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Héloa estreia “Opará na Pista”; ouça

Foto: Arthur Soares

Em uma reverência às matrizes afro-indígenas, por meio dos cantos da Aldeia Kariri Xocó (SE), tambores sagrados do candomblé e das composições que evocam as forças do orixás, Héloa experimenta as batidas eletrônicas e lança “Opará na Pista” – um EP comemorativo de 1 ano do seu álbum “Opará“.

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Abordando a ancestralidade como principal fio condutor, o compilado está disponível em todos os aplicativos de música e – dirigido pela própria cantora – traz quatro remixes de DJs e produtores de diversos cantos do Brasil.

O single “La Tempo 2.0” vem com assinatura do DJ Raiz (BA). Em “Mamãe Oxum 2.0”, o novo olhar surge dos paraenses Lucas Estrela e Strr (PA). Nessa, Mãe Bequinha de Oxum participa trazendo um trance e experimentalismo para o louvor dedicado a força das águas doces. Em “Mar Menino 2.0“, Furmiga Dub (PB) homenageia o rio Opará, mais conhecido como rio São Francisco. Já “Maré Mansa 2.0” ganha corpo com as impressões sonoras de Dj Dolores e Yuri Queiroga (PE).

O resultado surge de uma aposta em ritmos diaspóricos e urbanos, aportados no Brasil, que têm como base a dança como força de expressão dos rituais como o funaná, Gweta, hapingo, Ikoku, entre outros.

Foto: Arthur Soares

Na versão remix, participam Mulheres Livres, grupo  formado dentro do Carandiru por mulheres em situação de cárcere. Essa track ganhou, ainda, um videoclipe que foi gravado em Sergipe durante o período de isolamento social, na Praia do Refúgio e no rio Vaza-Barris, reverenciando as yabás Nanã, Oxum e Iemanjá por meio de imagens na beira do rio, do mar e do mangue. Nesta canção é exaltado o canto na língua zulu com sons e palavras que remetem à cultura ancestral da África do Sul e da memória dos seus antepassados e a relação com a travessia e a força das águas.

Para a concepção visual do projeto, Héloa conta com a parceria do renomado estilista sergipano Altair Santos e seus figurinos com referências da cultura popular quilombola e indígena. “As vestes são repletas de saberes manuais, fitilhos, cores, movimentos e bordados feitos pela comunidade de artesãs da renda irlandesa, patrimônio Sergipano.”

Batida a batida, em um mergulho ainda mais pop, Héloa convida o público para uma espécie de transe ancestral guiada por seu “Opará na Pista”.

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