Top

Casa Museu Ema Klabin traz a exposição “O Falsificador Espanhol”

Foto: Divulgação

Entre as obras de grandes mestres da arte mundial, como Marc Chagall, Tarsila do Amaral, Mestre Valentim, Cândido Portinari, Frans Post, entre outros, a Casa Museu Ema Klabin possui também obras com histórias fascinantes, que poderiam estar nas telas do cinema. Estão nesse grupo as pinturas do Falsificador Espanhol, um dos mais famosos falsificadores da história do século 20, hoje espalhadas em grandes museus pelo mundo, comercializadas e leiloadas por valores semelhantes aos das obras autênticas. No entanto, em pleno século 21, pouco se sabe sobre a identidade do autor, alimentando o imaginário dos amantes das artes.

SIGA O RG NO INSTAGRAM

A Casa Museu Ema Klabin promove a exposição virtual “O Falsificador Espanhol”. A mostra online vai apresentar duas folhas de pergaminho retiradas de livros de canto litúrgico autênticos do século 15 que tiveram uma de suas páginas raspadas, total ou parcialmente, para a inclusão de novas ilustrações realizadas entre o final do século 19 e início do 20, em estilo medieval, por um artista conhecido como Falsificador Espanhol, até hoje anônimo.

De acordo com o curador Paulo Costa, essas espécies de palimpsesto fraudulento foram criadas em um momento em que manuscritos iluminados estavam em alta no mercado, resultado de uma renovação do interesse pelo período medieval, que então representava valores mais sólidos.  “Fez parte dessa retomada a arquitetura neogótica, o movimento Arts and Crafts, e até mesmo os artistas pré-Rafaelitas. O Falsificador Espanhol foi um dos mais prolíficos e bem-sucedidos falsificadores da história”, conta o curador.

Falsificador Espanhol pelo mundo

Além de apresentar em frente e verso as obras do Falsificador Espanhol pertencentes à Coleção Ema Klabin, a mostra vai exibir e descrever imagens de outras de suas obras presentes em museus pelo mundo e contar como foi realizada a descoberta dessas falsificações pela Biblioteca Morgan de Nova York, que até hoje cataloga as obras de sua autoria.

Costa afirma que não há documentação precisa sobre a aquisição das duas páginas da Coleção Ema Klabin. “Provavelmente foram adquiridas em 1975, em conjunto com obras genuínas, mas não há como saber se Ema Klabin sabia que eram falsificações. É bem provável que sim, já que acompanhava de perto o mercado e publicações, além de visitar com frequência a Biblioteca Morgan em suas viagens a Nova York”, explica.

Páginas genuínas

Na Coleção Ema Klabin há, também, duas páginas iluminadas autênticas, da década de 1520, que relatam os espetáculos realizados durante a entrada da rainha Claude da França em Paris, em 12 de maio de 1517, logo após a sua coroação, realizada na Basílica de St. Denis, ao norte da cidade. No trajeto entre a basílica e o centro de Paris, vários palcos foram montados para a representação de espetáculos que reforçavam a importância da nova rainha. Estas páginas iluminadas originalmente faziam parte de um livro de horas, de autoria de um membro do Grupo de 1520, do qual existem outras versões, da mesma época, uma delas mantida na Biblioteca Nacional da França.

Mais de Cultura