Foto: Ana Pigosso
A luta pela sobrevivência levou o homem ribeirinho a descobertas e invenções surpreendentes. Na medida em que a implacável dificuldade ampliava suas garras, sua capacidade de criação se fortaleceu e desenvolveu. Foi a partir disto que se manifestou o espírito artesão e construtor de Osvaldo Gaia. É dos saberes dos ribeirinhos, das águas, das cores filtradas na pintura, do mato, mangal, a força dos ventos e do que os ancestrais legaram ao artista: nuances, texturas e levezas, que sua mão engendra a beleza numa infinita busca de revelação da condição de sobrevivência pela lógica da construção poética. O resultado desta pesquisa será exibido na mostra inédita Vamos chamar o vento, em cartaz a partir de 24 de outubro na Galeria Lume.
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Natural de Belém do Pará, Gaia passou sua infância entre pescadores tecendo redes, jogando linhas com anzol no mar e trançando cordas em barcos. As atividades afloraram o espírito artesão e construtor do artista, que desenvolve suas obras por meio de pesquisas com elementos que se identificam como estrutura escultórica dentro de uma visão mais interna e perceptível da forma. Transitando entre desenho, pintura, escultura e instalação, suas criações trazem um sentido de pertinência com o qual o espectador se identifica.
A exposição poderá ser visitada por meio do site da galeria, ou fisicamente por meio de agendamento através do telefone (11) 4883-0351. A reabertura do espaço físico da Lume segue os protocolos de saúde e higiene para evitar a disseminação e contaminação da Covid-19.
Foto: Ana Pigosso
Sobre o artista
Nascido em 1961, o escultor e pintor Gaia vive e trabalha no Rio de Janeiro. Sua formação artística foi se constituindo por meio de pesquisa e experimentações dentro do universo amazônico com elementos que se identificam como estruturas escultóricas, porém num escopo abrangente e perceptível da forma, em relevos, texturas e transparências.
Detém-se conceitualmente em questões sociais, arquitetônicas, econômicas e relacionadas a fluxos, origens, identidades e ferramentas ligadas à vida ribeirinha, de onde tira sua inspiração. Sua produção tem forte recorte orgânico e, simultaneamente, extremo rigor construtivista e grande teor simbólico. Expõe desde 1975, participando de mostras coletivas e individuais no Brasil e exterior, sua produção artística abrange desde pequenos objetos a instalações e intervenções urbanas.