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Fique de olho: Yoùn lança álbum na próxima sexta-feira (23.04)

Yoùn – Foto: Divulgação

O Yoùn, formado por Shuna e Gian Pedro, ganhou fama nas ruas e nos trilhos do trem carioca. Com a sofisticação do jazz e blues em sincronia com os ritmos urbanos cariocas, os jovens de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, foram, aos poucos, formando seu público, sendo divulgados com vídeos feitos pelos fãs nas redes sociais. Na próxima sexta (23.04), eles lançam seu primeiro álbum “BXD in Jazz” – como um potente grito de qualidade musical, estética, ocupação de lugares diversos e conquista de públicos distintos, com 12 faixas autorais.

Yoùn – Foto: Divulgação

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A produção musical é de Júlio Raposo, Lux Ferreira e Thiago Dom em coprodução com a equipe JOINT – Carlos do Complexo, Dudu Kaplan e Junior Neves. A direção musical é de Júlio Raposo em parceria com os artistas Shuna e Gian Pedro e a produção executiva pelo selo carioca JOINT e Pedro Bonn.

O lançamento é acompanhado do videoclipe “Follow Me”, música de trabalho do compilado artístico. Com a intenção de recriar o cotidiano vivido pelos músicos, o clipe provoca uma reflexão ao ocupar um campo de golf com apenas pessoas pretas, geralmente distanciadas desse ambiente majoritariamente branco e elitista. No vídeo, os artistas desfrutam de toda alegria e prosperidade advindas do sucesso de seu trabalho, jogando para o público uma imagem de confiança e poder, extremamente necessários nos tempos atuais.

Yoùn – Foto: Divulgação

O disco, que conta com a participação do músico Leo Gandelman em uma das faixas, traça em sua linha narrativa a história desses dois jovens pretos e periféricos que estão em busca de reconhecimento como artistas em meio a um turbilhão de situações que determinam seu crescimento.

Transitando entre o ijexá e a bossa nova, com um final que caminha pelo experimental e psicodélico, a faixa “Jazz” apresenta leveza e busca sorrisos nos corações de quem ama. Os arranjos de cordas determinam a energia da música, que ganha participação da bateria de Thiago Dom. Já “Inébrios”, chega com uma carga de ironias com o uso de metáforas que dão o tom para uma letra dedicada àqueles que se permitem transcender. A percussão aprofunda nas raízes do duo, com inserções suaves de teclado e sintetizadores bem específicos como o modelo Roland Juno 106, lançado no ano de 84 e que traz com ele o som e ambientação da década. Com referências de Philip Neo a Rincon Sapiência, “Welcome” é uma das preferidas do duo. Com situações do dia a dia, contemplam desde o espaço físico em que Gian Pedro cresceu até o prazer de degustar um biscoito recheado. Tudo isso permeado de melodia criada com bases no trompete e guitarras.

Yoùn – Foto: Divulgação

Já no caminho do fim do álbum, é a vez da também já conhecida do público “Nova York” ocupar espaço no compilado. A letra, que reforça sonhos e vontades do duo, chama atenção para o quebra cabeça do refrão: “O sonho americano sempre foi algo muito cobiçado e trouxemos isso com a hipótese de viver um amor em NY seria incrível. Quando componho, gosto de pensar como se na hora que estou escrevendo, o próprio Djavan estivesse ali. Com isso vieram palavras como (ardor) que muitos cantam “a dois” e metáforas como All Star 99”, explica Shuna.

Yoùn – Foto: Divulgação

Se Foi” traz a mensagem de despedida, mas de uma óptica madura: pode ser de corações apaixonados ou a perda de algum ente querido, mas também com uma visão de amor próprio. Para fechar, “Cores e Peles”, reforça a insatisfação com o sistema brasileiro, abordando temas como o racismo e o machismo – entre as referências, o caso do carro branco alvejado em uma ação da polícia militar, que confundiu com criminosos e acabou com uma família em Deodoro, na Zona Norte do Rio, em 2019.  Leo Gandelman faz participação especial com arranjo de flauta e leads de saxofone. A canção ganhou uma parte “B”, com uma canção criada em parceria com Guilherme Salgueiro.

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