entra para a história ao colocar, pela primeira vez, duas mulheres como destaque na capa de sua célebre playlist. Curol e Mary Mesk simbolizam o trabalho, a força e o talento feminino na busca de espaço e reconhecimento dentro da música eletrônica, indústria majoritariamente masculina.

“Quero ser conhecida por feitos fora do contexto comum na música eletrônica e ter a oportunidade de expandir isso. Tem sido maravilhoso fazer parte dessa revolução feminina dentro do mercado e essa união tem encorajado muitas outras mulheres. Nós temos um grupo de DJs mulheres de todo Brasil e trocamos informações, damos respaldo e fortalecemos umas às outras nas nossas conquistas. É uma luta constante, mas também existem razões para celebrar!”

Com mais de 100 mil ouvintes mensais no Spotify e uma agenda de lançamentos intensa para o segundo semestre de 2021, a artista vem recebendo suporte de grandes nomes da música eletrônica, como Illusionize e Vintage Culture. Suas músicas estiveram presentes na live histórica de 50 horas. E qual artista não queria esse destaque?

Vanguardista, Curol tem se tornado uma referência do afro-house Brasileiro e por meio de suas produções, a artista propõe novas formas de conexão com a cultura musical afro, sua história e ancestralidade. Em suas palavras: “Quero muito resgatar, através da minha música, símbolos que representam nossa cultura e também dar evidência para a riqueza afro. Essa é uma grande meta que eu tenho como artista e sempre foi um dos meus maiores desejos como produtora musical.”

Imersa nesse universo musical que atravessa fronteiras, Curol segue trilhando seu caminho com representatividade e ousadia, demonstrando uma percepção aguçada sobre a potência cultural afro-brasileira e a realidade em que está inserida: “A verdade é que o lado alegre do Brasil e da África são reconhecidos, justamente, pelas músicas típicas de cada um deles. Nem preciso citar as músicas marcantes do carnaval, esse sincretismo musical que só o Carnaval brasileiro tem… e por que não trazer essa alegria ao House Music? Faço isso misturando elementos orgânicos com percussões e brazilian bass no house”.

Foto: Reprodução/Instagram/@curol

Além de DJ e produtora, Curol também é musicista e sua relação com a música começou em 2003 como violonista de um grupo católico. A artista, inclusive, possui algumas histórias inusitadas: ela já saiu em turnê com uma banda religiosa e viajou o Brasil todo como fotógrafa dos principais nomes da música eletrônica. Com quem ela começou essa história? Ninguém menos que o 5º melhor DJ do mundo, segundo a revista DJ Mag, Alok.

O sucesso na carreira de fotógrafa proporcionou a Curol diversas vivências no universo da música eletrônica, e este leque de experiências, associado à sua mente fértil e criativa, fez com que a artista percebesse que estava priorizando os objetivos financeiros e deixando o amor pela arte de lado.

“Eu sempre quis trazer ideias para os projetos que eu fotografei, mas nunca tive muita abertura pra isso. Então eu percebi que sentia falta de algo que voltasse a despertar o amor em mim, aquela sensação boa, sabe? Aí com o tempo, muito trabalho e uma coleção de obstáculos pela frente, consegui ver que as coisas foram se encaixando e fluindo de uma forma mais natural a favor do que eu queria. Foi como se a música estivesse me esperando todos esses anos para poder aplicar na minha própria carreira as ideias que eu tinha.”

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