Pontifexx se junta a Bhaskar e Iro para a nova “Getting Old” (Foto: Divulgação)
“Ficar velho traz boas coisas: autoconhecimento, amadurecimento, maiores possibilidades. É uma boa mensagem desta nova música para os meus fãs, sem dúvida”, diz Tomas Pontifex, o nome por trás do projeto Pontifexx, que caminha para se consolidar como um dos maiores nomes da cena eletrônica no Brasil.
SIGA O RG NO INSTAGRAM
Com apenas 22 anos, o paulistano tem ultrapassado fronteiras do País e colocado seu nome no cenário mundial. Nesta sexta-feira (17.07), o DJ lança a faixa autoral que fala sobre amadurecimento, a “Getting Old”, ao lado de Bhaskar e Iro (nos vocais), pela gravadora STMPD Records, de Martin Garrix, considerado o maior nome deste ritmo no mundo todo.
“Como sempre foi um sonho pessoal trabalhar com eles e lançar coisas por lá, a gente abraçou a causa muito forte. Pegamos com unhas e dentes todas as oportunidades e fizemos”, contou Tomas, em papo exclusivo ao RG.
Alcançando coisas que sempre quis como músico tão jovem, o DJ e produtor musical diz que é sempre necessário se situar, para não perder o fio da meada. “Sempre bom eu me beliscar um pouco para não me perder”, diz ele.
Mesclando o clima praiano e interiorano de São Paulo, Pontifexx passa estes meses longe das pick-ups ao lado de sua família. Para ele, este tempo foi de calmaria e muita produção. “Me trouxe clareza mental para vários aspectos. Autoconhecimento, no geral. E profissionalmente, eu consegui produzir bastante música. Estava um tempo sem produzir coisas novas”, completa.
Esperançoso, o DJ aguarda ansioso o retorno dos shows, que foram interrompidos por conta da pandemia do coronavírus que acometeu o mundo, e segue esperançoso em um futuro melhor. Quer dizer, mais agitado.
“A minha maior expectativa é que tenha uma turnê de ano novo. Ela é sempre bem especial, seria incrível viver tudo isso novamente”, finalizou Tomas. Veja o papo na íntegra com Pontifexx.
Aos 22 anos, Tomas Pontifex, nome por trás do projeto Pontifexx, se belisca para sempre perceber onde chegou, mesmo tão jovem (Foto: Divulgação)
RG – Como tem sido, para você, todos estes meses de quarentena? Como tem se sentido?
Pontifexx – Pessoalmente, acho que este tempo foi muito bom, entre muitas aspas porque está rolando uma pandemia, mas foi bom. Muitos DJs, assim como eu, tem uma carreira com muitas deadlines, muitos shows e, às vezes, podem atrapalhar a saúde mental. Para mim, foi muito bom. Me trouxe clareza mental para vários aspectos. Autoconhecimento, no geral. E profissionalmente, eu consegui produzir bastante música. Eu estava há um tempo sem produzir. Deu para criar coisas novas, foi muito bom.
RG – E você teve fases durante este tempo? Alguma mais criativa, outra meio de saco cheio do mundo?
Pontifexx – No fundo, é muito bom não ser homogêneo e se mostrar por meio de fases porque você acaba entrando em equilíbrio com você mesmo. A primeira fase que eu tive foi quando começou a quarentena, e eu senti que teria só algumas semanas para produzir e queria aproveitar. Então, eu não saia do computador, mesmo estando com a minha família. Não aproveitava eles e só produzia, produzia. Sem parar. Já a segunda fase, foi aquele momento que notamos que demoraria mais que o esperado, então, eu desacelerei um pouco nas produções. E a terceira fase – que é a melhor, na minha opinião – é a que eu estou hoje. Me organizei muito, organizei minha vida, estou lendo mais, vendo mais documentários, aproveitando minha família. Acho que é uma gestão melhor do meu próprio tempo.
RG – Falando agora sobre seu lançamento de hoje, “Getting Old”. Conta um pouco desta faixa para nós. Foi gravada há muito tempo?
Pontifexx – O Bhaskar em uma viagem para Nova York, se não me engano, escreveu a letra junto com o Iro. Há um tempo atrás, eu estava para lançar a “Tempus” e ele recebeu a versão instrumental dela e curtiu. Nisso, ele se ofereceu para estar nela e fazermos algo juntos e eu topei. Ele já tinha a “Getting Old” na manga e sugeriu de fazermos juntos também. Acabou que foi meio que uma troca, sabe? Ele colocou a cara dele na “Tempus” e eu dei minha cara para a “Getting Old”. Cada um pegou um pouco para produzir e ela saiu. Está finalizada há um tempo já, mas finalmente saiu.
