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47º Festival Sesc Melhores Filmes traz produções nacionais e internacionais

“Fim de Festa”- Foto: Divulgação

O mais longevo festival de cinema de São Paulo repete a experiência de sucesso do ano passado e apresenta sua 47ª edição em formato online, por  conta da pandemia causada pelo coronavírus. Realizado pelo Sesc São Paulo, o Festival Sesc Melhores Filmes começa na próxima quarta-feira (14.04), e vai até dia 5 de maio, oferecendo gratuitamente ao público de todo o País, na plataforma Sesc Digital, uma programação com filmes nacionais e estrangeiros que foram destaque em 2020, além de encontros e atividades com realizadores e pensadores do cinema.

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Na abertura do festival, serão conhecidos os trabalhos de artistas eleitos pelo voto popular e júri especializado como os melhores do ano. A premiação será apresentada ao vivo pelo ator Silvero Pereira, no dia 14.04, a partir de 19h30, no canal do CineSesc no YouTube.

Diretamente de sua casa, em Fortaleza, no Ceará, Silvero –eleito pelo público como Melhor Ator Nacional, em 2020, por sua atuação em Bacurau” –vai anunciar os vencedores deste ano e ainda conversar ao vivo com alguns premiados, a partir das 20h. Antes da cerimônia, às 19h30, os jornalistas e críticos de cinema Cunha Júnior, Duda Leite e a cineasta Renata Martins aquecem a premiação comentando sobre os filmes mais votados de 2020. Os vencedores serão conhecidos apenas na transmissão. Após a live, a lista completa dos prêmios é disponibilizada no site do festival, além de uma versão digital do catálogo com informações dos filmes mais votados pelo público e pela crítica.

Ao final da cerimônia, e abrindo a 47ª edição do Melhores Filmes, o público poderá assistir gratuitamente ao filme “Valentina”, de Cássio Pereira dos Santos. O longa, inédito nos cinemas, traz a história de uma menina trans e sua mãe que se mudam para uma pequena cidade, mas rapidamente enfrentam dilemas quando a escola local exige a assinatura da mãe e do pai para se matricular.

Criado em 1974, o Festival Sesc Melhores Filmes é o primeiro festival de cinema de São Paulo. Ele oferece ao público a oportunidade de ver ou rever o que passou de mais significativo pelas telas da cidade. Sua programação é escolhida democraticamente pelo público e pela crítica. Os filmes que participaram da votação deste ano foram aqueles lançados comercialmente nas salas de cinema de São Paulo em 2020. Em 47 anos de realização, o festival já exibiu centenas de longas-metragens brasileiros e estrangeiros. Em 2010, inovou ao ser o primeiro evento do gênero a disponibilizar sua programação com recursos de acessibilidade, como audiodescrição e legendagem open caption, para assegurar a amplitude da ação do Sesc São Paulo na atenção aos diversos públicos.

“A ação cultural do Sesc procura conciliar qualidade artística e sua popularização, através de estratégias mediativas voltadas à acessibilidade – em diferentes acepções – dos conteúdos. Nas circunstâncias presentes, a gratuidade das exibições online, as ferramentas tecnológicas voltadas a pessoas com deficiências visuais e auditivas e a constituição de uma programação que incorpora o voto popular por meios remotos demonstram que é possível criar canais mais amplos e abrangentes para a recepção da produção cinematográfica contemporânea”, explica Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo.

“Você não estava aqui” – Foto: ©Sixteen-Films

Para esta edição online, a equipe do CineSesc preparou um recorte com alguns dos filmes mais votados. O público poderá ver e rever títulos como o documentário da Macedônia do Norte “Honeyland”, de Tamara Kotevska e Ljubomir Stefanov, o drama francês “Retrato de Uma Jovem Em Chamas”, de Céline Sciamma, o britânico “Você Não Estava Aqui”, de Ken Loach, e o franco-belga “O Jovem Ahmed”, de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, além dos nacionais “Três Verões”, de Sandra Kogut, “Sertânia”, de Geraldo Sarno, “Fim de Festa”, de Hilton Lacerda, “Pacarrete”, de Allan Deberton, e o documentário “Babenco – Alguém Tem Que Ouvir O Coração E Dizer: Parou”, de Bárbara Paz. Eles estarão disponíveis on demand por 24 horas, uma semana ou até o término do festival, na plataforma Sesc Digital (sescsp.org.br/cinemaemcasa). Parte dos filmes exibidos possui recursos de acessibilidade, com legendas open/close caption, libras e audiodescrição, disponíveis via app MovieReading.

Além dos filmes mais votados de 2020, o festival presenteia o público com sessões especiais de clássicos premiados em edições passadas, como o alemão “A Vida dos Outros” (2006), de Florian Henckel von Donnersmarck, o inglês “Segredos e Mentiras” (1996), de Mike Leigh, e o francês “Meu Tio da América” (1980), de Alain Resnais. Apresenta também uma homenagem à atriz brasileira Marcélia Cartaxo, com a exibição dos filmes “A História da Eternidade” (2015), de Camilo Cavalcante, e “A Hora da Estrela” (1985), de Suzana Amaral, vencedor do Festival de Cinema de Berlim, com os prêmios da Confederação Internacional de Cinemas de Arte e o Urso de Prata de Melhor Atriz para Marcélia. Na Faixa Especial Abril Indígena, são exibidos os filmes brasileiros “Serras da Desordem” (2006), de Andrea Tonacci, e “Martírio”, (2017), de Vincent Carelli, Tatiana Almeida e Ernesto de Carvalho – também premiados nos Melhores. O projeto Abril Indígena integra o Programa Diversidade Cultural do Sesc São Paulo, que aborda questões relativas aos povos originários, com objetivo de valorizar e difundir a diversidade cultural no Brasil.

“Honeyland”- Foto: Divulgação

Completa a programação do festival, uma série de atividades paralelas com pensadores e profissionais do cinema que se reúnem para debater temas importantes e atuais na sociedade e no audiovisual, nos encontros online: Cinema Negro em Várias Telas; Histórias Indígenas e o Brasil em Ruínas; Cinema Nordestino Contemporâneo: Uma Só Identidade?; e A Fotografia no Cinema: Sertânia e Pacarrete. O CineSesc ainda oferece um curso prático gratuito sobre Podcasts de Cinema.

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