Cultura

Aos 45, Danton Mello chega aos 40 anos de carreira como autodidata

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Foto: Gustavo Arrais

Ele tem 45 anos de idade, 40 de carreira, 21 novelas, 15 filmes e 15 peças, além de seu trabalho como dublador. É pai de duas meninas, Luísa, de 18 anos, e Alice, de 16, que moram nos Estados Unidos. Conhecido por seus personagens marcantes, Danton Mello é, sobretudo, um cara que gosta de trabalhar, não para, e está incomodado com esse tempo em que temos que estar afastados, sem fazer nada. “Eu estava prestes a começar uma nova novela e uma semana antes foi decretado o isolamento social. Eu nunca fiquei tanto tempo sem trabalhar, sem fazer nada (risos).”

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Ao mesmo tempo em que se incomoda com o ócio, ele está muito tocado com a quantidade de gente morrendo, passando fome, com as consequências da pandemia do coronavírus. “Ah, eu estou sumido das redes [sociais], de vez em quando eu posto alguma coisa, porque cada vez que penso em postar algo penso também que tem um monte de gente morrendo, e que sentido faz postar? Tem gente passando fome.”

Foto: Gustavo Arrais

Dono de uma voz marcante e uma risada gostosa, Danton já fez uma variedade sem fim de personagens, do humor ao drama, ele se desdobra para sempre se entregar ao máximo, ao ponto de ter se visto totalmente imerso em um de seus últimos trabalhos, o filme “Predestinado” [sem data de estreia por conta da pandemia], que conta a vida do médium Arigó.  “No fim, eu estava tão imerso no personagem que precisava fazer um corte abrupto, e foi assim que aconteceu, quando acabaram as filmagens apareceu um trabalho novo na sequência e eu aceitei. Foi bom”, diz.

Sensível, Danton se emocionou ao contar sobre sua trajetória no filme “Predestinado”, mas também se diverte ao relatar sobre suas gravações com Marcus Majella, em “Um Tio Quase Perfeito 2”[também sem data de estreia].

Foto: Gustavo Arrais

Autodidata, soube aprender a profissão na raça e fez uma ótima e produtiva passagem pelo Tablado, para dar início a sua carreira no teatro. Na verdade, Danton nasceu para fazer o que faz, e que faz muito bem. Leia a seguir entrevista completa com o ator e dublador com RG.

Como você tem passado a pandemia?

Nossa, está bem esquisito. Muito estranho isso tudo o que a gente vem vivendo. Acho que no começo eu estava mais tranquilo, mas de um tempo pra cá eu ando triste, sabe, esse tanto de gente morrendo, nossa política não faz nada. Estou levando, cumprindo a quarentena, só saio para ir ao supermercado, para levar as compras dos meus pais, farmácia, essas coisas. E não vejo perspectiva, é meio angustiante. Eu estava prestes a começar uma nova novela e uma semana antes foi decretado o isolamento social. Eu nunca fiquei tanto tempo sem trabalhar, sem fazer nada (risos).

E o que tem feito no seu tempo livre?

Eu comecei lendo, vendo filme, vendo séries, mas agora estou sem paciência para nada, não estou vendo mais nada. Fico zapeando a TV. Fico com os meus cachorros, passeio com eles, com a minha esposa [Sheila Ramos], meu enteado, João. Aliás, tomei um tombo hoje aqui na rua, meu cachorro [um dos cinco que o ator possui – 3 rottweilers e 2 labradores] é muito forte, pesa 60 kg, estava meio molhado, meio escorregadio, ele me puxou e acabei caindo (risos). Não saio com todos de uma vez, claro, mas saio com todos eles. Tenho usado a tecnologia para falar com minhas duas filhas [Luísa e Alice] que moram da Califórnia há cinco anos. Era para elas terem vindo, porque passariam o verão delas comigo, aí adiaram essa vinda, não sei quando vêm. Eu fico preocupado com elas, mas estão estudando online e tal. Eu queria que elas viessem, elas dizem que ficam preocupada de vir e eu disse o pior lugar para estar hoje são os Estados Unidos e o segundo, o Brasil, então ficar lá e ficar aqui não muda muito.

