Após apresentar a África em seu último trabalho, intitulado “Luz e Sombra“, Christian Cravo revisita o passado e traz de volta imagens da Salvador tropical que lhe surpreendera, quando saiu de Copenhague disposto a morar no Brasil. Imagens de uma cidade tropical, mestiça, ao mesmo tempo singular e plural. A exposição marca o início da representação entre o artista e a Babel SP, que recebe a exposição a partir de 17 de novembro 2020.
Nas imagens em preto e branco, Cravo capta a espontaneidade de crianças, a vida perto do mar, a religiosidade e a sensualidade presente nas ruas da cidade. Este foi seu primeiro trabalho, realizado entre 1991 e 1993, e será exposto, pela primeira vez, em São Paulo. A obra foi publicada pela então prestigiada editora Cosac Naify (1996 – 2015), em 2014, e reúne 300 imagens inéditas de sua autoria, além de um prefácio assinado pelo artista Miguel Rio Branco.
O livro estará disponível para venda na Babel SP. Na exposição são 32 imagens selecionadas entre grandes (112 x 168,5cm), médias e pequenos formatos.
O fotógrafo, nascido em Salvador, passou a infância e a adolescência entre o Brasil e a Dinamarca e fez os registros entre os 17 e 19 anos de idade, período que passou com o pai na Bahia, após 10 anos vivendo na Europa. “A exposição Northern Light, Southern Skies é fruto de uma etapa do processo criativo que faz parte da autocrítica do artista; a releitura contemporânea do seu acervo. Revisitar é revigorar e refletir. Neste caso, o trabalho feito em sua maior parte entre os anos de 1991 e 1995, recém vindo da Europa ao Brasil que havia deixado ainda criança”, comenta.
A ideia da exposição é voltar às raízes por meio de uma nova perspectiva e reflexão intuitiva sobre o momento em que o mundo se encontra atualmente, diante de uma pandemia. Por conta do cenário atual, o tempo proporcionou o resgate da essência das primeiras experiências. A questão da sobrevivência, a luta do dia a dia. “Northern Light, Southern Skies” mostra todas as influências estéticas e referências artísticas exploradas por Cravo quando ainda era um jovem que experimentava a fotografia como expressão. Uma excelente oportunidade para compreender seu trabalho.