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Galeria Jaqueline Martins comemora 10 anos de história com exposição de Rafael França

Foto: Divulgação

Rafael França (1957-1991) foi precursor no Brasil das experiências que aproximam arte e tecnologia a partir da segunda metade do século 20. Inquieto, já nos anos 1970 fazia uso inovador de meios como a fotocópia. Nos anos 1980, depois de passar pela instalação, pela performance e pela intervenção urbana com o Grupo 3Nós3, o artista dedicou-se a propostas inovadoras dentro da vídeo arte. Sua produção subverteu as formas regulares de ficção ao fazer de si mesmo e de seus amigos personagens desafiadores, manipulando elementos como a sincronia da fala e alterando a noção de tempo e espaço. Morto precocemente em 1991, França tratou e complexou questões como a sexualidade e o corpo em obras caracterizadas, também, por uma intensa pesquisa das possibilidades da narrativa.

Foto: Divulgação

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De um trabalho gráfico marcado pelo experimentalismo formal, ele passa a pesquisar o vídeo como meio de expressão, onde subverte e cria novas formas de ficção, e aponta caminhos criativos para a organização das ideias plásticas e acústicas. Contemporâneo da segunda geração da vídeo arte (conhecida como a geração do vídeo independente), o artista, como coloca o crítico de arte Arlindo Machadonão se deixou avassalar passivamente por essa geração e se manteve firme na sua visão crítica da televisão acreditando que o vídeo era algo assim como uma operação de radicalidade e densidade significante que nunca poderia penetrar, sem fazer concessões, na televisão doméstica”. A maioria de seus trabalhos constituem em experiências de invenção de formas narrativas, sem perder seu aspecto auto confessional e testemunhal básico. A exposição celebra França tecendo diálogos com artistas de sua geração como Luis Frangella e David Wojnarowicz, para citar alguns, e artistas contemporâneos influenciados por França, entre eles Cibelle Cavalli Bastos e Luiz Roque.

Foto: Divulgação

Lista completa dos artistas em diálogo: Leonilson, Alair Gomes, Letícia Parente, Luis Frangella, David Wojnarowicz, Félix González-Torres, Robert Mapplethorpe, Mário Ramiro, Hudinilson Jr. (seus parceiros no grupo 3Nós3), Cibelle Cavalli Bastos, Luiz Roque, Bruno Mendonça e Fabiana Faleiros. O diálogo se estende com os escritores Caio Fernando Abreu, João Gilberto Noll, Ana Cristina César e Roberto Piva.

A seleção de obras contempla os vídeos realizados entre 1982 e 1991, época em que o artista viveu em Chicago (EUA). A seleção é um recorte que sinaliza momentos decisivos na produção do artista.

Foto: Divulgação

Galeria Jaqueline Martins
“Rafael França: Réquiem e vertigem”
De 22 de maio a 31 de julho de 2021.
Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 443, Centro, SP.
Tel.:+ 55 11 2628 1943.
www.galeriajaquelinemartins.com.br.

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