“Um dDia com Jerusa”- Foto: Divulgação
O FIM (Festival Internacional de Mulheres no Cinema) foi criado em 2018 com o objetivo de valorizar a produção cinematográfica feita e protagonizada por mulheres do Brasil e do mundo. Em sua 2ª edição, que será realizada de 10 a 17 de novembro, em formato online, o FIM celebra a presença feminina no cinema e a diversidade de raças em sua programação. Dos 29 filmes brasileiros e internacionais participantes, 45% são dirigidos por mulheres brancas, 45% por pretas e pardas, 7% por indígenas e 3% por amarelas.
SIGA O RG NO INSTAGRAM
“Reunindo filmes dirigidos por mulheres, de diversos formatos e gêneros, o festival apresenta como possível a realidade que quer ver expressa na sociedade e na indústria cinematográfica: representatividade de mulheres em tela e diversidade étnicorracial”, afirma, Minom Pinho, diretora do FIM.
Serão exibidos gratuitamente 19 longas, dois médias e oito curtas-metragens que estão divididos nas Mostra Competitiva Nacional, Mostra Internacional, os programas especiais “Lute como uma Mulher” e “Todas as Mulheres do Mundo – Curta Kinoforum”, além de sessões de tributos a grandes mulheres do cinema e da cultura. A grade da programação estará disponível no site www.fimcine.com.br e os filmes poderão ser visto pela plataforma www.innsaei.tv.
O FIM20 é uma realização da Casa Redonda e correalização do Sesc São Paulo, em parceria com a Associação Cultural Kinoforum. O Festival conta com o patrocínio do Itaú e Diageo, copatrocínio da Avon, por meio do F.A.M.A. – Fundo Avon de Mulheres no Audiovisual e apoio institucional do Instituto Diageo, Projeto Paradiso, Embaixada da França no Brasil, Grupo Mulheres no Audiovisual Brasil, + Mulheres – Lideranças do Audiovisual Brasileiro e Núcleos Criativos Latino-americanos.
“Até o Fim”- Foto: Divulgação
Homenagens
A atriz, diretora, roteirista e escritora Grace Passô é a grande homenageada do FIM20. Aos 40 anos, a mineira radicada em São Paulo coleciona prêmios, não somente no teatro, onde começou sua carreira polivalente, como também no cinema, representando a força da mulher negra e o futuro das artes no Brasil.
Suas múltiplas expressões poderão ser vistas nas obras selecionadas para o Festival. O média-metragem “Vaga Carne”, no qual atua e dirige – em parceria com Ricardo Alves Jr. –, é uma adaptação do monólogo escrito, dirigido e interpretado por ela nos palcos, encarnando diversas vozes que “se apossam” de seu corpo e colocam em xeque os preconceitos identitários de nossa sociedade. Prêmio Shell RJ e Cesgranrio de Melhor Texto em 2016, teve sua versão cinematográfica lançada diretamente em streaming em maio deste ano.
“Vaga Carne” integra a mostra de filmes da artista, com o curta inédito “República” (2020), criado, dirigido e interpretado por ela em sua própria casa, durante a pandemia da Covid-19, e o curta “Sem Asas” (2019), de Renata Martins. “Estou muito feliz com a homenagem do FIM. Poder comemorar com outras pessoas, ver coisas que fiz reunidas, me dá mais fôlego para criar e, portanto, para viver. E a alegria nunca foi tão importante quanto nesse momento”, declara Grace. Ela participará ainda de uma mesa-redonda a respeito dos movimentos das mulheres negras nas artes e no cinema no Brasil, com mediação de Janaína Oliveira.
A diretora francesa Claire Denis também ganha destaque na programação. Nascida em Paris, criada em Camarões e com familiares brasileiros, é uma cineasta fundamental para o cenário da sétima arte nos últimos 30 anos. “Seus filmes expressam um desejo verdadeiro de conhecer as pessoas, com narrativas sobre a intimidade, sexualidade e o não-pertencimento”, explica Beth Sá Freire, curadora do FIM.
“O Livro dos Prazeres” – Foto: Divulgação
Começou como assistente de diretores como Jacques Rivette, Costa-Gavras e Wim Wenders até trilhar sua própria carreira, que conta com 14 longas-metragens. A 2ª edição do festival faz um tributo a essa trajetória, exibindo duas de suas grandes obras: “Deixe a Luz do Sol Entrar” (2017), comédia romântica em que Juliette Binoche vive uma mulher em busca de realização no amor e na vida; e “35 Doses de Rum” (2008), a história de pai e filha que vivem uma relação quase fechada ao mundo desde que perderam a esposa e mãe, com Alex Descas no elenco, ator que trabalhou em onze de seus filmes.
O FIM20 apresenta uma masterclass de Claire, mediada pelo educador e especialista Robert Milazzo da Modern School of Film de Nova York e produzida especialmente para o festival. Diretamente de sua casa, a cineasta fala de seu cotidiano, dos desafios humanos e sociais trazidos pela pandemia da Covid-19, de sua infância em Camarões e das suas origens brasileiras, com ascendentes do estado do Pará. Envereda ainda pela sua obra, destacando a relação com atores, o financiamento de suas produções, as escolhas de temas e curiosidades sobre seus filmes memoráveis.
A 2ª edição do evento celebra ainda o centenário de nascimento da escritora ucraniana, naturalizada brasileira, Clarice Lispector (1920 – 1977). Dois filmes baseados em sua obra e realizados por cineastas mulheres foram escolhidos para abrir e fechar o Festival: o premiado “A Hora da Estrela” (Brasil, 1985), de Suzana Amaral, e o inédito “O Livro dos Prazeres” (Brasil| Argentina, 2020), de Marcela Lordy, respectivamente.
FIM – Festival internacional de mulheres no cinema
2ª edição, de 10 a 17 de novembro de 2020
Informações: www.fimcine.com.br.
Plataforma de exibição: www.innsaei.tv – Gratuito.
Siga das redes sociais: facebook.com/fimcine e instagram.com/fimcine.