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Carola deslancha na carreira, conquista apoio de David Guetta e leva representatividade preta para as pick-ups

DJ e produtora Carola é um dos principais nomes da música eletrônica brasileira (Foto: Divulgação)

A produtora musical e DJ Carola tem conquistado cada vez mais o seu espaço dentro do cenário da música eletrônica no Brasil.

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Já com mais de 200 mil ouvintes mensais só em sua página oficial no Spotify, seu último lançamento foi a dançante “FKGO”, em colaboração com Kohen.

Levando representatividade preta para dentro das pick-ups, o talento da DJ já ganhou o apoio de grandes nomes da indústria do Brasil e do mundo todo, como David Guetta, Fedde Le Grand, Mike Williams e outros.

A track “FKGO” surgiu a partir de uma brincadeira dentro do estúdio com o amigo de longa data, o produtor e DJ Kohen. “Eu queria que ele me ensinasse a fazer uma base específica e depois de ficar a noite inteira dentro do estúdio, criamos a ideia da música”, contou a artista.

A brasileira já tem ganhado tanto espaço que foi notada por nomes importantes da música eletrônica ao redor do mundo, como o gigante David Guetta (Foto: Divulgação)

Carola não anda sozinha: para deslanchar na carreira e ser um dos principais nomes da música eletrônica em ascensão por aqui, ela contou com a ajuda de quem anda do lado dela: seus amigos DJs. Antes da pandemia do coronavírus proibir as festas oficiais por aqui, suas músicas eram frequentes nos sets de inúmeros artistas brasileiros.

“É uma realização pessoal e profissional gigantesca. Ver artistas que eu admiro e que moldaram o meu ‘eu artístico’ apoiando o meu trabalho, tocando minha música… é uma parada surreal, ainda não caiu a ficha”, comenta sobre o apoio de grandes DJs da cena.

Ao longo do tempo, com muito esforço, Carola começou a conquistar seu espaço dentro da indústria e teve a oportunidade de lançar o seu projeto autoral em 2015, durante uma festa que aconteceu no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, e juntou mais de 10 mil pessoas.

A artista é direta ao falar sobre como o cenário da música eletrônica reflete a nossa sociedade como um todo, na qual pretos e pretas não são valorizados e, às vezes, perdem oportunidades justamente por conta de sua raça.

“Chega a ser um absurdo somente em 2020 ter uma mulher preta com certa notoriedade dentro do mercado eletrônico, sendo que a música eletrônica e seus festivais no Brasil já estão em alta há bastante tempo. Quero fazer o possível para mudar a minha realidade e poder abrir portas para outras pessoas que queiram fazer parte disso, mas, em algum momento, não se sentiram representados”, completa Carola.

Com infância dura, a artista iniciou sua carreira por sempre sonhar em ser DJ. Sem dinheiro e sem apoio para fazer cursos de discotecagem e produção musical, Carola foi autodidata neste assunto e aprendeu vendo video-aulas e tutorais no YouTube.

Autodidata, Carola aprendeu a produzir música e discotecar vendo vídeos no YouTube (Foto: Divulgação)

Para ela, a falta de representatividade negra no mundo das artes durante a sua infância é algo marcante para ela até hoje.

“Lembro quando era adolescente, ligava a TV para assistir novela e era muito difícil ver um preto representado como um grande líder ou ocupando algum cargo de importância, isso é algo muito recente. Lembro que as referências que eu tinha eram que o preto é ladrão, empregado ou estava na cadeia… e minha família é muito pobre, então eu tive que ter um pensamento completamente fora da curva para conseguir conquistar as coisas que estou conquistando hoje”, conta a DJ.

Enquanto os eventos não retornam, Carola segue em casa produzindo e estudando para trazer cada vez mais a qualidade necessária para suas músicas. Ouça abaixo o último lançamento, “FKGO”, já disponível em todas as plataformas digitais.

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