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Victor Collor retrata índios Kuikuro na série “Primeiros Brasileiros”, feita no Alto Xingu

Fotografias vão acompanhadas de uma nota de mil cruzeiros com imagens dos índios Carajás (Foto: Divulgação)

Os povos indígenas do Alto Xingu, da etnia Kuikuro, serviram de modelo para Victor Collor dar vida à série “Primeiros Brasileiros”. Para esse projeto, o fotógrafo revelou as fotos e incluiu a nota de mil cruzeiros (1990 – 1994), do século passado, como uma forma de reflexão em um quadro de 50 x 60 cm. “Até onde vamos para conseguir juntar mais dinheiro e explorar recursos naturais?”, questiona a obra.

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A frase desperta o olhar para a questão social e ambiental que a população indígena vem sofrendo no Brasil. Com a notícia da primeira morte no Parque “Indígena do Xingu, causada pela Covid-19 no dia 13 de Junho, as aldeias que antes se sentiam vulneráveis e ameaçadas pelas políticas públicas de proteção do Governo Federal, passaram a se sentir ainda mais expostas com a chegada do vírus no território indígena.

O projeto angaria fundos para a proteção contra a Covid-19 na aldeia da etnia Kuikuro, Alto Xingu, em Mato Grosso. Cada obra foi produzida em tiragem limitada (cinco de cada) em papel fotográfico [Photo Rag Hahnemühle 188g] e impresso com pigmento mineral no tamanho de 60cm (altura) por 50cm (largura) e 4 cm (profundidade). Cada obra custa R$1.200. O lucro revertido para a.

Produzida em agosto deste ano, a série tem lucro revertido para a Associação Indígena Kuikuro do Alto Xingu (AIKAX), responsável pela compra de materiais de higiene pessoal e de proteção contra a Covid-19, além de itens básicos de subsistência na aldeia dos índios.

DOAÇÕES VOLUNTÁRIAS
Para ajudar, é possível fazer contribuições voluntárias em qualquer valor na conta da AIKAX, no Banco do Brasil (agência 1319-6 – conta corrente 10.323-3), em nome da Associação Indígena Kuikuro do Alto Xingu – AIKAX(CNPJ: 05.645.856/0001-38.


PRESERVAÇÃO
A aldeia Kuikuro tem 380 indígenas que habitam e preservam o Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso. A região do Alto Xingu é a única área na Amazônia brasileira onde é clara a continuidade da ocupação indígena dos tempos pré-coloniais até o presente, sendo considerada uma das etnias mais antigas no território. A líder indígena e ativista Sônia Guajajara é citada pelo projeto, que levanta a questão de que as terras indígenas garantem o equilíbrio do clima e das chuvas. “Se os povos indígenas estão em risco, a biodiversidade está em risco, a água está em risco, o planeta está em risco”, ela explica.

VIDA EM RISCO
Invasões, exploração ilegal e contágios por doenças relacionadas à atividade garimpeira não são novidades no Parque Indígena do Xingu, mas com o avanço do vírus no interior do País, a invasão desses garimpeiros dentro das Terras Indígenas e Unidades de Conservação representam uma dupla ameaça:o contágio ainda mais devastador dos povos indígenas e aumento do desmatamento da floresta.

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