Cultura

Autodidata, Roberta Campos se joga na produção do EP “Só Conheço o Mar”

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Foto: Divulgação

Roberta Campos é um mulher tímida de voz macia e encantadora. Ela sabe o que quer e dirige seus desejos com mão forte. A artista acaba de lançar um EP de cinco músicas chamado “Só Conheço o Mar”, em que assina todas elas. Uma delas foi feita ao lado da mulher, Marina.

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Decidida e autodidata, não é de hoje que Roberta segue a linha do “faça você mesmo”, ela também assina a coprodução do EP ao lado de Sergio Fouad. “Foi bonito de fazer, porque é um disco tão intimista, que eu quis trazer o máximo possível para mim. E foi demais, quero repetir. Primeiro que sou muito criativa, e gosto dessa coisa do “faça você mesmo”, diz.

Pronta para fazer lives para divulgar o EP, Roberta também contou em papo com RG que todas as música vão ganhar clipes, ou seja, será possível se deliciar com a voz da cantora e aproveitar as imagens. Um outro trabalho, um álbum com 11 músicas já está pronto, mas este deve ser lançado no próximo ano. “Não posso dizer o nome ainda, mas trata sobre amor e resiliência e tem parcerias com Humberto Gessinger, Hyldon, Luiz Caldas e com o De Maria.”

Leia a seguir a entrevista feita por vídeo com a Roberta.

Foto: Divulgação

Quando nasce a Roberta Campos cantora e compositora?

Eu acho que já nasci artista, porque isso sempre esteve dentro de mim. Quando eu tinha cinco anos, eu vi meu tio tocar violão e eu fiquei encantada por aquilo, acho que ali despertou a minha arte. E tudo o que eu queria fazer na vida era tocar violão.

Quando eu fiz 11 anos de idade, meus pais se separaram e eu fui morar com os meus avós, então eu ficava muito triste pelos cantos da casa, e a minha tia disse “vá lá na casa do Celião (que era um vizinho da casa da minha avó), que ele vai te ensinar uns acordes no violão”. Então eu fui e abriu-se um portal para a minha vida na música e eu comecei a ter uma perspectiva, a imaginar um mundo muito bonito para mim, porque a sensação, que a música sempre me trouxe, era muito boa.

Eu sempre fui muito autodidata, mas procurei cultura para que a minha arte se desenvolvesse.

Eu venho de uma cidade muito simples lá de Minas Gerais. Eu nasci em Caetanópolis [onde também nasceu Clara Nunes], mas morava em Paraopeba [cerca de 90 km de Belo Horizonte]. Minha família era muito simples também. Embora seja relativamente perto de BH, a diferença social e cultural é muito grande. Mas eu sempre busquei muito a cultura e o crescimento da minha arte. E acho que isso foi muito importante para tornar a minha música direta, só sei falar de coisas que entendo, de coisas que eu vivo.

Você é donas de vários hits , músicas de novela e tal, como você se inspira?

Eu sempre usei a música para falar comigo mesma. Eu escrevo para mim, e acho que é a forma mais fácil de você se conectar com o outro. Eu sempre sonhei muito com novela, eu assistia às novelas. E quando eu tive a primeira música em uma novela, que foi a canção “Varrendo a Lua”, em Malhação, em 2011, passou um filme na minha cabeça. Engraçado que os meus amigos falavam que eu tinha que ter uma música em uma novela do horário nobre [hoje a faixa das 21h], mas eu queria que entrasse em Malhação. Eu dei isso para o universo e o universo me deu de volta. Hoje eu já vivi essa felicidade [de ter música em trilhas de novelas] por 20 vezes. É uma experiência muito boa que eu quero repetir mais vezes.

Foto: Divulgação

E seu novo trabalho, o EP “Só Conheço o Mar”, fale sobre ele.

Nesse período de isolamento, como todo mundo, eu tive um momento em que eu fiquei meio em choque, apreensiva, até eu começar a falar comigo mesma. Então comecei a compor, compor, compor. Engraçado que eu também tive que mudar meus planos. Eu tinha um álbum para gravar no início deste ano, e tive que adiar. Então eu o gravei em outubro e ele está guardado. É um álbum com 11 músicas, que agora deve ser lançado no ano que vem. Não posso dizer o nome ainda, mas trata sobre amor e resiliência e tem parcerias com Humberto Gessinger, Hyldon, Luiz Caldas e com o De Maria.

Mas neste período [de pandemia], pensei que não ia ficar sem lançar nada. Eu queria dividir com as pessoas esse sentimento que estava dentro de mim, então cada música fala sobre o que está passando dentro de mim nesse isolamento, que é um isolamento a dois, meu e da Marina [Campos, mulher de Roberta], que também assina comigo a primeira faixa, que é “Cada Acorde É Seu”. Eu comecei a compor a música e deixei propositadamente uma parte em branco para que ela escrevesse. Então eu tenho essa parceria com ela e as outras assinei sozinha. O que que quero passar com esse EP é que as pessoas tenham força e esperança, que esse momento vai passar.

Foto: Divulgação

E esse EP vai virar um álbum? 

Não, essa história são só cinco músicas mesmo. Mas o que tem de legal é que todas as faixas vão ganhar um clipe.

E como é a Roberta Campos produtora, já que você coproduziu o EP ao lado de Sergio Fouad? 

Eu tive uma primeira experiência, mas de forma muito diferente, no meu primeiro disco, “Para Aquelas Perguntas Tortas”, de 2008. Nesse álbum eu não tinha dinheiro, mas queria muito fazer um disco. Aí, eu tive a sorte de uma cantora chamada Duda Monteiro gravar duas músicas minhas e acabei ganhando um dinheiro que eu não esperava, comprei um equipamento básico e  consegui gravar o álbum em casa. Eu fui descobrir no YouTube qual programa usar, como mexer, essa coisas, e consegui gravar. Então botei a mão na massa mesmo e produzi ele, foi o primeiro, mas foi em casa.

E entrando em estúdio, dirigindo músicos, vendo esse lance de arranjo, com ideia de arranjos de cordas. Dividi, claro, essa função com o Sergio Fouad. Mas foi uma história totalmente diferente. Foi bonito de fazer, porque é um disco tão intimista, que eu quis trazer o máximo possível para mim. E foi demais, quero repetir. Primeiro que sou muito criativa, e gosto dessa coisa do “faça você mesmo”.

Foto: Divulgação

Além do violão, você toca outros instrumentos também? 

Olha, eu arranho várias coisas, mas é no violão que eu me garanto.

O quê, por exemplo?

Bateria, eu confesso que fiz uma aulas e me dei muito bem. Piano eu sou um pouco ruim, fico catando nota. O ukulele eu toco melhor e também o baixo. Mas o violão é a extensão do meu braço.

 

E você pretende fazer lives para divulgar o EP? 

Sim. No sábado mesmo eu fiz uma live pela Virada Cultural, onde lancei o EP. Mas vou fazer mais.

 

 

 

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