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Consuelo de Paula e João Arruda lançam o CD “Beira de Folha”

Consuelo de Paula e João Arruda – Foto: Divulgação

Consuelo de Paula e João Arruda – cantores, compositores e instrumentistas – lançam “Beira de Folha”, trabalho musical cujas canções nasceram de uma troca entre imagens e poemas. Consuelo criou letras a partir de imagens propostas por Arruda, que finalizou as obras compondo as melodias, de forma sincrônica e orgânica.

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O projeto inclui um livro, organizado por Alik Wunder, com fotografias e imagens da série “Fitografias” da artista visual Marli Wunder, que é também encarte do disco. Foi criado o site Beira de Folha (beiradefolha.com) que traz vários conteúdos extras: quatro áudio-poemas, música inédita (“Árvore-seriema”), vídeos dos artistas tocando e cantando, com imagens captadas da natureza que inspirou toda a obra, e o show de lançamento, que foi gravado na sala do estúdio de  Arruda, em Campinas, com cenário assinado por Marli e Alik.

A maioria das imagens que inspiraram as músicas de “Beira de Folha” são fotografias de Arruda e Alik tiradas no sítio Arvoredo, antes mesmo de existir nele uma moradia. O Arvoredo fica em Pocinhos do Rio Verde, no Vale da Pedra Branca, em Caldas, Minas Gerais. “Esse lugar nos brinda com uma natureza mágica que permeia todo esse nosso trabalho”, afirma o compositor.

A afinidade e amizade entre os artistas se concretizou no primeiro encontro. Arruda conta que convidou Consuelo para participar do projeto Arreuní, no Centro Cultural Casarão, em Campinas, e já acenaram com a possibilidade de realizar algo em conjunto. Iniciou-se, então, uma troca poética, na qual imagens (fotos, vídeos) postadas por Arruda nas redes sociais ou enviadas diretamente para Consuelo, inspiraram letras e poemas, imediatamente musicados pelo violeiro. “Podemos dizer que foi amor correspondido, que resultou em algo que vai muito além da soma de duas pessoas. A energia que nos envolveu durante o Arreuní vem acompanhando o processo criativo. A composição ‘Beira de Folha’ brotou desse encontro, antes do mergulho nessa mata, nessa natureza que norteia o disco, foi a semente para essa colheita. Mandei a letra e ele, a música de volta”, comenta a cantora. “Isso vai dar um disco!”, pensou ela, que passou a provocá-lo respondendo com poemas/letras às suas fotos.

Foto: Ione Cadengue

Ao longo de três anos, seguiram compondo, cantando e tentando viabilizar o projeto, possível agora mediante apoio do ProAC. Fizeram até um retiro em Pocinhos do Rio Verde para uma imersão de Consuelo no lugar e para lapidar as músicas, que já somam mais de 20 composições, das quais selecionaram 12 para o disco e outras extras para o site. Neste período, apresentaram o show “Arvoredo” em locais como Casarão (Campinas), Barracão das Artes e Rosa dos Ventos (Minas Gerais) e Teatro da Rotina (São Paulo).

A gravação de “Beira de Folha” ocorreu em 15 dias, durante a quarentena. Arruda comenta que o disco chega em um momento particular, como um respiro durante pandemia do coronavírus. “Uma obra musical ligada à vida, com esse cheiro de mato, parece um alento diante do confinamento”, comenta. “Nosso canto é uma louvação à natureza desse lugar onde eu vivo. Enquanto a floresta no Vale da Pedra Branca teima em verdejar e suas águas teimam em correr, percebemos o contraste vindo das pedreiras, o impacto e a ameaça das mineradoras. Nosso canto é a nossa voz que procura pelo olhar amoroso das pessoas, em busca de preservar a natureza deste e de outros lugares”, finaliza Arruda.

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