Foto: Divulgação
De 22 de fevereiro a 29 de março, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) São Paulo apresenta a mostra “Steve McQueen – The king of cool”, que exibe a trajetória de um dos principais fenômenos da indústria cinematográfica de todos os tempos, influenciando uma leva de atores, e artistas da música e da animação, e que comemoraria 91 anos (dia 24 de março). A mostra inicialmente programada em 2020 para celebrar os 90 anos do ator (se estivesse vivo), precisou ser adiada por conta da pandemia.
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Sob curadoria do jornalista, crítico e diretor de cinema Mario Abbade e produção da BLG Entretenimento, a mostra exibirá 29 produções, entre filmes e documentários, sobre o astro. Além da filmografia, apresentada em sessões presenciais no formato digital, haverá também na programação algumas atividades online como debate, aula magna, palestra, lives e sessões com recursos de acessibilidade (audiodescrição, legenda descritiva e interpretação em libras). E ainda um plus: playlist no app Spotify com as músicas dos filmes estrelados por McQueen. Todas as sessões presenciais, as atividades online e o acesso aos filmes com acessibilidade serão gratuitos. A mostra ainda passará pelos CCBBs Rio de Janeiro e Brasília.
Apelidado de “The king of cool” (em português seria algo como “rei dos descolados”), Steve McQueen (04.03.1930-07.11.1980) é lembrado por seus personagens icônicos e seu estilo único. O ator ficou marcado por papéis de anti-heróis no cinema, como o ladrão de luxo Thomas Crown, o policial Frank Bullitt e o jogador de poker Cincinnati Kid. Desta forma, virou uma espécie de símbolo da contracultura nos Estados Unidos, em oposição aos mocinhos tradicionais do cinema. O talento de McQueen, porém, não se limitava a atuar: ele foi um grande ícone da moda masculina que influenciou milhões de homens ao longo de décadas.
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Realizar uma mostra que reunirá os 26 filmes estrelados por McQueen – com direito a 3 documentários sobre sua vida e obra – é proporcionar ao público a chance de (re)ver, analisar e discutir a importância de McQueen e seu estilo de atuação para o cinema e outras artes. Entre os filmes que serão exibidos estão “Sete homens e um destino”, “Fugindo do Inferno”, “Crown, o magnífico”, “Bullit”, “Papillon”, “Inferno da torre”, entre outros petardos. Os documentários “Steve McQueen” (“Steve McQueen: Man on the edge”), de Gene Feldman, “Eu sou Steve Mcqueen” (“I am Steve Mcqueen”), de Jeff Renfroe, e “Steve McQueen: A essência do formidável” (“Steve McQueen: The essence of cool”), de Mimi Freedman estão na programação. A importância da mostra se mede não só pelo grande público fã de McQueen no mundo, mas também admiradores de cinema em geral, haja vista que o ator foi dirigido por importantes cineastas como Robert Wise, Sam Peckinpah, Peter Yates, Norman Jewison, John Sturges, Don Siegel, entre outros.
Segundo o curado, a mostra “Steve McQueen – The king of cool” serve tanto ao estudo da arte cênica quanto à análise de um fenômeno da cultura. “O ator faz parte de uma linhagem de nomes que constituem marcos da arte dramática, e é preciso que a sua filmografia seja observada e analisada sob essa perspectiva”, avalia Abbade.
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Nomes do cinema como Colin Farrell, Kevin Costner, Pierce Brosnan e Bruce Willis o apontam como herói e inspiração para se tornarem atores. A lista de citações sobre McQueen vai longe: inclui longa de Tarantino e muitos outros filmes, livros, a animação “Os Simpsons” e o seriado “House”. O ator tem lugar assegurado em listas das revistas “Premiere” e “Empire” como uma das maiores estrelas do cinema de todos os tempos.
“McQueen era um ícone tão forte que se sentiu à vontade para dizer não a diretores como Coppola, Spielberg e Milos Forman, recusando convites milionários e papéis com que outros profissionais sonhavam, como os de “Apocalypse now” e “Um estranho no ninho”, diz Abbade.
Proporcionar ao público uma maior proximidade com o ícone McQueen é uma das premissas da mostra que terá as seguintes atividades extras de forma virtual: debate sobre a vida e a obra do homenageado mediado por Abbade (curador); aula magna com o tema Steve McQueen – O Arquétipo do Anti-Herói de Poucas Palavras, também com o curador e o ator Eriberto Leão; palestra ministrada pelo Abbade e convidados, com o tema “A narrativa cinematográfica em imagens – O que está por trás de cada cena”; e 2 filmes com recursos de acessibilidade: audiodescrição, legenda descritiva e interpretação em Libras, que serão programados em uma plataforma de streaming.
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A programação contará também com lives no perdil do CCBB no Instagram e contará também com uma playlist no www.spotfy.com com as músicas dos filmes estrelados por McQueen.
O reflexo da influência de McQueen na cultura também pode ser medido no mundo da música. Os Rolling Stones falam dele na música “Star Star”. Sheryl Crow compôs a canção “Steve McQueen” homenageando o ator. Outra letra em tributo ao king of cool, que também leva seu nome, é a da banda Drive-By Truckers, que anuncia o que ele significou para muita gente: “Quando eu era menino, eu queria crescer para ser Steve McQueen”, diz a letra. McQueen também é citado em músicas de artistas consagrados como Leonard Cohen, R.E.M., Beastie Boys, Blur, Boy George e Elton John, entre muitos outros, e deu nome a um disco da banda Prefab Sprout.