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Com curadoria de Marina Bortoluzzi do Instagrafite, a artista colombiana Gleo expõe “Nada”

“A Outra”- empena produzida pelo Instagrafite com arte da Gleo em 2017 – Foto: Divulgação

Com a reabertura dos espaços expositivos e museus, a artista e muralista colombiana Nathalia Gallego Sánchez, mais conhecida como Gleo, estreia o retorno da A7MA Galeria na Vila Madalena (SP) com “Nada”, exposição assinada pela curadora Marina Bortoluzzi, cofundadora do Instagrafite, uma das maiores mídias de arte urbana do mundo e empresa especializada em projetos de arte contemporânea.

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“Nada” é o resultado de um mergulho interno de Gleo durante sua residência artística no Brasil desde o começo da quarentena, em março. Em contato com o Brasil desde 2017, Gleo veio ao País pela primeira vez por meio de um convite do Instagrafite para participar do Nu Festival, onde pintou pela primeira vez uma empena em larga escala. Desde então, a artista tem uma conexão muito próxima com o país, e por conta desse relacionamento com a curadora, Marina foi convidada para assinar a nova exposição da colombiana.

Gleo criando durante quarentena – Foto: Fellipe Dornelas

Durante a quarentena no Brasil, Gleo também esteve virtualmente com Marina no WOW [Women on Walls], programa gratuito de formação e capacitação para mulheres artistas liderado pelo Instagrafite. Como uma das professoras do programa, a artista falou sobre “Arte e Espiritualidade”, tema que dialoga com essa nova exposição.

A artista tem na pintura um estado meditativo e foi com essa ferramenta que enfrentou o momento atual, com suas paletas e texturas, escutando sua criança interior, voltando-se para dentro, em um momento de, segundo ela, “soltar o medo e sair do controle, sair da zona de conforto e estar aberta ao novo”.

A exposição exibe obras originais e gravuras em serigrafia produzidas em Cali, na sua terra Natal e impressas na Cidade do México, além de obras feitas durante seu período de quarentena no Brasil, refletindo o que todos nós acabamos tendo como experiência no processo do isolamento. A mostra gratuita, que funcionará presencialmente ou em tour virtual 360º, nos convida a entrar em contato com a nossa existência no mais profundo e simples, naquilo que é nato (nada) e despido de todas as máscaras sociais.

Foto: Fellipe Dornelas

Permitindo-se à essa vulnerabilidade, em “Nada”, a artista confia em seu processo interno e aposta no campo das infinitas possibilidades.

Reconhecida na arte urbana pela linguagem gráfica consciente ao retratar símbolos e máscaras tradicionais da cultura popular colombiana, nessa nova exposição, Gleo expõe uma linha mais intimista, apresentando uma renovação de seu estilo que ainda passa por um processo de maturação. A exposição reflete justamente a fase de transição apresentando duas salas, que marcam a artista de antes e a artista que está em construção.

“É como se pudéssemos ver o seu consciente e inconsciente retratados a nossa frente”, conta Marina sobre as artes.

Foto: Fellipe Dornelas

Nas obras de “Nada”, Gleo é muitas vezes a protagonista de suas próprias pinturas, não só pela condição do momento, que impossibilitou o contato com novas modelos, mas também como consequência desta jornada pessoal de autoconhecimento e introspecção. Protagonizar sua própria arte é uma mostra de sua investigação de cura e aprendizagem, sem limites e sem fim. Por conta disso, as peças têm um aspecto de sonho, manchado, difuso, que não tem a intenção de terminar ali, ainda não sabemos aonde vamos chegar.

Exposição “Nada” – Artista: Gleo.  

Local: A7MA – Rua Harmonia, 95B – Vila Madalen.  

Abertura dia 12 de setembro de 2020 . 

Visitação gratuita.  

A exposição fica em cartaz por um mês presencialmente ou em acesso virtual em plataforma 360º.  

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