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Daniel Satti fala sobre papel em “Salve-se Quem Puder” e seus outros projetos

Foto: Amanda Lusant

A novela “Salve-se Quem Puder”, trama das 19h da Globo, voltou ao ar e o público pode acompanhar o ator Daniel Satti como Donato, vilão e capanga da personagem Dominique (Guilhermina Guinle). O ator de 46 anos está muito feliz com a volta da trama e fala sobre a misteriosa morte de seu personagem, que até então deixou uma dúvida no ar.

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Na trama, Donato é preso após tentar matar Vitório (Ailton Graça). Na prisão, o personagem tem a possibilidade de fechar um acordo por delação premiada para liberar Alexia, Luna e Kyra, vividas por Deborah Secco, Juliana Paiva e Vitória Strada, respectivamente, onde poderia contar toda a verdade e desmascarar Dominique. Sabendo dessa notícia, Dominique, manda matar o capanga na prisão. O capítulo, que foi marcado por cenas nebulosas, deixaram a entender que talvez Donato ainda esteja vivo.

“Acho que pode haver uma reviravolta por aí! Eu, inclusive, torço para que isso aconteça. Acho que há possibilidades (rs)”, brinca o ator.

Para criar esse personagem, Satti se baseou em tipos que apresentavam dubiedade de personalidade, buscando referência nos anti-heróis e a partir disso escolheu o caminho que daria vida ao personagem.

Foto: Anderson Macedo

“Ele é o vilão certo para qualquer missão que precise de sigilo e descrição, pois é um cara acima de qualquer suspeita. Só anda bem arrumado, tem pinta de executivo, usa acessórios caros como relógio, pulseiras, ou seja, é o homem perfeito para enganar e se adaptar a situações que passe despercebido e concluir o que lhe foi designado”, diz.

Ele fala também sobre o clima nas gravações e sobre a oportunidade de contracenar com grandes atores. Para ele, é sempre maravilhoso ter a oportunidade de trabalhar com pessoas e atores que admiramos. “Não deu tempo de o Donato contracenar com Dominique, porque ele já começa na novela tentando cumprir a sua missão de apagar o Juiz Vitório (Aílton Graça) que foi extremamente generoso, atencioso e interessado em ajudar e fazer todas as cenas da melhor forma possível. Assim como as lindas e amáveis Vitória Strada e Deborah Secco, que também foram muito disponíveis e carinhosas durante as gravações. Dessa forma fica mais fácil, leve e divertido fazer o trabalho né?”, comenta.

O ator é paulistano, mas foi criado em Belo Horizonte, lá teve suas primeiras experiências no palco onde participou de inúmeras peças. “Eu dei os meus primeiros passos no teatro em 2001 quando protagonizei a comédia de costumes ‘Casa, Dinheiro e Roupa Lavada’, adaptação do texto ‘O Primo Da Califórnia’, de Joaquim Manuel de Macedo, dirigido por Márcio Machado. Depois, em 2006, fiz ‘.DOC’, peça dirigida por Thiago Romero e supervisionado por Ana Kfouri, onde fiz um garoto de programa em um espetáculo que falava da finitude, um tema difícil e com uma abordagem cênica mais complexa. Em 2007 fiz o clássico ‘Fausto’ (adaptação do original de Johann Wolfgang von Goethe), eu interpretei Brander, personagem com uma carga emocional mais densa, em 2010 participei de ‘O Trem fantasma’, uma comédia romântica (texto de Ivan Fernandes), dirigido por Mário Hermeto, onde interpretei Felipe, o que foi desafiador nesse trabalho, foi criar esse cara introspectivo e que possuía uma única frase durante pouco mais de uma hora de espetáculo, mas era maravilhoso, pois essa fala arrancava o maior momento de gargalhadas do público pela situação que era submetido”, resume Satti sobre sua trajetória no teatro.

Hoje, ele conta com um longo currículo na teledramaturgia, tendo como seus personagens mais marcantes o Frederico Carrilho, do remake da versão brasileira de “Carrossel”, do SBT, e o personagem Panahasi, da novela “Os Dez Mandamentos”, da RecordTV.

Foto: Amanda Lusant

“A história do Frederico Carrilho, e sua família, em ‘Carrossel’ era tão forte que fiquei conhecido como o ‘pai da Carmen’ (vivida pela atriz Stefany Vaz). Passados quase dez anos da primeira exibição, sou reconhecido inúmeras vezes, por meio das redes sociais e pessoalmente, sempre sendo chamado de ‘o pai da Carmen’ (rs) é muito engraçado e gratificante. Com o Panahasi, oficial egípcio que é morto por Moisés em ‘Os Dez Mandamentos’ entendo que o sucesso se deva à notoriedade da história, que é conhecida mundialmente por meio de uma passagem da Bíblia, e à força desse personagem, que por ter sido morto também por um egípcio, que até então era como Moisés se reconhecia, obriga-o a uma mudança total de vida. Esse momento marca a divisão e mudança de fase da novela, é uma história muito linda.”

No cinema, Satti foi premiado recentemente como “Melhor Ator” na edição 2020 dos festivais norte-americano The Scene Festival e Flight Deck Film Festival pelo curta-metragem “Entreolhares”, de Ivann Willig, e também lhe rendeu a mesma honraria no Festival de Cinema de Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul. Além disso, foi indicado, na mesma categoria, no Lonely Wolf London, de Londres.

“Foi um privilégio ser conduzido pelo premiadíssimo diretor, e autor, Ivann Willig, e uma alegria estar emoldurado por duas atrizes, Marina Azze e Tuna Dwek, que me orgulho pela qualidade do desempenho e mãos dadas a mim na hora de contracenar e trocar a respeito do filme e da vida.”

Em longas-metragens, o ator esteve em “Solteira Quase Surtando”, de 2020, filme de Caco Souza, em que fez o personagem Flávio. E com previsão de estreia para 2021 está em dois longas, ambos em fase de pós-produção. “Amor, Confuso Amor”, comédia e drama psicológico, escrito por JJ Salinas, onde ele vive o protagonista Jorge, e “O Faixa Preta – A Verdadeira História de Fernando Tererê”, história baseada em fatos reais sobre o lutador pentacampeão mundial de jiu-jitsu Fernando Tererê (Raphael Logam). Nesse Satti faz um personagem de extrema importância na vida do lutador Alexandre Paiva, conhecido pelo apelido de Gigi.

Foto: Anderson Macedo

“Acho que esse filme vai mexer com o público e meu personagem tem uma grande, e importante, missão nessa linda história de superação. O Gigi, além de mestre, participou da criação desse lutador, além de ter ficado ao seu lado sempre, incentivando e não deixou que ele desistisse do seu dom”, completa.

Para além desses projetos, Satti estará em um documentário, com estreia prevista para o segundo semestre de 2021, que traz depoimentos sobre a vida durante a quarentena. Ele também está em fase de desenvolvimento de um projeto digital onde pretende, através dos seus conhecimentos e experiências, ajudar pessoas a desenvolverem técnicas para comunicação.

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