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Processo artístico do Grupo Galpão é tema de documentário

Foto: Pixabay

Uma ideia (ou várias). Começam as primeiras digressões, as leituras, os ajustes e os ensaios de uma peça; as performances e as interações do elenco com o público em praça pública para a construção da dramaturgia; o diálogo com estudiosos convidados para aprofundar o processo de criação. Assim se compõe o webdocumentário “A Gente Pode Tudo Pelo Menos Por Enquanto“, o registro do processo artístico, dos ensaios e das estreias nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, de “OUTROS”, a mais recente peça do Grupo Galpão, estreada em 2018.

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Dirigido por Luiz Felipe Fernandes, o filme é dividido em seis episódios, de cerca de 15 minutos cada, que vão ao ar às segundas e quintas-feiras, entre 11 e 28 de janeiro de 2021, no canal de YouTube da companhia. Os lançamentos vão se somando, ficando todos disponibilizados até 11 de fevereiro.

“A câmera se torna quase que um integrante do Galpão, captando toda a intimidade entre essas pessoas que estão há quarenta anos juntos”, conta Fernandes. O diretor acompanhou por quase um ano – entre março de 2018 a março de 2019 – o processo que resultou em “OUTROS”. Ao final, o cineasta tinha cerca de 150 horas e milhares de imagens captadas de forma bastante intimista.

A peça partiu de dois temas: alteridade e poesia. Relacionando esses assuntos, diretor, atores e atrizes transpuseram para o palco o amadurecimento das dúvidas e inquietações contemporâneas que já tinham sido levantadas em “NÓS” (de 2016), também dirigida por Marcio Abreu. Esses dois assuntos acabaram sendo pilares também para “A Gente Pode Tudo Pelo Menos Por Enquanto”.

“Não há intervenção minha, como se eu fosse um observador privilegiado, conduzindo apenas o enquadramento e a captura das cenas. Mas sem criar uma narrativa sequencial. Tudo para preservar a linguagem do espetáculo e traduzir o clima de inquietação e da busca pelo entendimento do lugar do artista e sua relação com o outro e com o público por meio das várias etapas e lugares, como a sala de ensaio, as intervenções, as conversas etc.”, explica o diretor da série.

Assim, é possível acompanhar por meio das cenas como o espetáculo foi criado, porém de forma solta, sem prender o espectador a uma narrativa temporal e nem a um narrador que conduz a história. Falas do encenador Abreu são entremeadas com cenas de ensaio, seguidas por performances nas ruas de Belo Horizonte, quando o elenco fez intervenções artísticas e interações com os transeuntes, e assim por diante. Neste mosaico, é possível um entendimento maior da criação teatral.

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