Foto: Gustavo Arrais

Como começou sua carreira, lá atrás?

Na verdade meus pais moravam em São Paulo, mas quando minha mãe ficou grávida tanto do Selton como de mim, ela foi para Passos (MG) para ficar perto da mãe dela, mas nós fomos criados em SP. O Selton desde seus cinco anos já começou a tocar violão, ficava imitando o Roberto Carlos, cantava, e pedia para a minha mãe levá-lo a um programa [de auditório] que existia na época que se chamava Dárcio Campos. E minha mãe acabou levando e ele foi um sucesso. E eu ia junto, porque minha mãe não tinha com quem me deixar. Lá a gente conheceu uma senhora que tinha uma agência de elenco infantil, ela se chamava Dona Irani, muita gente passou por ela, meu irmão, a Angélica, os irmãos Faro, e nisso ela pediu foto da gente e começamos a fazer comerciais. Aí, o Selton fez uma série na Bandeirantes, depois uma novela, e o diretor que era o Jaime Monjardim foi para a Globo, em 1984, e convidou meu irmão para fazer a novela “Corpo a Corpo”. E meus pais vendo que os dois filhos estavam curtindo aquele universo decidiram investir na gente, e nos mudamos para o Rio de Janeiro. Já na sequência eu fiz “A Gata Comeu”, que foi minha primeira novela, em 1985. E de lá para cá a gente não parou mais.

E você chegou a estudar ou foi emendando um trabalho no outro?

Criança eu fui emendando um trabalho no outro. No início dos anos 90 eu queria fazer teatro, porque eu só tinha feito televisão, mas muita coisa, aí, de novo, o Selton foi na frente, ele fez um espetáculo chamado “O Ateneu”, que eu também fui convidado, mas por conta de um trauma de infância, um espetáculo que não deu certo, eu havia dito a mim mesmo que não faria mais teatro(risos). Enfim, eu recusei o trabalho, mas comecei a frequentar os ensaios, acabou que no final das contas eu estava lá por tanto tempo que operei o som da peça. O diretor me disse: ninguém conhece essa peça tão bem quanto você, que está aqui todos os dias, e eu aceitei fazer o som. Foram dez apresentações.

No espetáculo, havia um espaço grande entre uma cena e outra e eu desci e fui olhar a coxia, aí eu disse: “Eu preciso fazer teatro”, isso foi em 1990. Em 1991, o Damião [Carlos Wilson, diretor, 1950-1992], me chamou para fazer o Romeu de “Romeu e Julieta”, e eu pensei, que “responsa”. Eu não era um conhecedor de teatro, mas conhecia Shakespeare e a história da peça, e ele disse que queria na peça só quem fosse ator do Tablado, então eu me matriculei e passei um ano ensaiando e fazendo a escola com ele, foi lindo. Que eu considero uma aprendizado de prática, porque o Tablado é isso, não é teoria, você está vivendo, respirando teatro.

Com todos os trabalhos que eu já fiz, eu trabalhei com os maiores  atores, atrizes. Às vezes, eu ficava até constrangido de dizer que não li [teoria teatral], mas eu não li mesmo, eu criei o meu jeito de interpretar. Eu entro em cena, criei o meu jeito de chorar, por exemplo, a vivência foi a minha escola. E até hoje cada trabalho que eu faço eu fico nervoso, como lá atrás, quando eu tinha nove anos de idade fazendo a minha primeira novela. Cada véspera de uma peça eu penso: “Mas por que estou aqui de novo?”, eu passo uma semana sem dormir, mas depois que estreia eu penso: “Caraca, é por isso, é porque é muito bom”.

