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Dubdogz lança música inspirada em meme de Pablo Escobar, de “Narcos”; ouça e veja a entrevista

Duo Dubdogz lança “Pablo Escobar”, inspirada em meme famoso no mundo todo. (Foto: Divulgação)

“Quando a gente deu play no vocal desta música, todo mundo de casa começou a cantar junto, ficou na cabeça na hora. Percebemos, então, que o vocal tinha algo especial e resolvemos trabalhar nela”. Foi assim que o duo de eletrônica Dubdogz escolheu a faixa “Pablo Escobar” como novo single de trabalho.

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Lançada nesta sexta-feira (10.07), a música é dos irmãos mineiros Marcos e Lucas Schmidt junto da cantora alemã Charlott Boss. A iniciativa de juntar os artistas nesta faixa foi da Spinnin’ Records, gravadora de ambos.

A batida bem comercial e leve – quando comparada a outros sons do duo – junto ao refrão chiclete feito com grande potencial de viralizar na internet vêm de encontro com a essência da faixa: ela, nada mais é, que uma inspiração direta de um meme bem famoso (e que rodou o mundo) do personagem Pablo Escobar, vivido por Wagner Moura na série “Narcos”, da Netflix.

“A música foi feita inspirada em um meme dele. É um meme que circulou o mundo todo, é muito usado, bem famoso”, contou a dupla, em entrevista exclusiva ao RG. “Essa foi nossa intenção: divertir as pessoas, assim como ele”.

Assim como a faixa, o clipe chegou com o mesmo fio intencional. Gravado há mais de um mês em Minas Gerais, a ideia é que se tenha uma quebra de expectativa entre a realidade da série que serviu de inspiração e o tema musical.

“Eles são policiais anti-música, mas, quando a gente pega para tocar aquele instrumento de sopro, a gente desabilita a “cabeça” deles e eles dançam sem parar”, explica Lucas sobre o novo videoclipe, que já chegou na casa dos 70 mil views.

Desde 2015 na estrada, os gêmeos de Juiz de Fora contam que estão com saudade dos shows e do ritmo alucinante que estavam, antes da pandemia acometer o mundo todo. “A nossa média mensal estava na casa de 15 a 20 shows por mês. Só no Carnaval foram 25 shows em 5 dias. Uns 4-5 shows por dia”, afirmam. “Foi a maior loucura que a gente já fez. Tocamos em todos os lugares possíveis: de camarote da Sapucaí até festa de música eletrônica”, comentaram, saudosistas.

Veja o papo na íntegra com o duo Dubdogz.

Entre os inúmeros shows, os mais memoráveis para o Dubdogz são os do Rock In Rio, Lollapalooza Brasil e Só Track Boa. (Foto: Divulgação)

 

RG – Você está por onde? Em São Paulo?

Dubdogz – Sim, estou em São Paulo. A gente mora aqui tem uns anos já. Na verdade, estamos passando esse tempo da pandemia com nossos pais lá em Minas Gerais, mas viemos passar uns dias em SP. Nós somos de Juiz de Fora. Devemos ficar aqui uns 20 dias.

RG – Legal! Antes de falarmos sobre a nova música de vocês “Pablo Escobar”, me conta um pouco a história de vocês na música eletrônica, como surgiu este interesse. Vocês são irmãos, né?

Dubdogz – Nós somos irmãos sim, somos gêmeos, na verdade. O Marcos é cinco minutos mais velho. E sobre música: a gente começou na escola. A gente tinha uns 14, 15 anos mais ou menos e começamos a levar o computador para a escola e tocar nos intervalos das aulas, dentro de lá mesmo. Nisso começamos a nos interessar e começamos a tocar a música dos outros DJs. No entanto, vimos que, para crescer mais, a gente tinha que fazer as nossas próprias músicas. Com mais ou menos 15-16 anos, a gente veio para São Paulo fazer um curso intensivo de umas 3 semanas de produção musical. Depois voltamos para Minas, compramos o equipamento que precisava para produzir e demoramos acho que um ano para termos um repertório nosso mesmo, autoral, de uma hora. Logo depois de conseguirmos completar esse set autoral, as coisas foram fluindo. Começamos a tocar e a viajar bastante.

RG – Hoje em dia, já com 26 anos, sendo quase 10 de carreira, vocês lembram qual foi a sensação quando vocês notaram que tinha dado certo?

Dubdogz – Acho que sentimos isso quando os contratantes começaram a pagar um cachê legal. Passagem de avião, hospedagem, equipe. Foi, aí, que pensamos que tinha dado certo.

RG – Para além da música eletrônica, o que mais vocês ouviam na adolescência que serviu de referência para o trabalho de vocês hoje?

Dubdogz – A gente escutava tudo o que o nossa pai gostava e ele ouve basicamente rock. Ele ama muito, é apaixonado. É fã de Led Zeppelin, Rolling Stones. Lembro de ouvir reggae também, Bob Marley tocava bastante também. Em termos de música eletrônica, a gente escutava muito Tiesto, que é nossa referência.

RG – Vocês chegaram a ter contrato com a Universal Music aqui no Brasil, né?

Dubdogz – Sim, tivemos. Bem no comecinho da carreira, mas durou super pouco, foi bem rápido. Acho que lançamos dois singles por lá. Depois, ficamos lançando algumas músicas pela Sony e, hoje em dia, assinamos com a Spinnin’ Records, que é da Warner.

