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Alfredo Dias Gomes mergulha no improviso jazzístico totalmente autoral em “Metrópole”

Alfredo Dias Gomes – Foto: Leandro Marques

Um ano após seu elogiado “Jazz Standards”, o baterista carioca Alfredo Dias Gomes reaquece a cena instrumental brasileira com seu 13º disco solo “Metrópole”. Gravado em seu próprio estúdio, na Lagoa, com o engenheiro de som Thiago Kropf, o disco chega às plataformas digitais. “No final do ano passado comecei a compor para o novo disco e mantive o estilo jazzístico do último trabalho, sendo que em “Metrópole” também toco os teclados, além da bateria”, comenta o baterista, que começou a gravar as bases do disco em fevereiro com o baixista Jefferson Lescowitch. Ouça aqui!

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Com a piora da pandemia no Brasil, Gomes optou por gravar os metais remotamente, convidando o trompetista Jessé Sadoc e o saxofonista Widor Santiago, que gravaram de suas casas e enviaram os áudios via internet. A masterização foi realizada no Abbey Road Studios – o icônico estúdio em Londres – e feita pelo engenheiro de som Andy Walter, que já masterizou discos de David Bowie, Jimmy Page, Coldplay, The Who, The Beatles, dentre outros.

Com temas curtos, “Metrópole” traz em sua concepção o enfoque no improviso, que se desenvolve, especialmente, dentro da forma da composição, característica dos discos de jazz. Abrindo o disco, a faixa-título “Metrópole” é classicamente jazzística (walking bass), com acordes peculiares esquentando os solos de trompete e sax, finaliza com a bateria, o baixo e o trompete em conversação mútua.

Em compasso 5/4, “Resedá” – uma homenagem à rua onde nasceu – tem uma melodia abrasileirada e tema em uníssono, com a bateria livre costurando a melodia. Dedicada à memória do irmão Marcos (1965-1968), a balada jazzística “Saudade” ressalta uma melodia emotiva, com destaque para os solos de baixo e de flugelhorn, ambos de extrema sensibilidade.

Em compasso 6/4, “Andaluz” traz melodia espanholada em uníssono de baixo e teclado, com solo de Jessé Sadoc. Da surdina ao som aberto, o trompete “entrega” o solo para Santiago, modulando para um melodioso solo de sax, em clima crescente, até o clímax reunindo todos os instrumentos na melodia final, terminando com intervenções vigorosas da bateria.

“Expresso do Oriente” é jazzística (walking bass), com andamento rápido, melodia arábica e acordes característicos que instigam os solos de trompete e sax, com uma bateria condutiva e em diálogo com os solistas. O jazz-fusion “Cidade da Meia-Noite” faz prevalecer o suingue, com melodia incisiva de metais e solos de baixo, trompete e sax – este lembrando o lendário saxofonista Michael Brecker. Já “Grand Prix”, outro jazz fusion, tem andamento rápido e solos vibrantes de trompete e sax, com bateria livre explorando os pratos.

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