Foto: Gustavo Arrais

E neste ano você completa 40 anos de carreira…

Pois é, muito maluco, é muito legal olhar para trás e ver tudo isso o que já fiz. E eu continuo aprendendo, minha vida é um aprendizado. Cada ator que a gente encontra é um crescimento. E é muito legal pensar assim “40 anos”, mas ao mesmo tempo é estranho, porque seria um ano de celebração, mas não é, porque tem tanta gente morrendo, tanta coisa maluca acontecendo, que fica difícil comemorar.

Você tem uma carreira sólida, de sucesso, mas tem algo que você prefira entre teatro, cinema ou TV?

 Eu gosto de fazer um pouco de cada. E eu acho legal olhar para trás e ver como a minha carreira é equilibrada. Comecei na televisão, depois veio o teatro, o cinema. Nesses últimos cinco, seis anos eu fiz cinema e televisão, então estou com saudade de fazer teatro.

E sua carreira de dublador, como você se descobriu com esse talento?

Na verdade, quando eu fiz “A Gata Comeu”, a gente gravava lá nos estúdios da Herbert Richers, a Globo locava um estúdio que eles tinham, e o Oberdan Júnior, que era meu colega de cena, já dublava e me convidou para conhecer e experimentar. Aí minha mãe me levou. E ali eu comecei a fazer dublagem. Eu dublava, mas eu nunca tinha personagens fixos, porque eu fazia muita televisão, e TV demanda tempo. Então eu acabei me afastando um pouco, mas fiz coisas bem legais, como “Os Goonies”, “A Mosca2”, Leonardo DiCaprio [“A Praia”, “Titanic”, “Celebridades”, “Aprendiz de Sonhador”] e o cachorro Max, de “Pets”, que eu adorei porque eu queria muito dublar algo de animação para as minhas filhas, desde que elas nasceram eu pensava isso. E eu sinto muito não ter ficado como a voz oficial no Brasil do DiCaprio, mas a agenda de trabalhos não me permitiu. Porque muitas vezes que me chamaram eu não pude fazer. Quem adora dublagem também é o Rodrigo Lombardi, vira e mexe e ele está dublando alguma coisa.

Fale um pouco do seu lado humorístico…

É engraçado, porque eu não sei contar piada. Eu não me considero um comediante, eu me considero um ator que joga em várias frentes. Acho que comédia tem uma coisa de matemática, de ritmo, de timing, adoro assistir comédias, e tive o prazer de ter grandes colegas, diretores, textos incríveis, comediantes. Então é fácil fazer comédia quando você tem um time de comediantes do seu lado. Eu aprendo com eles. Eu não sou um cara de improviso, para mim tem que ter o texto. Mas eu curto muito fazer. Fiz várias peças de comédia.

Foto: Gustavo Arrais

E com foi interpretar o Claudio Pessutti de “Hebe – A Estrela do Brasil” e contracenar com Andréa Beltrão?

Nossa, foi demais. Bom, eu amo a Andréa, conheço a Andréa de longa data mas nunca tinha trabalhado com ela. E quando o Maurício [Farias, diretor] me convidou para fazer o Claudio, dizendo que ele era o sobrinho, que virou empresário e foi grande admirador da tia Hebe, pensei, “Uau, vou ficar colado na Andréa”. Foi uma experiência incrível. Eu não consegui encontrar o Claudio antes das gravações porque eu estava numa batida louca de trabalho. Conheci o Claudio muitos anos atrás, quando fui uma vez ao programa da Hebe, então eu compus esse personagem e trouxe toda a admiração que ele tinha pela Hebe a exemplo da que eu tenho pela Andréa. Eu ficava em cena babando a Andréa. As pessoas falam: “O seu olhar é bem o olhar do Claudio para a Hebe, mas era o olhar do Danton para a Andréa”. Fora trabalhar com o Maurício, que já fiz muitas coisas nos últimos anos, o Marco Ricca, baita ator.  Uma equipe que está sempre junto, desde a figurino à caracterização.