Esta é a segunda colaboração de Pontifexx com Bhaskar; já lançaram “Tempus”(Foto: Divulgação)
RG – Esta música fala sobre amadurecimento. Você acha que é uma boa mensagem para o seu público, que é principalmente mais jovem?
Pontifexx – Acho que, em qualquer momento da vida, você pode dizer que você está ficando velho. Quando você passa do fundamental para o ensino médio e vem novas responsabilidades, a pessoa se acha mais velha. Do ensino médio para faculdade, é outra responsabilidade. Quando você vai pagar seu primeiro imposto, quando você vai tirar sua carteira de motorista. São todos momentos que você pode se sentir mais velho e está tudo bem, é a vida. São muitas coisas. A letra da música até fala disso e mostra que vem junto com coisas boas. Ficar velho traz boas coisas: autoconhecimento, amadurecimento, maiores possibilidades. É uma boa mensagem para meus fãs, sem dúvida.
RG – E como foi trabalhar com o Bhaskar, sendo que esta é a segunda vez que você fazem uma colaboração juntos?
Pontifexx – Eu sou muito fã dele e sempre gosto de deixar isso explícito. Ele sempre foi uma referência para mim por ser um cara que gere muito bem o seu projeto, faz coisas incríveis. Fora isso, ele é um cara muito do bem e o time que trabalha com ele é super competente. É muito bom estar com ele!
RG – “Getting Old” foi lançada pela STMPD Records, que é a gravadora do Martin Garrix, uma das – senão a mais importante – gravadoras do segmento de eletrônica no mundo. Este é seu lançamento número qual por lá?
Pontifexx – Olha, deixa eu pensar…Foram algumas já! [risadas] Já lançamos três originais por lá e cinco remixes.
RG – E como se sente sendo um dos nomes em potencial deles. Sinto que você é o “queridinho” da vez por lá, devem apostar alto em você.
Pontifexx – Pode ser, viu? [risadas] Como sempre foi um sonho pessoal lançar coisas por lá e trabalhar com eles, a gente abraçou a causa muito forte. De todas as oportunidades que surgiram, remixes e tudo mais, pegamos com unhas e dentes e fizemos. Sabe quando você está na sede de fazer coisas? Então! Acho que os dois lados sentiram isso, ambos estávamos na mesma vibe. Então, eu e meu time demos o nosso melhor sempre.
RG – E, hoje em dia, você está sem contrato com uma gravadora, né? Você lança uma faixa em cada uma.
Pontifexx – Na verdade, então, a gente está andando um contrato com a STMPD Records. Os meus próximos lançamentos como Pontifexx são todos por lá. Tenho uma música com o Dubdogz, uma outra música com o Santti que devem sair por outras gravadoras daqui. Todas com meu nome em segundo. As faixas com meu nome no começo sairão todas por lá.
Longe dos shows por conta da pandemia, Pontifexx ainda segue esperançoso com uma turnê de fim de ano (Foto: Divulgação)
RG – Quando você começou a fazer música, você imaginou que seu projeto, aos 22 anos, estaria nas mãos da gravadora que você sempre quis e de um artista como o Martin Garrix?
Pontifexx – Não, nunca. Por isso, é sempre bom eu me beliscar um pouco para não me perder! [risadas]
RG – E seus próximos lançamentos, quais são?
Pontifexx – Como eu disse, estou trabalhando com duas autorais que serão lançadas pela STMPD, uma collab com o Dubdogz, outra com o Santti. Tem também uma faixa para o álbum da Laroc, fui convidado por eles para participar. Será uma música de pista, gosto bastante. Pensando em datas, este é o meu próximo lançamento.
RG – Aproveitando que você falou de Laroc, como está sua expectativa da volta dos shows? Pessoalmente falando, claro.
Pontifexx – Minha vontade é que tenha uma vacina, um remédio, alguma coisa e volte tudo 100% de uma vez e não uma volta gradual. Mas, qualquer volta, é uma boa volta. A minha maior expectativa é que tenha uma turnê de ano novo. Ela é sempre bem especial, seria incrível viver tudo isso novamente.
RG – De todos os shows que você fez até hoje, você consegue escolher três?
Pontifexx – Três? É fácil! [risadas] Laroc é um deles. Foi o show da minha estreia na casa porque era um sonho enorme tocar lá. Tava lotado! Salvo engano, foi no Carnaval abrindo para o DJ Snake. Eu tava ansioso demais! O show no Lollapalooza e no Maori Club, que eu abri para o Martin Garrix, inclusive, também foram bem especiais.
Ouça aqui a nova música do Pontifexx com Bhaskar, “Getting Old”