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“Proteja os Seus Sonhos” apresenta álbum e curta-metragem

Joca e Késia Estácio – Foto: Divulgação

“Sonhos nem sempre são românticos, mas proteja os seus sonhos como matéria prima de suas vidas”. É desta forma que Conceição Evaristo, uma das maiores referências da literatura brasileira, abre o álbum “Proteja Os Seus Sonhos“, projeto colaborativo entre a plataforma de cultura negra AUR, o produtor Theo Zagrae, o laboratório musical MangoLab, e a Som Livre, por meio do selo slap.

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O projeto multiplataforma, que visa celebrar a cultura preta, é composto por um álbum com nove músicas – sendo oito inéditas -, interpretadas por 15 artistas negros que representam o futuro de uma nova cena musical. Além de um curta-metragem – dividido em três partes- , que promete impactar público e crítica.
O Dia da Consciência Negra foi o pano de fundo perfeito para a estreia do primeiro ato do curta – veja aqui -, e do álbum “POSS” completo, que já está disponível em todas as plataformas digitais – ouça aqui . “Eu sempre fico um pouco reflexivo sobre as questões raciais nessa semana. Me pergunto de que forma podemos influenciar as novas gerações. Acho que o ‘POSS’ vem aí para gerar reflexão sobre essa desigualdade a qual nós, pretos, somos submetidos”, conta Zagrae, produtor que assinou a direção musical do projeto.
O primeiro ato do curta-metragem conta com a direção de Phelippe Rios (Feyjão). Já no segundo ato, ele se une à Stephany Silva e Jonas Feitosa. O roteiro fica a cargo de Stefano Volp. Todos os conteúdos audiovisuais, que dão vida ao curta-metragem, serão lançados até fevereiro de 2021. As músicas do álbum “POSS”, e seus intérpretes, se conectam ao filme por meio de clipes que embalam sua trilha sonora. O enredo traz duas crianças protagonistas, Akin e Sankofa, que divididas entre famílias e comunidades quase opostas, têm uma chance de ressignificar o tempo ao começarem a se encontrar em sonhos peculiares.

Ebony e Luthuly – Foto: Divulgação

As músicas do álbum dão a tonalidade da narrativa, que movimenta uma equipe de mais de 40 profissionais, composta majoritariamente por pessoas pretas em todas as escalas dessa pirâmide. As gravações aconteceram neste ano, seguindo todos os protocolos de segurança de combate ao coronavírus. “A partir do momento que jovens negros conseguem proteger o sonho pela liberdade de ser eles mesmos, o mundo começa a mudar ao nosso favor”, defende Pedro Bonn, fundador e curador da AUR. Bonn lembra ainda do episódio de violência policial sofrido pelo americano George Floyd, que gerou manifestações no país todo, e inflamou ainda mais o movimento Black Lives Metter, que luta pela igualdade racial. “Em um ano extremamente adverso para com as vidas negras de todo o mundo, é extremamente necessário que artistas pretos consigam se expressar de forma livre e diversa.”
O álbum “POSS”, que sai pelo slap, selo da Som Livre, une artistas como Luthuly, YOÙN, Ebony, GABZ, Késia Estácio, Jonathan Ferr, Anchietx, entre outros, com intuito de criar uma movimentação artística que representa um grande recorte geracional de jovens pretos brasileiros que querem se posicionar em lugares de destaque.

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