Agora estamos num momento de afastamento, mas você está em cena com “Hebe”, na TV aberta, “Vale Tudo”, na Globo Play, e vai estar na reprise também de a primeira temporada de “Malhação”, no canal Viva. Como é estar tão presente?  

Pensar que são trabalhos marcantes, que todo mundo ama, como “Vale Tudo”, eu era uma criança, não assisti à novela inteira, agora tenho a oportunidade de ver. “Tieta” também passando. Às vezes, as pessoas dão um print e me mandam.  Acho legal que as pessoas possam rever histórias que gostaram.

E é louco isso tudo o que você falou, porque a gente quer trabalhar. Eu vejo alguns colegas criando coisas na internet, vejo lives, muitos shows, fico cantando e gritando, eu e minha mulher. Mas eu não consigo me movimentar nesse sentido, eu não sei o que eu poderia fazer.

Há dois filmes seus para entrar em cartaz assim que as coisas voltarem ao normal, “Predestinado” e “Um Tio Quase Perfeito 2”, queria que você falasse desses dois papéis. 

O “Predestinado” era para ter sido lançado em 18 de junho, e eu não sei o que vai acontecer. Foi um trabalho bem intenso contar a vida desse homem. Eu o acho um cara iluminado.

Quando eu recebo um roteiro de cinema, eu gosto de parar um tempo e ler inteiro, e esse roteiro eu não consegui ler, eu tive uma crise de choro. Porque eu não acreditava nisso, eu sou ateu, continuo sendo ateu, e eu pensava: “Por que eu?”, aí eu lia, parava, lia mais um pouco, tinha outra crise de choro, porque é uma história muito forte. Um homem iluminado, eu tive acesso a imagens, a uma material enorme. Eu não sei explicar, mas esse homem operou milhares e milhares de pessoas e praticou o bem, passou uma vida dedicado a ajudar pessoas. Acho que é um filme que as pessoas têm que assistir, é necessário, ainda mais num momento como esse que estamos vivendo hoje, uma pandemia. O mundo é uma grande máquina que atropela a gente, muito egoísta. Esse cara ajuda todo mundo, é muito altruísta, muito generoso. Eu espero que eles pensem numa data boa para lançar, porque se reabrirem [os cinemas]  agora e lançarem, vai ter meia dúzia de espectadores Ah, eu estou sumido das redes, de vez em quando eu posto alguma coisa, porque cada vez que penso em postar algo penso também que tem um monte de gente morrendo, e que sentido faz postar? Tem gente passando fome., as salas não vão poder ter a lotação. Então eu acho que tem que pensar com calma, deixar para o ano que vem.

Foto: Gustavo Arrais

Não é um filme espírita, não importa a sua crença, a sua religião, é um filme que tem de ser visto, porque a história desse cara é linda. Ele sofreu muito, porque ele tinha um filho que ele não pôde curar, que eu conheci, o Tarcísio, ele é um senhor de idade, tem um problema nos ossos. Nossa, eu lembro que foi muito duro rodar essa cena, fico até emocionado em falar, eu como pai. De o filho dizer “Pai, me cura, pede para o Careca me curar” e ouve que não era possível, porque apenas o Careca podia decidir sobre isso –  Careca era como o médium Arigó [personagem de Danton] chamava o Dr. Fritz. Ele teve uma vida dura, abriu mão da vida dele para cuidar das pessoas, do próximo, e não pôde curar o próprio filho.

Eu conheci toda a família, estive lá em Congonhas (MG), foi uma trabalho duro, muito duro. E, como disse, eu não sou um cara de improviso, eu gosto de ler, de debater com o diretor, gosto de criar junto. Eu gosto muito do trabalho corporal também, porque eu acho que o corpo fala, então a gente fez um exercício para poder diferenciar os dois personagens [o médium Arigó, e a entidade, Dr. Fritz] na expressão corporal.

