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Nova aposta da MPB contemporânea, Junin lança primeiro EP solo “músicas para a janela”

Foto: Divulgação

Por Evelyn Gross

O cantor, compositor e multi-instrumentista Junin, também baterista da banda LUPA, lançou seu primeiro EP solo intitulado “Músicas Para a Janela”. Neste novo trabalho, o artista expressa grande parte dos sentimentos vividos neste período difícil em que o mundo está passando, dentro de casa, como o resto do globo.

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O artista conversou com exclusividade com RG e contou um pouco mais sobre o processo de produção e composição do EP, além de seus planos para o futuro.

Foto: Divulgação

RG – Como foi esse processo de criação do EP?

Junin – O processo do EP aconteceu durante a quarentena, em meio a esse momento difícil no qual todos nós estamos passando, com os sentimentos a flor da pele, muito mais intensos. A partir do momento em que me “trancaram” em casa, eu decidi usar esse tempo para me conectar mais com a música, conhecer novos instrumentos, ir para novos mundos no qual a gente antes, em uma vida corrida de shows, reuniões, terminou que tinha muito tempo que eu não tirava um tempo pra mim mesmo como músico. Eu me “tranquei” no estúdio da LUPA, que é a na minha casa, acabava passando horas lá tocando diversos instrumentos e compondo. Juntando os momentos que eu passava lá com tudo o que eu estava sentindo, veio a necessidade de escrever algo mais meu assim, eu nunca fiz uma música onde as composições eram 100% minhas, até mesmo na banda.

Em momento nenhum eu pensei em ter uma carreira solo, foi uma grande surpresa, e olhando para aquilo que eu tinha feito, falei “O que eu faço com isso agora?”, e para mim essas músicas elas foram cura, elas vieram em um momento difícil que eu estava passando, sendo um “abraço” pessoal, e aí foi onde tudo começou.

RG – Você começou a produzir esse EP no início da pandemia, e eu vi que você tem uma Playlist chamada escuta na janela, foi aí que tudo começou? 

Junin – Essa playlist eu criei com músicas que me inspiraram e são fontes que estive escutando durante esse momento. São artistas que eu admiro e são minha paixãozinha.Tudo o que tá ali é um pouquinho do que eu tento trazer para o meu projeto com certeza, até na descrição dela eu coloco “músicas que me fizeram chegar até aqui”.

RG – Essa questão sentimental creio que pegou todos que estão passando por essa fase difícil no mundo, você crê que seus sentimentos para escrever as músicas foram mais aflorados e importantes na hora de compor?

Junin – Eu acho que esse ano em si está sendo um ano difícil, e continua assim. Eu tenho conversado com alguns amigos e fiquei falando que agora que eu lancei as músicas e estou mais calmo um pouco porque parou a correria, comecei a enxergar novamente onde estão as coisas e o quão complicado está 2020 pra todo mundo. Para mim serviu até como um momento de autoconhecimento de tentar se melhorar sozinho, ficar bem consigo mesmo independentemente de todo o caos externo, e acho que isso acaba despertando sentimentos mais intensos, sendo eles amorosos, familiares, de amizade ou com qualquer outra pessoa. Gosto até de brincar que pra mim essa carreira solo está sendo uma terapia, sem a menor dúvida.

Foto: Divulgação

RG – Eu li que umas de suas maiores inspirações para este EP é o Harry Styles, queria saber como você chegou a este consenso e se combinava com o que você queria apresentar para o público.

Junin – Amo muito ele, não só musicalmente falando, mas todo o conceito que o Harry trás. Eu gosto muito de falar que se eu falasse só sobre música ou se minha carreira fosse sobre isso, não estaria satisfeito, gosto de trazer a junção de todas as artes. Pode ser tanto audiovisual, dança ou até através da moda que é algo que me cativa desde novo. E creio que o Harry Styles vem trazendo uma certa quebra de uma maneira incrível.

RG – Qual a sua música favorita do EP?

Junin – É impossível responder essa pergunta, acaba sendo como uma escolha de um filho favorito sabe. Cada uma me trás um momento, sentimento ou lembrança especial. Mas não consigo olhar e escolher a que mais gosto. Dentre todas elas a que eu mais escuto é “tá tudo bem”, mas a que mexe mais comigo é “guarda pra mim”

RG – Como você enxerga o futuro da música e quais os seus planos futuros?

Junin – O meu futuro na música eu quero estar sempre usando isso como terapia, cada vez me desconstruir mais musicalmente, sendo verdadeiro e mais direto, poder sempre usar o Junin como uma válvula de escape de tudo o que eu passo na minha vida e sinto. O fato de dar certo é estar conseguindo fazer isso, levando essas músicas, ajudando outras pessoas, como tem acontecido desde o lançamento do EP.

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