Imagem em realidade aumentada do artista Maurício Nocêra, o Lito – Foto: Divulgação
A arte é mutável, se reinventa e traz sempre características da época atual. Com isso em mente, é possível visualizar não apenas mentalmente, mas quase que de forma real, obras com um toque curioso e moderno: por meio da realidade aumentada (RA).
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Ao redor do mundo, isso já vem se mostrando tendência há algum tempo. No Museu Nacional de Singapura, por exemplo, a obra “História da Floresta” recebeu um apoio extra para ganhar a atenção dos visitantes.
Com a ajuda do celular e um aplicativo os usuários podem navegar e brincar com plantas e animais, numa linha de jogos de realidade aumentada bem parecido com o Pokémon Go, um sucesso em vários países.
Já o Brasil conta com o artista plástico Maurício Nocêra, o Lito, responsável por inovar na arte com a tecnologia de realidade aumentada.
Pioneiro, ele reforça que “o público leigo, a maioria entre os brasileiros, não tinha muita noção de como funcionava ou onde tinha realidade aumentada para experimentar. E com a popularização da tecnologia, eu mesmo vi um boom de cerca de 200% na comercialização das minhas obras que usam RA. Vejo um envolvimento muito maior e uma experiência imersiva, quase que real com as obras”, comenta.
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“A primeira vez que tive realidade aumentada foi na galeria que exponho em Miami. Depois disso, busquei formas de incorporar essa tecnologia em minhas artes e criei o quadro da ‘Urban Monalisa’”.
Vale a pena destacar que, assim que o cliente adquire uma obra com o viés de RA, ela usa o filtro do Instagram para ter em realidade aumentada os detalhes que o artista criou. “É incrível como realmente chama a atenção do público, que passa a interagir confortavelmente com a tecnologia e dinamizar a arte, trazendo para perto do dia a dia algo cultural tão importante”, afirma Lito.
Outro ponto interessante é que, mesmo em um ano atípico, as tecnologias continuaram a receber investimentos. É o caso da RA, com mais de US$ 2 milhões em financiamentos ao redor do globo, segundo a ABI Research.
Isso tudo foi impulsionado justamente por conta da pandemia, numa aceleração da transformação digital – mesmo ligada ao campo das artes. Ao mesmo tempo, as pessoas conseguiram ter melhor visibilidade e compreensão do valor que essas soluções podem gerar. Para 2021, a previsão é de contínua participação no mercado como um todo.
“Quero continuar aproveitando ao máximo a inovação da RA nas minhas obras. Saber que meu público está tendo uma experiência aprimorada com a arte e interage com ela é algo que todo artista deveria vivenciar. Quem diria que hoje basta posicionarmos o celular em frente a uma obra para que a mesma ganhe ainda mais vida?”, finaliza o artista.