Sempre que eu faço uma produção que tenho que deixar o Rio eu sempre volto, desta vez não voltei, fiquei lá em Minas direto e minha família foi me visitar. No fim, eu estava tão imerso no personagem que precisava fazer um corte abrupto, e foi assim que aconteceu, quando acabaram as filmagens apareceu um trabalho novo na sequência e eu aceitei. Foi bom.

Já “Um Tio Quase Perfeito 2” é leve. Eu nem tinha visto o “Um Tio Quase Perfeito”, mas eu gosto muito do Majella [Marcus, ator], e tem outros atores, as crianças, então eu fui lendo, é fofo. Meu personagem se casa com a personagem da Letícia Isnard, que é irmã do Majella, e ele fica com ciúme achando que vai perder o lugar de “tio perfeito”. O filme são “duas crianças” o tempo todo. É um filme para a família, para se divertir, e tinha previsão para o fim deste ano, nas férias, mas não sei também.

E a novela nova da Globo, “Um Lugar ao Sol” [que substituirá “Amor de Mãe], para a qual você está escalado? 

O louco é que a gente nem sabe o que vai acontecer, eu não sei se o que eu disser aqui vai acontecer na nova novela. O meu personagem ia ter uma filha, mas não sei mais se haverá participação de crianças na trama. Ou seja, talvez eu já não seja mais pai. Eu até me caracterizei, deixei a barba crescer, mas estou aparando, porque dizem que a barba retém o vírus. Mas estou mantendo porque vai que eles falam a qualquer momento: vamos gravar! Eu estava de aplique também, tirei no final de junho, porque o cabelo vai crescendo e precisa de manutenção. O meu personagem é um cara que vai sofrer com a diferença de cultura, porque ele é um cara do interior de Minas, que reencontra com a personagem da Andréia Horta. Aí tema história dos dois irmãos, que é o Cauã [Reymond] quem faz, um deles morre e o outro assume o lugar do irmão. E a personagem da Andréia é namorada de uma deles. Então ela acha que o namorado morreu, e acaba ficando triste e voltando para o interior, é quando ela reencontra esse namorado de adolescência, que é o meu personagem. Eu acabo me envolvendo com ela, a gente se casa, mas ela resolve voltar para o Rio porque ela quer descobrir o que aconteceu com o ex-namorado, e fica essa questão do ciúme, tipo “esquece esse cara, ele já morreu”. E ele acaba indo para o Rio também, então é um triângulo amoroso com o Cauã. Meu personagem tem uma profissão linda, ele é sapateiro, e segue o ofício do pai, com quem aprendeu. Ele não tem ambição de transformar a sapataria numa indústria, é um trabalho artesanal. Ele é um cara simples, humilde, que vai viver essa maluquice da cidade grande.

Também estou curioso para saber como vai ser gravar, de novo, o que vai mudar, com equipe reduzida. Porque novela grava para caramba, num ritmo alucinante. E como vai ser agora? Poucos capítulos por dia? Poucos núcleos? Como é que vai ser isso? Acho que a gente vai ter que reaprender a fazer televisão.

Foto: Gustavo Arrais

E redes sociais, qual sua relação?

Ah, eu estou sumido das redes, de vez em quando eu posto alguma coisa, porque cada vez que penso em postar algo penso também que tem um monte de gente morrendo, e que sentido faz postar? Tem gente passando fome. Acho rede social uma coisa incrível, importante a gente manter esse contato como o público, com o fãs, mas neste momento não dá. Sei lá, nesses quatro meses, eu postei acho que três fotos. Mas já, já eu volto, porque é uma ferramenta incrível.

Ensaio – Dalton Mello

Texto: Ligia Kas (@ligiakas)

Fotos: Gustavo Arrais (@gustavoarrais)

Stylist: Yakini Rodrigues

Beleza: Rafael Guapiano (@rafaelguapiano)

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