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Central Galeria apresenta a mostra “No presente, a vida (é) política”

Obra de Bruno Baptistelli – Foto: Sarí Ember

A Central Galeria apresenta a mostra “No presente, a vida (é) política“, com curadoria de Diego Matos com os artistas Bruno Baptistelli, Dora Smék, Fernanda Gassen, Fernanda Pessoa, Gabriela Mureb, Gustavo Torrezan, Marília Furman, Paul Setúbal e Rafael Pagatini. Com curadoria de Diego Matos, que seleciona trabalhos que ajudam a recuperar o sentido de coletividade e a reestruturar o corpo social.

“Ainda numa vida pré-pandêmica, a exposição coletiva No presente, a vida (é) política nasce do desejo de ensejar um debate pela arte que traga a produção artística contemporânea como protagonista dos temas emergenciais da vida democrática como também um dispositivo qualificador no presente das implicações do corpo e do individuo no tecido social coletivo.

Obra de Dora Smek – Foto: Divulgação

O trabalho de arte é agente de mudança que batalha pela desautomação da linguagem e dos afetos, podendo nos ajudar a clarear os impasses e até mesmo imaginar novos entendimentos para o futuro. Tal impulso de representação nasce das provocações advindas de reflexões contemporâneas, especialmente da escrita potente do filósofo e escritor, professor e agitador cultural italiano Franco “Bifo” Berardi (1).

Obra de Gabriel Mureb – Foto: Divulgação

Em um certo sentido, por meio dos mais variados gestos sensitivos da arte, os 9 artistas aqui reunidos confabulam pesquisas, estratégias, ensaios, enunciados, registros e formas de ações conscientes no presente, refletindo permanentemente na possibilidade de vida politizada, coletiva e libidinosa, que não se deixa findar e que não espera pelo futuro prometido da vida religiosa, da bonança econômica neoliberal e da crença velada nas formas de operar a política democrática e liberal.

Obra de Rafel Pagatini – Foto: Divulgação

Assim, pode ser pelos trabalhos de arte que as ressignificações do presente possibilitem destituir a impotência da crise permanente em que vivemos mergulhados. Se o antropoceno chegou, e a pandemia na qual vivemos pode ser vista como uma exemplificação disso, há de se clamar por alternativas ao trabalho (precarizado e hiperconectado) e ao cotidiano alienado por meio de desafios do pensamento e do fazer artístico. Os mecanismos da arte podem inclusive reavivar conflitos, dissensos e antagonismos necessários à esfera pública, algo pontuado pela cientista política belga Chantal Mouffe.

Como conclama o próprio Berardi em seu manifesto pós-futurista, ao falar de nossa época como um momento posterior ao futuro, “nenhuma obra que não expresse a inteligência do possível pode ser uma obra de arte”. No meu entender, com consciência histórica, todas as obras reunidas ao longo da galeria se fazem em experiência coletiva nas bifurcações das possibilidades, ideias e sugestões.

Duas publicações do autor foram lançadas recentemente no país pela Ubu Editora: Depois do futuro e Asfixia: capitalismo financeiro e a insurreição da linguagem.” Texto de Diego Matos.

Serviço
Exposição: “No presente a vida (é) política”.

Abertura: 10 de outubro.

Visitação: de 12 de outubro a 21 de novembro.

Rua Bento Freitas, 306, Vila Buarque, São Paulo. Tel.: 11- 9305.17652.
info@centralgaleria.com
www.centralgaleria.com

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