A Cia. Repentistas do Corpo completa 20 anos de existência em 2021 e estreia seu primeiro trabalho online, “ReverberÁfrica”, no dia 21 de abril de 2021, às 21h. A temporada virtual segue nos dias 23 e 24 de abril, sexta e sábado, às 21h, e nos dias 25, 28 e 30 de abril, domingo, quarta e sexta, às 18h. O espetáculo de dança contemporânea, música, poesia e videoarte será transmitido gratuitamente pelo Canal da Cia. Repentistas do Corpo no YouTube.
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O trabalho investiga as conexões sensoriais e imateriais entre Brasil e África, por meio de um mergulho nas memórias afetivas, nas sonoridades e nos movimentos que habitam no universo particular de cada intérprete-criador, independentemente da cor da pele e seus matizes.
Desde os primórdios, o som do tambor carrega em si a ideia de um coração que explode e desperta as energias pulsantes da mãe África com a força motriz que se mantem nos corpos e segue expandindo tudo à sua volta. Nesse sentido a trilha sonora, composta por Cesar Assolant, reverbera a sonoridade dos elementos e das forças da natureza aliando o toque dos tambores à sua técnica apurada e exuberante de violonista brasileiro. Os elegantes figurinos assinados por Lu Grecco são inspirados em referências da relação Brasil-África, de maneira revisitada e contemporânea.
A pesquisa audiovisual de linguagem realizada pelo artista Giuliano VJ Scan utiliza diferentes recursos para compor, de maneira poética, a ligação entre os imaginários dos dois continentes separados pelo mar. No entanto, o elo cultural resiste e se sobrepõe à geografia para traduzir na potência dos movimentos, nas sensações e gestos dos corpos, nas músicas, poesias e nas imagens, a imperiosa necessidade de reconexão entre o homem, a natureza e suas origens, respeitando os ritmos naturais da vida.
Esses corpos únicos, distintos entre si, impregnados de afetos e memórias, forjados pela mistura racial brasileira e de suas artes, descortinarão as semelhanças, as identidades e o reconhecimento de que a brasilidade é maravilhosamente indissociável da matriz africana, sugerindo uma reflexão: “Que África reverbera em você?”
“A ideia deste espetáculo já existe há, pelo menos, dez anos e o desejo principal não mudou…Transformar em arte as influências culturais que recebemos da África, partindo do ponto de vista de cada intérprete criador do trabalho, independentemente de raça ou gênero. O caminho escolhido foi olhar para si mesmo, respeitar o outro e se reconectar com a natureza”, comenta Sérgio Rocha.