Cultura

Ego Kill Talent lança última parte do álbum “The Dance Between Extremes”

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Foto: Vinícius Cerchiari

O afeto, a raiva, a ansiedade, o desejo, a confusão e a satisfação. Estes são alguns dos extremos pelos quais as emoções humanas podem percorrer. A imensidão de possibilidades criativas guardadas nestas expressões é também o caminho pelo qual a banda Ego Kill Talent atravessa no disco “The Dance Between Extremes”, segundo álbum de estúdio do grupo que já tocou no Rock in Rio, Lollapalooza (Brasil e Chile), Brixton Academy, entre outros palcos mundialmente conhecidos. 

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Pensado para chegar acompanhado por muitos shows solo (e em conjunto com nomes como Metallica, Greta van Fleet e System Of A Down) – planos que seguem de pé para um momento mais seguro -, o projeto gravado no estúdio 606, do Foo Fighters, foi diluído em uma trilogia para se adequar aos extremos impostos pela pandemia do novo coronavírus. Agora, a obra ganha sua forma completa (ouça aqui).

A terceira parte do disco produzido por Steve Evetts (Sepultura, The Cure, Frank Iero) começa justamente pela primeira canção do projeto que ganhou vida, “Starving Drones”. “Quando estamos com raiva de alguém, existe um lado nosso que aponta o dedo na cara do outro e diz que a raiva vem daquela pessoa”, conta Theo Van Der Loo (baixo e guitarra), que integra o grupo de multi-instrumentistas ao lado de Jean Dolabella (bateria e guitarra), Raphael Miranda (bateria, baixo e guitarra), Niper Boaventura (guitarra e baixo) e Jonathan Dörr (vocalista). Dentro da composição, o universo criativo dos músicos já caminha por mais de uma sensação: depois do auge do sentimento de raiva representado como um ataque de drones, o refrão introduz a necessidade de assumir responsabilidade pelas próprias emoções. “É como se você estivesse atirando os seus drones para cima de você mesmo na verdade, porque, no fundo, eu quero dizer que a minha raiva é culpa tua, mas é sempre responsabilidade nossa. Somos nós que estamos sentindo”, comenta sobre a canção considerada pela banda como a mais agressiva sonoramente.

Assim como as emoções contidas na tracklist, as referências musicais do Ego Kill Talent caminharam por polos diversos. Em “Diamonds e Landmines”, por exemplo, os artistas criaram um intenso riff de guitarra que ao chegar no refrão encontra melodias e harmonias mais leves, desenvolvidas com a música pop como inspiração. Essa pluralidade ainda se faz presente em “Sins and Saints”: “Essa música também tem um riff bem pesado, mas cai num lugar muito Lenny Kravitz, em um groove meio soul. No refrão, nos remetemos muito a Sia. Os refrões dela sempre caem em um lugar bem diferente e que gostamos”, explica Van Der Loo.

Mas é em “Our Song” que as aspirações mais radiofônicas ganham força máxima. Escrita em Los Angeles, a letra da faixa nasceu da admiração de Dörr pelas sonoridades que ganham espaço nas rádios de lá, em especial o hit “Free Fallin’”, de Tom Petty. “Toda vez que estou em Los Angeles, acabo ouvindo essa do Tom Petty na rádio. Sempre fui fissurado em música radiofônica e realizei um sonho ao escrever o verso ‘I wrote this one for you, so you can listen on the radio’”, comenta o vocalista.

Outras composições do The Dance Between Extremes também foram criadas em continentes diferentes. É o caso de “Beautiful”, escrita por Dörr e Van Der Loo durante uma viagem de trem na Holanda, a caminho de Amsterdam. A canção retoma a responsabilidade pelas próprias emoções nos primeiros versos (“What if I tell your mind is deceiving you everytime you find someone to blame”) para desembarcar em estrofes que ressaltam a importância de olhar através da superfície para enxergar beleza dentro de si. “O que é bonito em nós vai muito além do que os olhos podem ver, é isso que queremos dizer”, declara Theo.

O nascer do sol carioca é mais um dos cenários que instigou o imaginário dos músicos. Trazendo a maturidade de um amor sólido, “The Reason” surgiu enquanto Van Der Loo dirigia e assistia o brilho solar aparecer no horizonte. “Fui cantando e registrando na cabeça enquanto dirigia. Assim surgiu quase toda a letra e, depois, junto ao Dörr, modificamos até chegar no resultado final”, lembra o baixista e guitarrista da banda afeita a trocas de instrumentos nas apresentações, façanha que surpreende o público e já arrancou elogios de figuras como o baterista do System Of A Down, John Dolmayan: “É uma das melhores bandas ao vivo que já vi nos últimos 10 anos”; E do vocalista do grupo, Serj Tankian: “eu amo a energia melódica que o rock de arena deles apresenta”.

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