RG – Sempre vejo que muitos artistas de música eletrônica preferem não ter uma gravadora e lançar singles soltos com gravadoras ao redor do mundo. Vocês enxergam que isso é uma boa estratégia de carreira ou ter uma gravadora fixa é melhor?

Dubdogz – Depende do tamanho artista, na nossa visão. Agora que já estamos consolidados, com um certo nome no meio, vemos que é melhor ter esse contrato com uma gravadora tão boa e reconhecida como a Spinnin’ porque ela própria coloca mais pressão em você de voltar a lançar com ela, de criar algo novo. Quando se está crescendo na carreira, é legal ir variando de gravadora porque você vai aumentando o buzz sobre o seu nome, atingindo públicos diferentes.

RG – Além desta música que vocês lançaram ontem, o que mais vocês tem preparado para lançar nos próximos meses?

Dubdogz – Tem muita coisa. Como estamos de quarentena sem podemos sair para shows, estamos ficando bastante tempo no estúdio produzindo coisas novas. Acho que temos quinze músicas prontas e umas outras quinze para finalizar. Tem um remix do Jota Quest, que lançaremos em alguns dias.

Duo está na estrada desde 2015 e já acumula gigantescos sucessos no Brasil e no mundo. (Foto: Divulgação)

RG – E me conta um pouco sobre a nova faixa de vocês, a “Pablo Escobar”. Como surgiu a ideia de fazer esta música?

Dubdogz – A ideia desta música veio direto da nossa gravadora, a Spinnin’. Eles nos deram esse vocal pronto e a gente estava na sala de casa. Como a gente foi para Minas Gerais durante a pandemia e nosso estúdio fica em São Paulo, a gente acabou montando um estúdio provisório no meio da sala dos nossos pais. A gente tem trabalho com eles por perto, passando, vivendo a vida deles. Quando a gente deu play no vocal desta música, todo mundo começou a cantar junto, ficou na cabeça na hora. Foi, aí, que percebemos que esse vocal tinha algo especial e resolvemos trabalhar em cima dela. Ficamos um mês trabalhando em cima da parte sonora dela e fechamos.

RG – O vocal desta música é de quem mesmo?

Dubdogz – O vocal desta faixa é de uma cantora alemã chamada Charlotte Boss e foi feita inspirada em um meme do Pablo Escobar, da série “Narcos”, da Netflix. É um meme que circulou o mundo todo, é muito usado. É um meme bem famoso.

RG – O clipe também tem uma pegada bem divertida, né? Quando o pessoal com arma começa a dançar é uma quebra de expectativa enorme.

Dubdogz – A ideia do clipe é essa quebra mesmo. Os bandidos – vamos chamar assim – chegam todos armados em cima da gente. Eles são policiais anti-música, mas, quando a gente pega para tocar aquele instrumento de sopro, a gente desabilita a “cabeça” deles e eles dançam sem parar. Gravamos há um mês atrás esse clipe, lá em Minas.

RG – Legal! E falando um pouco de shows, como estava o ritmo de shows antes da quarentena?

Dubdogz – Estava bem intenso, nem fala. A média mensal nossa estava na casa de 15 a 20 shows por mês. Só no Carnaval foram 25 shows em 5 dias. Uns 4-5 shows por dia. Foi a maior loucura que a gente já fez. Tínhamos avião particular com a gente para dar tempo de fazer tudo o que precisávamos. A gente fez muitos shows no Rio de Janeiro. Tocávamos na Sapucaí e, depois, em alguma festa eletrônica. Ambientes bem diferentes, foi bem irado.

RG – E depois do Carnaval, vocês tiveram uma folga?

Dubdogz – Sim, claro! Ficamos mais de uma semana de folga e aproveitamos para curtir Búzios.

RG – Bem demais! E desta maratona toda, não só no Carnaval, vocês conseguem eleger o Top 3 shows bem especiais?

Dubdogz – Eu acho que o show do Rock In Rio do ano passado foi bem especial. Todos no Lollapalooza e na Só Track Boa também tem uma vibe incrível.

RG – Você sentem que o espaço para artistas de música eletrônica tem crescido no Brasil, principalmente fora do eixo Sul-Sudeste?

Dubdogz – Eu fico vendo bastante isso, de onde os fãs são, como eles falam e escrevem. Às vezes, até gostamos de interagir com o pessoal em algum post para saber de onde eles são. Nessa hora, conseguimos ter a dimensão do nosso trabalho. Um cara lá de Belém, um cara da Alemanha, do Acre. De todo o lugar!

RG – E, durante a quarentena, vocês conseguiram ter uma proximidade maior com os fãs de vocês? 

Dubdogz – A gente criou um formato de live que é como se fosse uma rádio que se chama “Rádio Dogz”, que é bem interativa. O fã liga para nós, conversa com a gente, pede uma música, manda um recado. Tem sido bem legal! Rolaram algumas e sempre no nosso canal no YouTube. É muito bom esse formato para se aproximar da galera. As pessoas participam mesmo!

Ouça aqui a nova música do Dubdogz chamada “Pablo Escobar”, em parceria com a alemã Charlotte Boss

 

Veja aqui o clipe da nova música “Pablo Escobar”, lançado no canal da Spinnin’ Records

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