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Dedeh Melo fala sobre viver a imperatriz Leopoldina na série “Brasil Imperial”

Foto: Rodrigo Ricordi

Recentemente premiada com o Prêmio São Sebastião de Cultura da Associação Cultural da Arquidiocese do Rio de Janeiro, que contempla destaques de diferentes áreas das artes cênicas, a atriz Dedeh Melo vive a imperatriz Leopoldina na série “Brasil Imperial”, produção original da Fundação Cesgranrio, que estreou em novembro no Amazon Prime Video. Para ela, foi uma honra, um desafio e uma responsabilidade muito grande dar vida a uma personagem de nossa história, pois além de ter sido uma pessoa tão importante para o Brasil, “ela era alguém real, que existiu e você precisa ter todo o cuidado para contar essa história da maneira mais fiel e correta”.

A gaúcha, de 33 anos, natural de Santo Antônio da Patrulha, revela que a preparação para viver a primeira mulher de D. Pedro I foi desafiadora, mas ao mesmo tempo transformadora.

“Foi meu maior desafio como atriz, com certeza. Eu li vários livros sobre ela e também sobre o contexto histórico da época, vi documentários, vídeos sobre, busquei toda a informação possível. Brincava na época que ninguém sabia mais sobre Leopoldina do que eu (rs). Além disso, teve a transformação física, ela era austríaca, então fiquei oito meses sem tomar sol e passando protetor 70 todos os dias, usei lente verde, descolori o cabelo e fiquei loira… esse processo foi sensacional pois não me reconhecia. Não me via quando me olhava no espelho”, diz Dedeh.

A intérprete de Leopoldina ressalta a força da imperatriz e faz uma comparação com as mulheres de hoje. Dedeh diz que Leopoldina era uma mulher forte e determinada, que não baixava a sua cabeça e que ser mulher no Brasil não é e nunca foi fácil. “Acho que a gente está vindo em uma crescente nessa luta contra o patriarcado e ganhando espaço. Lutando arduamente por uma sociedade melhor. É um processo lento e vem de lá atrás, mas estamos conquistando muitas coisas. Atitude nas mulheres é algo lindo, admirável e necessário, mas ainda hoje é visto de maneira distorcida muitas vezes, infelizmente. Mas não há de durar, a gente chega lá.”

A atriz ainda exalta os bastidores durante a gravação da série, que durou três meses. Ela diz que trabalhou com muitas pessoas incríveis e talentosas, que a magia da arte é essa, não se faz arte sozinho. “Tem um pouquinho de cada um que fez a série em tudo e isso que faz a máquina funcionar e ficar linda. Além da direção incrível de Alexandre Machafer, que me fez sentir segura e me deu mais força, troquei muito em cena com João Campany, meu Dom Pedro I, e foi muito bom nosso processo. A gente se amou logo de cara e foi construindo uma relação de carinho dentro e fora de cena. Fomos crescendo juntos ao longo do processo. Só tenho a agradecer “, destaca.

Foto: Oseias Barbosa

Dedeh, que mora no Rio há 16 anos, começou a fazer teatro no Sul, em Porto Alegre, e, aos 17 anos, foi para o Rio disposta a seguir o seu sonho. Ela conta que resolveu se mudar para tentar a carreira de atriz, e que foi uma loucura da qual não se arrepende. A artista continuou estudando e fazendo cursos e muitas peças. Em 2020, foi o primeiro ano em que não pisou no palco. “Até então subi no palco todos os anos desde que cheguei [ao Rio] em 2004. Isso é uma vitória para qualquer ator/atriz. Fiz muitos infantis que, sem dúvida, representaram um aprendizado gigante, fui Sininho, Bela etc. Fiz muitas participações na TV e no cinema, fiz alguns curtas, mas longa ainda não. É um sonho ainda que irei realizar em breve.”

 Além de atuar, Dedeh dá aula de acrobacia aérea, algo que não parou durante a pandemia. Ela conta que acabou se redescobrindo durante a pandemia, pois dava aulas de acrobacia aérea e, durante o isolamento, continuo a fazer isso de maneira online. Além disso, eu ela já fazia audiobooks, antes da quarentena, sobre assuntos diversos, como romance, livros de filosofia etc. “Quando fui ao Sul para passar um tempo com minha família, tomei a decisão de investir em um home studio para gravar os audiobooks de casa. Além disso, surgiram outras oportunidades, locuções para TV, rádio, internet e assim comecei a trabalhar muito como locutora. E, sem dúvida, isso é algo que levarei para a vida. Estou adorando trabalhar com a minha voz “, finaliza.

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